Infidelidade conjugal na perspectiva do homem traído
Por: Michele Macedo • 1/6/2016 • Projeto de pesquisa • 1.985 Palavras (8 Páginas) • 550 Visualizações
Disciplina: Estágio Básico 1
Professor: Ana Cristina
Alunas: Andreza, Luciano e Michele.
- Tema
INFIDELIDADE CONJUGAL NA PERSPECTIVA DO HOMEM TRAÍDO
2. Justificativa
A infidelidade é algo[a] que sempre existiu nas sociedades[b], sendo praticada em sua maioria pelos homens[c]. Nos tempos atuais, ela é vista como comum e natural[d], passando, em razão disso, a ser praticada por ambos os sexos. Contudo, ainda que seja naturalizada, ninguém quer ser traído[e]. Frente ao tema e, partindo do pressuposto de casais heterossexuais,[f] existe uma questão pouco difundida quando se trata dos sentimentos do homem que passa por uma traição da parte de sua esposa, e está relacionada ao entendimento que temos a respeito da tolerância do homem enquanto “macho alfa[g]”, enquanto um ser dominante.
Embora comumente tratado na modernidade, esse é um assunto quase não explorado quando a vítima vem a ser o homem [h]e, até hoje, é tido como vexatório no meio familiar. Com isso, importa tratar o tema afim de demonstrar o impacto pisicossocial [i]que pode acarretar à vida do homem traído e suas consequências psicológicas. A intenção aqui não é trazer respostas prontas, mas apontar um caminho [j]e, de alguma forma, auxiliar inúmeros homens que hoje têm procurado ajuda[k], demonstrando que é possível aprender a lidar mais diretamente com a possibilidade de traição[l], ao invés de ignorá-la e surtar[m] ao ponto de fazer uso da violência quando esta acontecer. Dessa forma, talvez sua relação monogâmica [n]possa até mesmo melhorar.
Queremos com esse trabalho, investigar a infidelidade conjugal dentro do casamento contemporâneo[o], numa perspectiva psicanalítica[p], tendo como foco o pensamento/sentimento do homem frente à infidelidade da mulher, e, também, levantar hipóteses que a justifiquem[q].
3. Questão Problema
A experiência da traição é dolorosa para qualquer um, mas homens e mulheres reagem de maneiras diferentes ao trauma.
Segundo o professor e psicoterapeuta Sócrates Nolasco[r], que desde 1985 estuda o comportamento masculino, a traição da mulher abala valores essenciais à masculinidade. O desempenho sexual e financeiro e a atuação do homem como chefe de família ficam em xeque. "Aquilo que o faz se sentir homem é repentinamente solapado. A resposta para esse ataque muitas vezes é a violência, que pode se concretizar em vingança ou se manifestar psicologicamente, com fantasias", afirma Nolasco[s].
Para sarar essa dor é necessário um período de luto, quando os homens questionam os motivos da traição e se teriam feito algo errado. Segundo Nolasco, muitos têm dificuldade de conversar com amigos sobre sua vulnerabilidade. Isso faz com que o tempo de luto seja ainda mais penoso, pois o homem machucado tende a se isolar. Em razão disso, cabe-nos perguntar: Qual a força/impacto infidelidade dentro da conjugalidade na perspectiva do homem[t]?
4. Objetivos
4.1 Geral
Investigar os impactos psicossociais [u]de homens casados no civil que vivenciaram a infidelidade por parte do cônjuge.
4.2 - Específicos
1-Analisar quais as consequências psicossociais da infidelidade conjugal vivenciada por homens[v]
2- Identificar os principais fatores que influenciam na construção da autoimagem do homem diante da traição;
3- Especificar como se sentem [w]frente a infidelidade de sua parceira;
4- Entender como se estabelece a convivência no relacionamento após a traição[x].
REVISÃO DE LITERATURA BÁSICA
No Brasil, segundo Regina (2008), o casamento civil se dá na união contratual, sendo ele um vínculo jurídico entre duas pessoas, tornando-o necessariamente monogâmico. A autora afirma ser o casamento civil, “ [...]a mais importante e poderosa de todas as instituições de direito privado[...].” De acordo com os dados estatísticos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2011 ocorreram cerca de 818.300 casamentos registrados no civil entre cônjuges solteiros, sendo que, anualmente, há um aumento de quase 200.000 casamentos relacionado ao ano anterior desde 2003.
Féres-Carneiro (1998) afirma, “A realidade do mundo é sustentado através do dialogo com pessoas significativas e o casamento ocupa um lugar privilegiado entre as relações significativas validadas pelos adultos na nossa sociedade.” De fato, o casamento é uma importante instituição, contendo uma função social de pertencimento e individual de ordem intrapsíquica.
Almeida (2005), diz que há alguns vestígios da literatura grega clássica que evidenciam registros anteriores à monogamia, dos povos gregos e asiáticos, onde era comum aos homens terem relações sexuais com várias mulheres, e vice versa, sem que isso fosse considerado uma violação da moral. No entanto, essa fase libertária sofreu drástica mudança devido às guerras. Os homens para garantirem a sua descendência, estabeleceram com suas mulheres um contrato conjugal monogâmico, aonde elas só poderiam relacionar-se sexualmente com eles. Foi a partir dessa necessidade de deixar herdeiros, que houve uma mudança significativa de conceitos e vivências, passando as relações conjugais da prática heterogâmica para a monogâmica.
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