Lidando Com a morte e o sentimento de perda
Por: Stephanie Martins • 27/5/2018 • Monografia • 3.001 Palavras (13 Páginas) • 381 Visualizações
LIDANDO COM A MORTE E O SENTIMENTO DE PERDA
A morte é um fato biológico, mas também apresenta aspectos diversos aspectos sendo eles: sociais, culturais, históricos, religiosos, legais, psicológicos, clínicos, éticos e de desenvolvimento que, com frequências estão intimamente interligados.
A morte e a perda são experiências universais, seu contexto é cultural e histórico. Atividades culturais e religiosas referente à morte e ao morrer afetam o modo como as pessoas enxergam sua própria morte. Na cultura a morte é regida por prescrições religiosas ou legais que refletem a cisão que uma sociedade tem da morte e do que acontece depois.
Até o século XX a morte foi considerada um evento frequente e esperado, as vezes considerado bem-vindo como o fim do sofrimento. Após houve a revolução da mortalidade onde no final do século XIX ocorreram avanços na medicina, saneamento básico e tratamento de doenças consideradas fatais.
A medida que a morte cada vez mais foi se tornando um fenômeno do final da idade adulta, passou a ser invisível e abstrata. Discussões abertas sobre, refletiram e perpetuaram atitudes de evitação e negação da morte. A morte – mesmo a dos muitos idosos – passaram a ser vista como uma falha do tratamento médico e não como o fim natural da vida.
ASSISTENCIA AO DOENTE TERMINAL
Presta cuidados pessoais e compassivos, voltados para o paciente e a família, a indivíduos com doença terminal. Seu foco está nos cuidados paliativos (também chamados de cuidados de consolo): alivio da dor e do sofrimento e controle dos sintomas, para manter uma qualidade de vida satisfatória e permitir que o paciente morra em paz e com dignidade. Essa assistência geralmente ocorre em casa; mas também pode ser prestada num hospital ou em outra instituição num centro assistencial ou mediante uma combinação aos cuidados domésticos e institucional.
Os cuidados paliativos também podem ser introduzidos quando uma doença ainda não é terminal, e talvez melhore a qualidade de vida. “Quando pacientes terminais são vistos, e sabe que são vistos, como dignos de honra e estima por aqueles que cuidam deles, é mais provável que a dignidade seja mantida”.
ENFRENTANDO A MORTE E AS PERDAS
A morte é um capítulo importante para o desenvolvimento humano. As pessoas mudam ao reagirem à morte e ao morrer, seja a sua própria morte ou a de um ente querido.
O declínio terminal refere-se especificamente a um declínio em várias capacidades cognitivas, amplamente observado pouco antes da morte, mesmo quando fatores demográficos e relativos à saúde são controlados. Foi constatado que perdas na velocidade perceptual podem prever a morte com 15 anos de antecedência. Declínios na habilidade verbal, raciocínio espacial e cognição são outros importantes sinalizadores de declínio terminal.
EQM – experiência de quase-morte, geralmente envolvendo uma sensação de estar quase fora do corpo ou de ser sugado por um túnel, e visões e luzes brilhantes ou encontros místicos. Esses relatos são altamente subjetivos, e os céticos geralmente interpretam como resultantes de alterações fisiológicas que acompanham o processo de estar morrendo.
CONFRONTANTO A PRÓPRIA MORTE
Cinco estágios na relação com a morte: Negação, Raiva, Barganhar, Depressão e Aceitação. Também há uma progressão semelhante nos sentimentos de pessoas que estão diante de uma perda iminente.
Nem todos passam pelos cinco estágios e não necessariamente na mesma sequência. Uma pessoa pode oscilar entre a raiva e a depressão, por exemplo, ou então sentir ambos ao mesmo tempo. Morrer, assim como viver, é uma experiência individual. Para algumas pessoas, a negação ou a raiva podem ser uma maneira mais saudável de enfrentar a morte do que uma aceitação tranquila.
PADRÕES DE LUTO
A perda de um ente querido e o processo de adaptação a essa situação de ausência podem afetar praticamente todos os aspectos da vida de quem permanece vivo. A perda normalmente provoca mudanças de status. Pode haver consequências sócias e econômicas – perda de amigos e ás vezes de renda. Mas primeiro ocorre o pesar do luto – a resposta emocional vivenciada nos primeiros estágios da perda. A perda, assim como o morrer, é uma experiência altamente pessoal.
Um padrão clássico dos estágios de luto são os estágios em que a pessoa enlutada aceita a dolorosa realidade da perda, aos poucos se liberta do vínculo com o falecido e se readapta à vida desenvolvendo novos interesses e novos relacionamentos. Esse processo de elaboração do luto, a resolução de questões psicológicas ligadas a ele, geralmente segue uma sequência – embora, assim como acontece nos estágios, pode haver variação.
- Choque e descrença;
- Preocupação com a memória da pessoa falecida;
- Resolução
O luto passar por múltiplas variações, embora o padrão de luto seja comum, nem sempre segue uma linha reta do choque à resolução. Sendo assim o luto te três principais padrões:
- Padrão luto normalmente esperado: a pessoa enlutada passa do sofrimento intenso ao sofrimento leve.
- Padrão luto ausente: a pessoa enlutada não experimente sofrimento intenso, nem de imediato, nem mais tarde.
- Padrão luto crônico: pode ser especialmente doloroso e a aceitação, mais difícil, quando a perda é ambígua, como quando um ente querido está ausente e presume-se que tenha morrido.
Resiliência: ”Um nível de sofrimento baixo e gradualmente decrescente. Os resilientes expressam a aceitação da morte como um processo natural“.
ATITUDES EM RELAÇÃO À MORTE E AO MORRER DURANTE O CURSO DA VIDA
Não há uma maneira de ver a morte que seja independentemente da idade; as atitudes das pessoas refletem sua personalidade e experiência, bem como o quanto acreditam que estejam próximas da morte.
INFANCIA E ADOLESCENCIA
Na teoria neopiagetiana, entre 5 a 7 anos a maioria das crianças passam a entender que a morte é irreversível. Na mesma idade a criança percebe dois conceitos importantes sobre a morte:
- A morte é universal
- A morte é inevitável.
Uma criança pode adquirir uma compreensão parcial do que acontece após a morte já aos quatro anos de idade, mas essa compreensão talvez só seja completa no período escolar. Para uma criança com doenças terminais, a necessidade de entender a morte poderá ser mais urgente e mais concretas.
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