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Habilidades Sociais: Civilidade e Empatia

Por:   •  6/9/2017  •  Projeto de pesquisa  •  3.078 Palavras (13 Páginas)  •  1.019 Visualizações

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Erica Aparecida da Silva

RA 002201000994

usf

Habilidades Sociais: Civilidade e Empatia

Itatiba

2014

INTRODUÇÃO TEÓRICA

Como contribuição inicial para a compreensão do papel do psicólogo no âmbito escolar e educacional, Martinez (2010) afirma que atuação do profissional da psicologia nessa área ainda é um assunto discutido de maneira ampla, principalmente entre os que estão empenhados em auxiliar na melhora da qualidade do método educativo. Geralmente, sua atuação se baseia em diagnosticar e atender crianças com dificuldades emocionais e/ou comportamentais, assim como orientar os pais e a escola a respeito da melhor maneira de intervir com alunos que apresentam tais dificuldades. Esta visão representa a forte influência do modelo clínico tanto na formação, quanto na atuação do psicólogo no Brasil. Ainda nesse sentido, a autora descreve que a psicologia escolar trata-se de uma área de atuação, na qual a aplicação da psicologia possui o propósito de auxiliar na melhora do processo educativo, ao qual consiste em um amplo processo de divulgação cultural e de espaço para a manifestação da criatividade.

Segundo Del Prette (2001) a psicologia que é desenvolvida na escola é denominada por alguns estudiosos da área como psicologia escolar, mas também pode ser nomeada de psicologia educacional. O psicólogo inserido em meios escolares necessita compreendê-los como algo muito além dos ambientes físicos da escola, ou seja, é preciso tomar consciência de todos os aspectos envolvidos no processo educacional como um todo. Como pesquisador que ali encontra o seu objeto de estudo, o profissional da psicologia deve preparar-se para desenvolver atividades que contribuam para a evolução da aprendizagem dos conteúdos escolares; que auxiliem na compreensão da criança e do jovem, buscando não reduzi-los simplesmente à condição de “alunos”; que avance na explicação dos variados modos de interação que se instalam como parte constitutiva do processo educacional; e finalmente, que pesquise em toda a sua complexidade os diversos fenômenos que são próprios à instituição escolar.

Para Guzzo, Martínez e Campos (citado por Costa & Guzzo, 2006), apesar das críticas feitas à psicologia escolar acerca da formação e atuação do profissional, o psicólogo escolar tem atuado também com intervenções preventivas e comunitárias, não estando focado somente na intervenção individual dos problemas de aprendizagem e comportamento, ao qual constitui o modelo clínico. O fator preventivo é visto como um modelo cujo objetivo é romper com o modelo médico, focado na doença e no sujeito. Frente a este modelo, para que o psicólogo escolar possa prevenir problemas que possam atrapalhar o funcionamento emocional e psicológico de uma pessoa em processo de escolarização, é preciso que haja diversas atuações visando buscar a melhor estratégia que abranja os vários contextos em que ela está inclusa.

De acordo com Vokoy e Pedroza (2005), é preciso que o psicólogo intervenha nos aspectos relacionais entre a equipe e os educadores da escola, abrangendo os conflitos, as insatisfações e contradições ligadas às ações sociais. O psicólogo escolar precisa ter como foco estimular os professores a exercerem uma prática ativa no processo da educação. Frente a isso, os princípios desta prática englobam o trabalho interdisciplinar junto aos professores, à família e aos alunos. Para Pedroza (citado por Vokoy & Pedrosa, 2005), a presença do psicólogo nas rotinas escolares visa criar um espaço de troca de ideias e reflexões, contribuindo desta maneira para que a escola seja mais democrática e para que a atuação dos diversos profissionais se complemente.

É possível afirmar que a atuação do psicólogo na escola tem um caráter essencialmente social, articulado a outros fazeres da instituição e do contexto fora da escola. Sua atuação além de resultar na melhor adaptação do aluno aos programas e ao ambiente escolar, deve contribuir para a criação de novos cenários e práticas educativas. Essa atuação é construída historicamente considerando normas e valores, então o psicólogo deve utilizar sua capacidade analítica e instrumental para exercer seu papel, para assim compreender as relações na instituição escolar e os agentes nela envolvidos. Com isso, é possível identificar necessidades e possibilidades de aperfeiçoamento dessas relações, além de poder analisar a natureza e a qualidade das relações essenciais (professor-aluno-objeto de conhecimento) e de suporte. Nesse segmento o psicólogo escolar também deve contribuir para criar condições onde os agentes interajam, para que seja definido o projeto pedagógico da escola e que fique claro o papel de cada um deles na prática desse projeto (Pinheiro, Roazzi, Custódio, Witter, Novaes, Guzzo, Neto & Del Prette, 1996).

Fundamentando-se nas diversas possibilidades de atuação do psicólogo no contexto escolar é possível reconhecer um caminho interessante de atuação, no sentido de facilitar condições para que se abram as portas do autoconhecimento aos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Segundo Chauí (2013), havia na Grécia Antiga, por volta do séc. IV a. C., um santuário na cidade de Delfos dedicado a Apolo, deus da luz, da razão e do conhecimento verdadeiro e, também, patrono da sabedoria universal. No portal de entrada desse maravilhoso templo estava escrita a profunda mensagem do deus, ou o principal oráculo de Apolo: “Conhece-te a ti mesmo”. Tal ensinamento é tão profundo que Sócrates, um dos mais significativos filósofos gregos, se inspirou para desenvolver sua filosofia. O pensamento socrático enfatiza a importância do autoconhecimento no sentido de possibilitar ao ser, uma oportunidade de encontrar a verdade que é capaz de transformá-lo como pessoa. Sendo assim, as vivências propostas no presente projeto estarão buscando estar sempre em consonância com esse princípio.

Acredita-se que no caminho do autoconhecimento, em algum momento o indivíduo há de se deparar com as relações humanas como parte desse processo, pois ser humano é estar com o outro. Segundo Aranha e Martins (1993), o processo de humanização do ser só ocorre através do convívio com outras

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