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Isolamento e suas consequências para a saúde mental

Por:   •  5/10/2020  •  Projeto de pesquisa  •  1.241 Palavras (5 Páginas)  •  129 Visualizações

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A chegada do Coronavírus modificou a rotina da maioria dos brasileiros.

Trabalhadores fazendo quarentena, home office, o afastamento de entes queridos para proteção

e, além de tudo isso, o excesso de informações pela internet, tem gerado efeitos psicológicos

negativos na população. Ficar dentro de casa influi muito na qualidade de vida das pessoas. Em

uma rotina normal, adultos e crianças ficam mais tempo fora de casa do que dentro. É necessário

um reaprendizado que precisa ser feito para uma mudança de comportamento. É preciso

aprender a ficar consigo próprio. O ser humano tem necessidade de pertencimento a um grupo.

Contudo, ficar muito tempo em casa e com medo do incerto pode causar certo

desespero. Por isso, a necessidade de pesquisar sobre a temática de epidemias e pandemias.

Através da Psicologia de Emergência e Desastres, que é voltada para atenção ao ser humano

em situações de crise, podemos buscar respostas.

As epidemias e pandemias que aconteceram e foram registradas ao longo da história

causaram momentos de grande tensão e foram catalisadores de transformações em alguns

casos. São acontecimentos que colocaram sociedades inteiras sob ameaça, por isso, optamos

por realizar um levantamento bibliográfico sistemático do comportamento da sociedade

brasileira frente a pandemias e analisar o processo de reestruturação. A nossa pesquisa poderá

contribuir com a compreensão do processo de normalização após o caos instalado.

5. REFERENCIAL TEÓRICO

As mudanças que ocorrem na sociedade, nos seus conceitos, seus paradigmas

podem ser observados e analisados olhando ao longo do tempo. Quando estamos imersos em

nossa cultura de tal forma que não conseguimos deslocar nosso olhar temporal e espacialmente,

calcificamos nossas ideias e adquirimos o hábito de naturalizar o que percebemos em nossa

volta. Isso ocorre por uma adequação do indivíduo biopsicossocial ao seu ambiente. De outra

forma, quando olhamos para o que se passa em nosso entorno com “olhos que analisam” e não

que apenas aceitam, descobrimos que o que julgamos ser nem sempre o é, e o que julgamos não

ser, talvez, seja. A sociedade se modifica em todos os seus aspectos. Vemos ao longo da história

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epidemias; como: o SARS, ZikaVirus, Ebola, H1N1 e, muito provavelmente, a sociedade

enfrentará novas epidemias por conta a disseminação de doenças infecciosas. Devido à

globalização e à crescente integração das questões além-fronteiras, o mundo está cada vez mais

complexo e em rápida transformação. Portanto, há forças que operam na sociedade

transformando-a; e estas forças, por sua vez, também agem sobre os indivíduos que se

modificam e dão início a novas configurações no meio em que vivem. Segundo Corsi (2015),

esta relação é cíclica; e opera em todas as sociedades, e em todos os indivíduos, seja de forma

consciente ou não. Ajustando nosso olhar, percebemos um sujeito que atua neste cenário social

modificando constantemente.

Segundo Paranhos (2015), desastres e catástrofes são acontecimentos de alta

complexidade capazes de promover o estresse, tanto em decorrência da exposição a um perigo

iminente, quanto a exposição da saúde física e emocional das pessoas envolvidas, necessitando

de uma equipe multidisciplinar, alinhada em sua tomada de decisões, com ações eficazes,

organizadas e bem executadas. A ideia de um indivíduo que se transforma e igualmente

modifica seu entorno desenha a sociedade e todas as suas áreas de atuação, que logo depois é

transformado novamente. Kuhnen (2009) afirma que a percepção é a captação, seleção e

organização das informações ambientais, que permite a tomada de decisão para uma ação

inteligente. Ela é aprendida e está repleta de afetos que irão influenciar sobre os entendimentos

elaborados em torno do ambiente, e nas intenções que objetivem transformações no meio. Desta

maneira, a percepção do ambiente corrobora a influência do indivíduo.

A prevenção dessas condições, a princípio, está em entender os elementos que

produzem os fenômenos naturais, e a elevação da capacidade de resiliência da sociedade contra

esses fenômenos. De acordo com Noronha (2009), os indivíduos resilientes eram aqueles que,

como uma bola de borracha ou uma verga de aço, seriam capazes de sobreviver a prolongadas

situações de estresse sem apresentar qualquer tipo de dano definitivo em sua saúde emocional

ou competência cognitiva. Dessa forma, Noal e colaboradores (2016) refletem que a prevenção

dos desastres faz com que a fragilidade da população seja evitada e, pelo meio de que se

conquiste uma vida saudável. Segundo Diniz Neto (2015), nas comunidades onde existe

experiência com diversos eventos com alguma regularidade, as pessoas demonstram uma

tendência de respostas mais sistemáticas, e, como resultado, menor vulnerabilidade social.

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