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Família em Vulnerabilidade Social

Por:   •  20/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  955 Palavras (4 Páginas)  •  643 Visualizações

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Família em Vulnerabilidade Social

Para se trabalhar a família nas políticas sociais, é necessário, ainda, ter em mente a afirmação de Sarti:

A família para os pobres, associa-se aqueles em quem se pode confiar. (...) Como não há status ou poder a ser transmitido, o que define a extensão da família entre os pobres é a rede de obrigações que se estabelece: são da família aqueles com quem se pode contar, isto quer dizer, aqueles que retribuem ao que se dá, aqueles, portanto, para com quem se tem obrigações. São essas redes de obrigações que delimitam os vínculos, fazendo com que as relações de afeto se desenvolvam dentro da dinâmica das relações descritas neste capítulo (SARTI, 1996 p. 63).

http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppIV/eixos/12_seguridade/politicas-publicas-e-familia.pdf

Essas pessoas aqui em que convivo todos os dias, são a minha família quem converso, a que tenho confiança, nós se ajudamos a vida não é fácil. Aqui quando uma pessoa fica sem comer, se juntamos e dividimos a comida, porque já passei muita fome e sei o quando é ruim, ajudamos uns aos outros.

Amaral (2001) que afirma que a família é, uma construção social que varia segundo as épocas, permanecendo, no entanto, aquilo que se chama de “sentimento de família”, que se forma a partir de um emaranhado de emoções e ações pessoais, familiares e culturais, compondo o universo do mundo familiar. Porém há uma grande dificuldade em se definir família dependendo em qual meio sociocultural o indivíduo está inserido.

Como colocado pelo morador:

Eu fui para rua quando tina 8 anos de idade, meus pais eram traficante me deixavam abandonado.... Eu fugir de casa para não ficar naquele inferno, me sentia rejeitado pela família não me davam atenção... É melhor está na rua que tenho liberdade, vivo emoção todos os dias.

Como relatado pelo jovem alguns tem até uma moradia, mais esse ambiente é desestruturado fazendo com que os mesmo prefiram morar na rua do que voltar a morar com a família, muitos também senti o desejo de volta ao seu lugar de origem mas por conta de conflitos, brigas, disputas entre gangues não podem voltar para o lugar de origem e muitos por separação conjugal, desemprego, dependência química, violência física.

A PRODUÇÃO SOCIAL DE IDENTIDADES E REPRESENTAÇÕES SOBRE A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA

Elas tinham medo de chegar e se aproximar. Se eu passasse em uma calçada, as mulheres iam para a outra e escondiam a bolsa...Se passar várias pessoas como eu ai meu Deus kkkkkk...  Então eu acho que as pessoas deviam ter menos preconceitos, nem todo morador de rua é bandido... Elas ficam com medo, como se a pessoa fosse roubar elas... Porque ninguém mata, eu posso conversar com uma pessoa sem pegar nada dela...

A fala do morador revela o tipo de representações que são construídas com relação a população em situação de rua, o medo por preconceito reforça o distanciamento dos mesmo em relação a sociedade, por colocarem fora e marginalizarem. Enfatiza a questão de ser iguais ao demais, colocando quando retrata “eu posso conversar com uma pessoa sem pegar nada dela” retratando a questão de não se ladrão, estereótipo este criado pela sociedade, repassando de geração que reveste de uma construção simbólica, por questões de ser anônimos de não conhecer- lós.  As pessoas que estão em uma classe social superior alterar a completa compreensão da pessoa como um tipo, somente pelos aspectos rotulados, negando sua humanidade e transformação daquele sujeito.  

http://www.scielo.br/pdf/psoc/v16n2/a07v16n2.pdf

Relata o medo das pessoas que passavam na rua de conhecer e conversar com as pessoas em situação de rua. Este medo talvez esteja relacionado ao estigma do morador de rua como um criminoso em potencial, que pode assaltar, pedir esmola ou violentar quem quer que atravesse o seu caminho. Trata-se da vinculação mais geral da pobreza com a violência e a delinqüência, o que vem a favorecer que todos os cidadãos enxerguem o morador de rua como 'socialmente ameaçador' e um 'criminoso em potencial'.

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