Fundamentos E Técnicas De Entrevista

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FACULDADE TRÊS MARIAS

CURSO DE PSICOLOGIA

DISCIPLINA: FUNDAMENTOS E TÉCNICAS DE ENTREVISTA

DOCENTE: PROFA. DRA. THAÍS DE SOUSA BEZERRA DE MENEZES

PERÍODO: 2023.2

DAYANA

DEJEANE GERALDO TEIXEIRA

HELLEN LILIAN

KARLA PATRÍCIA BEZERRA DE FRANÇA

KRYSLAINY THAMIRYS MOREIRA
PRISCILA DE LIMA SILVA ARAUJO

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE DEPENDENTE

JOÃO PESSOA
2023

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE DEPENDENTE

Kryslainy Thamirys Moreira

A obra “Quarto de Despejo, diário de uma favelada” como o próprio subtítulo já cita, é um livro em formato de diário aonde autora Carolina Maria de Jesus vai relatando o seu dia a dia com muita riqueza de detalhes e também mostrando o seu sofrimento em ser uma mulher, negra, moradora da favela do Canindé em São Paulo, catadora de lixo, mãe solteira dividindo o seu barraco com seus 3 filhos (Vera Eunice, José Carlos e João José) e de forma incrível ainda é uma excelente escritora.

No seu diário, Carolina retratou de forma muito escancarada e também muito simples a sua realidade cruel como moradora de uma favela ou como ela dizia “A favela é o quintal onde jogam o lixo”, aonde ela fala sobre seu dia a dia, as confusões que ocorriam quase diariamente, a sua luta para conseguir alimentar seus filhos, sua vivência marcada pela fome, pela moradia precária, pela violência, pelo desemprego, pelo preconceito, pela desigualdade social, onde ela usou vários pontos do seu diário para justamente fazer crítica aos políticos da época e as classes mais ricas, que esqueciam completamente das favelas e dos seus moradores.

No decorrer da leitura, percebemos que embora Carolina não tenha conhecimentos acadêmicos ou se formado em boas escolas de forma completa, ela mostra através da sua escrita uma visão crítica e até muito inteligente em relação a assuntos tão relevantes e também tão complexos, abordando temas que apesar do tempo são pra nós ainda muito atuais como política, economia, responsabilidade social, desigualdade social, fome, pobreza, discriminação social, violência, crimes, educação, a ausência de políticas públicas para os moradores da favela, e etc. Dentre tantas reflexões que Carolina faz sobre tantos temas importantes, percebemos que entre eles a política é um ponto aonde ela fazia muitas menções, e até citava com certa frequência, porque ela tinha esperança de mudança de vida através de uma política que olhasse para os pobres, como dentre tantas vezes ela cita a sua ansiedade em Juscelino Kubitschek assumir, para que assim talvez existisse uma esperança para os que moravam nas favelas, e também por outro lado, são várias vezes em que ela cita a sua insatisfação com alguns políticos da época, que só lembravam da favela durante as eleições.

Como ela citou em seu diário no dia 15 de maio de 1958:

“...Os políticos só aparecem nas épocas eleitoraes” (pagina 27)

“... Quando um político diz nos seus discursos que está ao lado do povo, que visa incluir-se na política para melhorar as nossas condições de vida pedindo o nosso voto prometendo congelar os preços, está ciente que abordando este grave problema ele vence nas urnas. Depois divorcia-se do povo. Olha o povo com os olhos semi-cerrados. Com um orgulho que fere a nossa sensibilidade. (pagina 33)

Diante desse cenário citado no diário, podemos perceber que a cidadania não era exercida, muito pelo contrário, da mesma forma que os direitos através das políticas sociais não eram garantidos; como bem citou HOFLING, afirmando que “as políticas sociais se referem a ações que determinam o padrão de proteção social implementado pelo Estado, voltadas, em princípio, para a redistribuição dos benefícios sociais visando a diminuição das desigualdades estruturais produzidas pelo desenvolvimento socioeconômico. ” (HOFLING, 2001, O. 30).