HOMOSSEXUALIDADE, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO SOCIAL Direitos humanos violados e inviabilizados nas próprias instituições
Por: universitariapsi • 14/9/2015 • Artigo • 1.316 Palavras (6 Páginas) • 603 Visualizações
HOMOSSEXUALIDADE, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO SOCIAL
Direitos humanos violados e inviabilizados nas próprias instituições
RESUMO
O presente artigo tem a finalidade de discutir os direitos e deveres das instituições enquanto meio social e individual. Discute também as características que propõe a desconstrução de preconceito e discriminação influenciados por instituições e indispensáveis para o construto do ser independente e/ou do ser influenciado.
Palavras-chave: Preconceito. Homofobia. Discriminação. Instituições.
Objetivo: Analisar o preconceito e a homofobia no âmbito das instituições; e o reflexo desse processo na constituição subjetiva dos sujeitos.
1. A construção histórica da homossexualidade
Os primeiros registros encontrados sobre a sexualidade datam de 4500 a.c que ocorreram entre Oros e Seti, na sociedade egípcia. (Mott,1984, apud GUIMARÃES, Anderson F.P, 2009)
Na Idade Média, onde a igreja tinha plenos poderes para ditar as regras, a questão da homossexualidade era reprimida e punida por ditarem a história da Bíblia (que o homem foi feito para mulher e a mulher para o homem), onde se impunha a heterossexualidade como o modelo ideal e saudável de sexualidade.
No século XIX o termo “homossexualismo” veio para denominar atos sexuais entre pessoas do mesmo sexo, o que repercutiu uma vinculação doentia ao mesmo. (GUIMARÃES, Anderson F.P, 2009)
Segundo Foucault (1984, apud GUIMARÃES, Anderson F.P., 2009), ao longo de nossa história, a sexualidade pode ser vivida e diferenciada por culturas e períodos, intercalados por momentos de recato e privações sexuais.
No Brasil a questão da homossexualidade pôde ser demonstrada através dos seus primeiros habitantes, onde já se observava o ato entre os índios. Com a chegada dos portugueses e a base cristã jesuíta, a questão homossexual foi sucumbida pelo próprio repúdio imposto pelos catequizadores e carregada até atualmente.
“O termo homossexual foi criado em 1869 pelo escritor e jornalista austro-húngaro Karl-Maria Kertbeny. Deriva do grego: homos, que significa semelhante, igual. Já a sexualidade, segundo Passos (1999), se refere a como o sujeito vivencia a experiência do sexo sob todas as crenças e valores que se tem a respeito do assunto. Portanto, nada mais evidente do que definirmos homossexualidade como sendo um estilo de vida sexual compartilhada e vivenciada com pessoas do mesmo sexo (sexo semelhante, igual)” (GUIMARÃES, Anderson F.P., 2009).
2. A visão institucional – família, escola e igreja
As instituições familiares, escolares e religiosas são as primeiras que se tem contato para a construção social. Estão também diretamente relacionadas ao primeiro contato que o indivíduo possa ter com os termos estereótipo/preconceito/discriminação.
No Brasil uma cultura machista se fez presente até no movimento GLBT onde o nome era iniciado pela letra G da palavra Gay; que no Brasil era considerada uma denominação quase exclusiva do gênero masculino. A partir da crítica feminista a sigla foi alterada para LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). Uma simples mudança de siglas no movimento homossexual é capaz de causar uma grande repercussão sexista, pois sugere que não há solução definitiva para o problema e que dentro do próprio movimento possa existir preconceito entre os mesmos dos gêneros. As letras BTTT, referente aos Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros permanecem no fim da sigla. Por quererem se privilegiar de alguma forma acabam por excluir algum gênero referente ao próprio movimento. (LOURO, 1997; MORENO, 1999 apud DINIS, Nilson Fernandes, 2011).
Exemplos como este tornam possível observar a manifestação social a favor da igualdade sexual. Ter atitude e mudar um comportamento que está “incomodando” é muito difícil quando se trata de uma visão sócio-cultural antiga. Porém é necessária para que seja possível expor à sociedade as causas de discriminação e violência.
Atualmente, em um século de Revolução Sexual, é preciso avaliar o retorno que as instituições dão ao indivíduo a respeito da homossexualidade.
Tratando de assuntos como este, e fazendo uso da imparcialidade e alteridade, é possível chegar a uma grande mudança social no pensamento preconceituoso.
É muito comum ver “brincadeiras” preconceituosas nas instituições fundamentais durante a formação do indivíduo (família, escola e religião) que, “como quem não quer nada”, acabam resultando em atos discriminatórios.
Uma pesquisa feita em Santa Maria (RS) com professoras relata uma grande dificuldade de tratar o tema homossexualidade e homofobia com seus alunos em sala de aula. (BORGES, Zulmira Newlands et.al., 2011); pois não há suporte em suas próprias formações pedagógicas, dificultando a abordagem e discussão do tema entre os alunos e professores.
Na família também é possível evidenciar a mesma dificuldade, pois se trata de um assunto que ainda é visto como “imoral” por causa dos preconceitos construídos culturalmente.
A escola está presente na vida do indivíduo de maneira abrangente e significante para sua formação identitária. O indivíduo busca respostas as suas interrogações e espera obter em troca “uma verdade científica”. O papel da mesma, na vida do indivíduo, é de grande importância, pois é neste local que ele irá fortalecer, abstrair e internalizar o seu papel social ao longo de sua vida. A família
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