INFÂNCIA ROUBADA DELA DITADURA MILITAR BRASILEIRA
Por: Meire.Mel • 5/11/2020 • Trabalho acadêmico • 519 Palavras (3 Páginas) • 186 Visualizações
15 FILHOS- INFÂNCIA ROUBADA DELA DITADURA MILITAR BRASILEIRA
Resumo: Propomos uma reflexão sobre depoimentos de filhos de militantes políticos de esquerda que nasceram ou viveram sua infância no período do regime militar. É do conhecimento de muitos que a ditadura cometeu atrocidades, torturando e matando muitas pessoas, mas pouco se ouviu falar sobre o que passaram os filhos daqueles que lutaram contra o arbítrio. Crianças (algumas ainda bebês) foram presas com seus pais, exiladas e até mesmo torturadas. Há ainda as que chegaram a ser instrumento na tortura dos pais e até as que nasceram dentro da prisão. Com o objetivo de apresentar uma análise diferente, centrada na infância dessas pessoas, calcada na sensibilidade, na percepção e na ausência de seus pais de uma visão psicológica.
Palavras-chave: Trauma infantil, Direitos humanos, Traumas que impactam para sempre, Psicologia
Introdução
Será abordado tópicos que encontramos dentro da Psicologia enquanto ciência e profissão, no contexto histórico vivido e descrito em um documentário por 15 filhos de guerrilheiros na época da Ditatura Militar. Estes filhos resgataram os traumas de uma infância brutalmente roubada, onde viveram perseguições, foram torturados, aterrorizados, deixando um passado cheio de traumas e marcas jamais esquecidas, sem base familiar, trazendo grandes prejuízos até seus dias atuais.
As questões relativas à violência e aos direitos humanos são ações determinantes na vida de qualquer indivíduo. Principalmente na infância, pois sabemos que ela é a base para a vida adulta. Iremos discutir alguns conceitos e problemáticas vividos por estes filhos no que se refere à constituição do campo científico e profissional da Psicologia. Para isso faremos uma reflexão crítica do em um contexto geral acerca desses acontecimentos.
Não me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido por um pai.
(SIGMUND, Freud, 1930, p.27)
Traumas da Infância – Ações que influencia a vida adulta
Todos os filhos que viveram esse momento de terror sofrem com traumas, alguns ainda tem dificuldades para conviver em sociedade, se relacionar, apresentam baixa autoestima, medos, receio pelo presente e futuro, alguns demostraram ódio através de palavras.
As sequelas mais frequentes são: desconfiança, comportamentos regressivos, os lutos, a dor, medo, angústia crônica, depressão, ansiedade, insônia, pesadelos, receio na repetição do trauma, transtornos neuróticos e até mesmo psicóticos, alterações dos hábitos alimentares, sexuais, irritabilidade, fechamento de si, sentimento de culpa e vergonha, busca constante de refúgio, sintoma de estar sendo perseguido a todo instante, sentimento de perda permanente, bloqueio de crescer profissionalmente, transtornos da memória, da percepção e da atenção, dificuldades em se relacionar com outras pessoas, de formar uma família, de viver bem consigo e com o próximo.
Isso tudo leva o ser humano a desvalorizar-se como pessoa, apagar seus sonhos, suas convicções de viver uma
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