Livro Intermitencias Da Morte
Ensaios: Livro Intermitencias Da Morte. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: gabitestrela • 23/2/2015 • 1.163 Palavras (5 Páginas) • 336 Visualizações
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Faculdade de Psicologia
AS INTERMITÊNCIAS DA MORTE
Belo Horizonte
2014
Intermitências
Quando se diz intermitências, segundo o dicionário, se refere a algo que vai e volta, instável. E o livro fala das idas e vindas da morte, em um lugar do mundo onde as pessoas pararam de morrer em um período de tempo.
Resumo
O livro de José Saramago, As Intermitências da Morte, trata de uma forma bem diferente e com certa dose de humor, o tema da morte. No livro, um país fictício, recebe o que alguns consideram uma bênção e outros como uma maldição: a ausência da morte. A princípio o fato é visto como algo bom, que eleva o patriotismo da nação, porém logo surgem os problemas. As pessoas que estavam prestes a morrer, não melhoram nem pioram. Ficam suspensas na situação em que estão, ocupando lugares nos hospitais que se tornam cada vez mais cheios. Os idosos já não morrem, aumentando o seu número e sua permanência nas instituições e asilos. Os agentes funerários praticamente perderam o seu trabalho e não tem como sustentar suas famílias. A Igreja entra em uma crise, pois como não há morte, não tem como haver a ressurreição. Com essa situação toda, Saramago busca mostrar a fragilidade da vida, a ideia de finitude e infinitude e o que isso gera nas pessoas.
Ao tratar da morte dessa maneira, o autor leva os leitores a questionarem como seria a sociedade sem morte, como as pessoas lidariam com isso e quais seriam as consequências. É interessante ressaltar que a medida em que se lê a história, é possível imaginar a morte como uma pessoa, com suas características e sua autonomia.
O livro é dividido em partes e na primeira delas o que vemos é o verdadeiro caos instaurado no país. Além do que relatei anteriormente, em um dado momento se descobre que ao cruzar as fronteiras do país, aqueles que já estavam prestes a morrer, encontram o seu destino. Começa então uma narrativa de como a sociedade vê essa situação, como existiriam pessoas capazes de aproveitar para obter lucros e o que o governo diz a respeito de tudo isso.
Já num segundo momento, a morte é apresentada em sua forma natural, mandando uma carta violeta a qualquer pessoa que fosse morrer, como uma forma de aviso, para colocar tudo em ordem. Ao enviar uma carta e recebe-la de volta algumas vezes, a morte decide aparecer na forma de uma linda mulher, para entregar em mãos a carta a um violoncelista que se recusa a receba-la. A morte vai atrás dele, ouve-o tocar e se apaixona pelo jovem rapaz. No momento em que decide lhe entregar a carta, um clima de romance toma os dois que vivem um momento intenso. Quando acorda, a morte procura vários lugares para deixar a carta ao amado, mas desiste da ideia, destrói o seu conteúdo, volta para a cama e adormece.
“Olhou em redor como se estivesse à procura de um lugar onde pudesse deixar, sobre o piano, metida entre as cordas do violoncelo, ou então no próprio quarto, debaixo da almofada em que a cabeça do homem descansava. Não o fez. Saiu para a cozinha, acendeu um fósforo, um fósforo humilde, ela que poderia desfazer o papel
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