FUNDAMENTOS DA TÉCNICA PSICANALITICA I
Artigos Científicos: FUNDAMENTOS DA TÉCNICA PSICANALITICA I. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: IvanCarvalho • 3/7/2014 • 1.701 Palavras (7 Páginas) • 506 Visualizações
FUNDAMENTOS DA TÉCNICA PSICANALITICA I
1 – Citar, descrever e comentar as etapas e tarefas da primeira entrevista em psicanalise.
A primeira entrevista em psicanalise é de fundamental importância para a efetivação de um contrato analítico. Essa entrevista possibilita ao psicanalista avaliar as condições mentais, emocionais, materiais, sociais, motivações conscientes e inconscientes, grau e tipo de psicopatologia, fatores essenciais para se determinar qual o tipo de terapia psicológica será indicada a esse paciente, e se é o terapeuta indicado para esse tipo de paciente, e ainda, avaliar a analisabilidade e a acessibilidade do pretendente à análise.
Na entrevista inicial é estabelecida a base para um provável contrato analítico de longa duração, o que requer uma investigação mais acurada, contudo, deve transcorrer de forma espontânea e livre, segundo (Zimermam, 1999), o analista deverá levar em conta:
O tipo do encaminhamento que trouxe o paciente até ele, e como foi o contato inicial;
A aparência exterior, incluída a forma de como o paciente está vestido, como saúda, manifesta-se algum sintoma visível, como é a sua movimentação motora, o seu jeito de discursar...;
A realidade exterior, isto é, as suas condições socioeconômicas, o seu entorno familiar, a sua posição profissional, seu projeto de vida próximo e futuro...;
O histórico familiar, sendo que, muitas vezes, para pacientes com manifestações depressivas, é útil averiguar se há na família casos de internações, suicídios, alcoolismo, prescrição de uso de antidepressivos...;
O grau de motivação, antes aludido, principalmente levando em conta se o paciente está disposto a enfrentar uma jornada que além de longa, é árdua e onerosa, difícil e sem uma garantia de resultados exitosos;
A escolha e estilo de suas relações objetais reais, ou seja, se há uma compulsividade em repetir as mesmas configurações vinculares (por exemplo, as de natureza sadomasoquista, simbólica, fascinação narcisista, etc.), e para tanto sempre escolhem pessoas de um mesmo perfil caracterológico para suas inter-relações mais profundas;
A forma de como ele se comunica, verbal e não-verbalmente.
As atitudes do terapeuta e a impressão que causará são decisivas para que o paciente possa ter a confiança necessária para falar sobre temas delicados, revelar segredos e aceitar ou não o que lhe for sugerido.
É importante ressaltar, também, que embora a expressão entrevista inicial, esteja no singular, não deve significar que se resuma em uma única entrevista, alguns casos poderá ser assim, porém, outros demandará várias entrevistas de avaliação, até a formalização do contrato analítico, a primeira sessão indica que a análise já começou formalmente.
2 – Descrever a importância da Aliança Terapêutica para o paciente.
A aliança terapêutica fundamenta-se no desejo consciente do paciente de cooperar e na disposição de aceitar a ajuda do terapeuta na superação das dificuldades internas. Na aliança terapêutica existe uma aceitação da necessidade de enfrentar os problemas internos e de executar o trabalho analítico, apesar da resistência interna ou externa (Sandler et al., 1969).
O conceito “aliança terapêutica” diz respeito à capacidade do paciente de estabelecer uma relação de trabalho com o terapeuta, em oposição às reações transferenciais regressivas e à resistência (Eizirik e Cols., 1998). De acordo com essa variável relacionada à psicoterapia o paciente se coloca em posição de colaborador ativo do processo psicoterápico, sendo que independente de seus aspectos doentios conserva uma parte racional que se relacionará ao terapeuta com o objetivo de levar à diante as tarefas a serem desempenhadas nessa psicoterapia.
Greenson (1981) defende a AT como a parte racional e intencional dos sentimentos do paciente para com o seu terapeuta. Para ele, a origem da AT está na motivação do paciente para superar a doença e suas sensações de desamparo. Além disso, contribui, também a disposição racional para colaborar e a aptidão para seguir as instruções do terapeuta.
A aliança terapêutica depende de três fatores presentes nas psicoterapias: o paciente, o terapeuta e o enquadre. Cada um desses elementos irá colaborar de alguma forma para o sucesso da psicoterapia – paciente: colabora estabelecendo um vínculo relativamente racional, a partir de seus componentes instintivos neutralizados, vínculos do passado, que ressurgirão na relação com o terapeuta; - terapeuta: este colabora com seu empenho em tentar entender e superar a resistência presentes nesta relação, com a empatia e atitude de aceitação ao paciente sem julgá-lo ou dominá-lo. Nesta aliança sempre haverá uma mescla de elementos racionais e irracionais.
Para Lacan, Aliança de Trabalho é a ligação do ego do paciente ao ego do terapeuta. Meissner considera a AT como algo dinâmico, específico, que vem a evoluir conforme o desenvolvimento da terapia.
3 – Como e quando surgiu a Associação Livre de Ideias?
A associação livre de ideias, regra fundamental legada por Freud, que consiste no compromisso assumido pelo analisando de associar livremente as idéias que lhe surgisse espontaneamente na mente e de verbalizá-la ao analista, independentemente de suas inibições ou do fato de ele julgá-las importantes ou não. Esse é um elemento essencial para que o psicanalista possa proceder um levantamento de natureza arqueológica dos recalques acumulados no inconsciente.
Zimermam (2001), de certa forma Freud aplicou essa regra nos primórdios da psicanálise, desse 1894, quando usou consigo mesmo o método da livre associação em sua auto-análise. Ele só instituiu este método associativo em 1896, quando a sua paciente Emmy Von N, cansada de ser pressionada para associar “livremente”, pediu a Freud que ele a deixasse falar livremente.
A fonte de inspiração para a “associação livre de idéias”, foi Escola de Zurique e particularmente de Jung, por terem desenvolvido o teste da associação verbal, fato este, reconhecido publicamente por Freud, nos Estados Unidos, durante as cinco conferencias que ali pronunciou em 1909.
4 – O que significa o Contrato Analítico no contexto da psicanalise?
O
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