Gestalt Terapia e Sonhos Concluido
Por: Raphael Quintanilha • 4/10/2023 • Resenha • 1.518 Palavras (7 Páginas) • 64 Visualizações
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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
CURSO DE PSICOLOGIA
OS SONHOS NA GESTALT-TERAPIA
ANTONIA XIMENES (17579161729)
CAMILA MEDEIROS (1190105739)
MARCELLA FERREIRA (1190104186)
RAPHAEL QUINTANILHA (1190201980)
RENATA MEDRADO (?????)
TAMIRIS TOMASSO (1190104152)
- Introdução breve sobre Gestalt e sonhos
A Gestalt terapia é uma abordagem psicoterapêutica que se destaca pela ênfase na consciência, no momento presente e na integração das partes do self. A Gestalt terapia é conhecida por sua abordagem humanista e holística para compreender e lidar com os processos psicológicos dos indivíduos.
Quando se trata de sonhos, a Gestalt terapia se diferencia das abordagens tradicionais, como a de Sigmund Freud, que enfatizavam a interpretação dos sonhos em busca de significados ocultos e simbólicos. Em vez disso, a Gestalt terapia valoriza a experiência direta e imediata do cliente em relação aos seus sonhos.
Os sonhos são vistos como manifestações da mente que podem fornecer informações valiosas sobre o mundo interno do indivíduo. No entanto, a ênfase não recai na interpretação, mas sim na vivência e na exploração ativa do sonho.
- O que são os sonhos para a Gestalt-terapia?
Ao longo de muitos anos os sonhos estiveram presente na história em diversas culturas, ele poderia ser visto como terapêutico ou profético, e ter funções diferentes, como ser um fator importante para a tomada de decisões (GINGER, 1995).
Lima Filho (2002) ao discorrer sobre Perls expõe que o processo onírico é a produção mais espontânea do indivíduo, que acontece sem intervenção do desejo, da intenção ou da escolha, ele apenas surge. De acordo com Ginger (1995) ao expor a hipótese de Perls, os sonhos são partes fragmentadas da personalidade do indivíduo, e que é necessário unificar essas partes para retomar um potencial escondido nos sonhos. Perls considera o sonho como “o caminho real para a integração” (1997, p. 98, apud SANTOS, 2004, p. 37), esse processo seria essencial para reconhecer e integrar partes de si mesmo. Assim, o sonho é entendido como uma projeção do próprio indivíduo, e cada elemento desse processo onírico, pessoa, lugar, ou objeto, consiste em uma parte da personalidade do sonhador (SANTOS, 2004)
A Gestalt-terapia explica a projeção como uma possibilidade do indivíduo recusar partes de sua própria personalidade que ele considera ofensiva ou difícil, dessa forma responsabilizando o ambiente externo por algo que é dele (SANTOS, 2004).
Lima Filho (2002) diz que a projeção é tudo que é percebido no mundo e em outro indivíduo, e que a energia contida nos fragmentos de personalidade projetados podem estar disponíveis dessa forma. O autor expõe que poderia ter existido um momento inicial de unificação em que sucedeu-se o processo de dissociação, alienação e rejeição em que se fez necessário uma nova apropriação. Ele faz a ligação da dissociação com a evitação daawareness, e que em conjunto a esse processo de dissociação acarretaria em algum modo de bloqueio, como dessensibilização, embotamento, a distorção ou disfunção dos sentidos.
Ginger (1995) comenta que para alguns terapeutas da Gestalt, além de uma projeção, o sonho é considerado como uma retroflexão, ou censura, na fronteira de contato entre cliente e terapeuta, em que, de forma inconsciente, para evitar de dizer algo de forma explícita ao terapeuta o cliente diz para ele próprio no sonho, pois a lembrança desse sonho poderá ser contada na terapia. Então, o sonho se mostra como uma mensagem encoberta, que manifesta conflitos internos elaborados por conta da evitação da tomada de consciência de partes de si mesmo, de sua própria personalidade (SANTOS, 2004; GINGER, 1995).
- Como o sonho pode ser trabalhado na clínica da Gestalt-terapia
A Gestalt não trabalha com a interpretação do sonho, mas sim com a presentificação e a personificação. O cliente dá sentido e se identifica com as partes do sonho. Ele descreve o sonho como se estivesse acontecendo no presente e o psicólogo, então, dirige como se fosse uma fantasia dirigida, onde o cliente se coloca no lugar dos personagens e dos elementos presentes no sonho.
Diferente de Freud (1900) que utilizava técnicas de interpretação para decifrar os sonhos, Perls (1966) tratou os sonhos como atividades espontâneas decorrentes de vivências atuais. O sonho não era tratado como algo do passado e ele não fazia uma interpretação em cima do que era dito pelo cliente, mas sim estimulava-o a achar o significado no presente.
Perls (1966) afirmava que para trabalhar com o sonho, a técnica é fazer com que ele aconteça novamente. Para isso, o psicólogo pede para que o cliente conte o sonho da forma que lhe vier a memória. Depois disso, ele deixa que o cliente escolha o que quer trabalhar no sonho e conte novamente, mas dessa vez como se estivesse acontecendo naquele momento.
É então que dá-se início a uma psicodramatização onde o cliente, ao decorrer da narração da história, é incentivado a viver vários personagens/elementos presentes no sonho. O psicólogo tem como função dirigir, propondo que a pessoa fale, manifeste e expresse seus sentimentos. O psicoterapeuta precisa ser ativo, perguntando, fazendo comentários e incentivando o cliente a desempenhar o papel dele no sonho. Perls (1966) diz que todos as partes diferentes encontradas no sonho são a própria pessoa e se trata de uma projeção.
Neste contexto, a abordagem gestáltica tem como objetivo aprofundar a compreensão do cliente sobre seu mundo interior e suas experiências emocionais. Ao lidar com os sonhos, a terapia gestalt busca trazer à tona as emoções e conflitos ocultos que podem estar presentes nas histórias dos sonhos. Essa abordagem valoriza a consciência, autenticidade e responsabilidade do cliente em relação aos seus próprios processos internos.
Conforme o cliente descreve o sonho como se estivesse acontecendo agora, incentivamos que ele se conecte com cada elemento do sonho, como personagens, objetos, cenários e situações. Essa imersão profunda nos elementos do sonho permite ao cliente explorar suas próprias projeções e entender como esses elementos podem representar partes de si mesmo ou aspectos de sua vida diária.
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