FICHAMENTO PSICOFARMACOLOGIA ESTÁCIO: HARVARD BUSINESS SCHOL

FICHAMENTO COMPLETO

CHU, Michael; GARCIA-CUELLAR, Regina. Farmácias Similares: Saúde pública e privada para a base da pirâmide no México. Rev. Harvard Business Scholl, 311 p03, abril 2011.  

                   O texto em questão trás com certo tom de comédia, o momento pelo qual o economista chefe do Ministério da saúde, Eduardo González Pier, em vendo se aproximando o momento no qual terá que entregar seu cargo ao sucessor, tendo em vista as eleições presidenciais sem possibilidade de reeleição que se aproximavam. Se sentindo na obrigação de deixar uma carta com recomendações e ponderações a cerca dos projetos passados e vindouros, sobretudo após a revolucionária mudança cujo Ministério proporcionou no sistema de saúde mexicano que até então excluía a maioria da sua população de qualquer amparo a saúde. Diante de tamanhas conquistas, não seria difícil escrever uma carta, contudo um movimento, que começou antes mesmo do mandato do qual fazia parte, o intrigava mais que qualquer outro fato relevante que pudesse mencionar, à priori.

                Tratava-se das Farmácias Simi, que fundada por um contador visionário, concebido em uma família pertencente à indústria farmacêutica nacional, ele revolucionou o mercado, fornecendo medicamentos com preços muito abaixo dos praticados pela rede convencional, com uma estratégia de marketing agressivo, uma estratégia de venda que tinha um mercado até então ignorado, atendimento e produtos de qualidade. Encontrou-se um nicho de mercado fabuloso que mexeu com as estruturas da saúde pública e privada do país pois ainda atrelada à maioria das farmácias haviam clínicas médicas populares à preços também muito acessíveis à população carente o que alavancava as vendas da farmácia e fidelizavam os clientes.

“As Farmácias Simi se expandiram rapidamente para as maiores cidades do México, com o auxílio de uma campanha de publicidade em massa que tinha o slogam popular: “lo mismo pero más barato”.”

                Houve desconfiança dos médicos para com a eficácia dos remédios, e com o passar do tempo foi intensificada as dúvidas sobre a qualidade dos produtos da Simi, foi quando em 2005 o Dr.Simi inverteu a situação. O congresso aprovou outra emenda à lei nacional sobre saúde, exigindo que todos os genéricos fossem submetidos aos testes de bioequivalência e biodisponibilidade. Todos os produtos da Simi foram submetidos aos testes e haviam sido aprovados e após uma série de regulamentações os medicamentos tiveram sua eficácia comprovada através de testes científicos e caíram por vez no gosto da população, sendo que, as farmácias convencionais que só vendiam produtos de marca, também foram obrigadas à venderem tais medicamentos, reduzindo sua margem de lucro.

                O que podemos tiram de lição dessa história fantástica é que o serviço público pode e deve contar com a iniciativa privada, pois as mesmas tem características que podem e devem se complementar pelo bem estar social. O Estado tem o poder de regular discrepâncias sociais, nivelar e mediar conflitos e sobre tudo deve estar do lado dos mais necessitados. Do outro temos a iniciativa privada, com sua dinâmica, eficiência e racionalização dos processos para maximizar os lucros. Tais premissas não são contrárias, vemos no caso em tela que tal dinamismo revolucionou a saúde de um país inteiro, que há décadas deixava à mingua a esmagadora maioria da sua população, sobretudo a população mais necessitada. De um lado teve a iniciativa do empresário que viu um nicho de mercado, onde poderia fornecer a preço justo medicamentos  a quem necessitava, do outro o estado regulou exigindo que tais medicamentos fossem igualmente eficazes, bem como que não se quebrassem nenhuma patente de medicamento. Vemos como é salutar a união do Público e do Privado quando o interesse maior é o bem estar social e não apenas  corrupção e a desídia para com os mais pobres.