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Gravidez na adolescência: Um olhar no contexto escolar

Por:   •  16/11/2015  •  Monografia  •  9.633 Palavras (39 Páginas)  •  292 Visualizações

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL LUCAS MACHADO – FELUMA
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS – FCMMG
AMBULATÓRIO SILVIANO BRANDÃO

 

Ellen Areda
Fabricia Maria dos Santos

Gravidez na adolescência: um olhar no contexto escolar

Belo Horizonte
2013


Ellen Areda
Fabricia Maria dos Santos

Gravidez na adolescência: um olhar no contexto escolar

Trabalho apresentado ao curso de Psicologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, tendo como pré-requisito a obtenção de créditos na disciplina Trabalho de Conclusão de Curso.

 Orientador(a): Ana Carolina Morici.

Belo Horizonte
2013


Sumário

1.        Introdução        

2.        Vivências e Transformações na Gravidez e na Adolescência        4

4.        Gravidez na Adolescência e Evasão Escolar        11

5.        A Gravidez na Adolescência e Seus Amparos Institucionais        17

5.1.        Programa da Saúde da Família (PSF)        17

5.2.        Programa da Saúde na Escola (PSE)        19

5.3.        Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)        21

6.        Análise e Discussão        23

7.        Considerações Finais        25

Referências        27 


  1. Introdução

Este estudo tem como objetivo geral verificar como as adolescentes enfrentam as mudanças que ocorrem em sua vida após a ocorrência da gravidez e suas perspectivas para o futuro, principalmente em relação ao contexto escolar.

Para este objetivo ser alcançado é necessário refletir sobre a educação sexual e sua influência sobre a saúde sexual e reprodutiva do adolescente. A reflexão aqui proposta é baseada em observação e análise de levantamentos bibliográficos para explicar o fenômeno a partir de dados já publicados.

A relevância de se investigar esse aspecto reside no pressuposto inicial de que a gravidez em uma adolescente, em especial quando ela é solteira, pode resultar em uma crise intrafamiliar.

A gravidez na adolescência é motivo de preocupação em função das consequências devastadoras para o desenvolvimento tanto da mãe quanto da criança, visto que expressa um exemplo perfeito da interação de riscos biológico e sociais.  

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), adolescência compreende o período entre os 11 até 19 anos de idade, sendo considerada uma fase de transição entre a infância e a vida adulta no desenvolvimento humano.

Para Caputo e Bordin (2008) a população mundial de adolescentes já passou de um bilhão. Estima-se que 60 em cada 1.000 meninas de 10 a 19 anos tornam-se mães, correspondendo ao nascimento de 17 milhões de bebês a cada ano. Segundo IBGE (2000), no Brasil a população feminina entre 10 e 19 anos já ultrapassa os 17 milhões.

A fase da adolescência pode resultar ou não em problemas futuros para o desenvolvimento do indivíduo. Nesta fase há muitas transformações tanto físicas como psicológicas, possibilitando o surgimento de comportamentos irreverentes e desafiadores para com as demais pessoas, e há ainda o questionamento dos modelos e padrões infantis, que são necessários ao próprio crescimento.

A sociologia mostra que a adolescência é principalmente uma passagem, cujos limites e definição mudaram o curso da história de acordo com as situações sociais (Galland,1997).

Para Aberastury (1989), as transformações físicas como o surgimento de pêlos, crescimento da mama nas meninas, a chegada da menarca, a transformação no timbre de voz dos meninos, o ganho da massa corporal contribuem para potencializar a renúncia do corpo infantil. Essas mudanças ocorrem sem que o adolescente tenha controle sobre elas, surgindo dúvidas, inseguranças que conduzem a ansiedade e conflitos (Aberastury, 1989).

Neste período de mudanças, o comportamento sexual manifesta com clareza o caráter de transição da adolescência. Os adolescentes deixaram de ser crianças e começam a ver seus desejos e necessidades sexuais intensificados com a consequente maturação de seus corpos. (Coll, 2003)

No Brasil, os adolescentes iniciam a atividade sexual, sem a preocupação com as formas de prevenção em relação ao sexo seguro, como uso de pílula ou da camisinha e muito menos com as suas principais conseqüências: gravidez e DST/ AIDS (Aquino et al. 2010). Conforme estudos de Borges Schor (2005) a gravidez indesejada chega a uma proporção de 50% entre adolescentes de 15 a 19 anos no Brasil.

Os estudos de Chalem et al (2007) evidenciam que no Brasil , cresceu a proporção da participação da gravidez entre 15 e 19 anos nos  índices de fecundidade, paralelamente à diminuição da proporção das demais faixas etárias. É importante ressaltar que a maior incidência da gravidez ocorre entre jovens pobres e de menor escolaridade, isso mostra à dificuldade de acesso às informações sobre contracepção e aos insumos contraceptivos, no entanto, o conhecimento sobre os métodos contraceptivos não garante seu uso. A maioria das adolescentes pratica a primeira relação sexual sem nenhuma proteção, o que pode ser resultado de um modelo de socialização que nega às mulheres o exercício da sexualidade, fazendo com que as meninas não desenvolvam habilidades para falar de sexo e sintam-se pouco à vontade para abordar o tema com o parceiro, até mesmo sem prevenir contra doenças sexualmente transmissíveis (Vilella, Doreto, 2006).

Furman e Wehner (1994) argumentam que as relações de casal durante a adolescência precoce satisfazem quatro tipos de necessidades: sexuais, de afiliação e de dar e receber apoio, sendo que as primeiras que os adolescentes estabelecem servirão para satisfazer fundamentalmente as necessidades sexuais e de afiliação. Além dessas necessidades é importante destacar a influência dos meios de comunicação e da mídia, redução de tabus e inibições sexuais, falta de diálogo entre os pais, distanciamento entre os conteúdos ministrados em sala de aula e a realidade, menarca precoce, auto-afirmação e a gravidez como ritual de passagem para a fase adulta. (Mendonça; Araújo, 2009).    

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