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MEDICALIZAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

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Por:   •  1/6/2013  •  1.443 Palavras (6 Páginas)  •  375 Visualizações

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MEDICALIZAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

CONFLITOS SILENCIADOS PELA REDUÇÃO DE QUESTÕES SOCIAIS A DOENÇAS DE INDIVÍDUOS

PRECONCEITOS NO COTIDIANO ESCOLAR: A MEDICALIZAÇÃO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

Ao falar em fracasso escolar, não-aprendizagem, no ensino público, muitos atribuirão a responsabilidade desses resultados negativos à família e/ou à criança, raramente os profissionais da educação se responsabilizarão ou à escola em si. Uns apontam a família como culpada, alegam que a criança não tem estrutura familiar adequada, vive em ambiente inadequado, em comunidade carente desprovida de condições (no âmbito material, social e psicológico) para a criança ter uma vida digna. E quando apontam a criança como culpada muitas das vezes atribuem a ela alguma doença, seja física ou mental, e até mesmo como foi dito, de caráter social.

Na verdade há diversas causas discutíveis que explicam esse cenário cada vez mais aparente, mas o mais comum é que se culpem os pais ou as crianças, esquecendo que quem deve conduzir o aprendizado são os profissionais da educação. Os pais EDUCAM, o professorem INSTRUEM e ENSINAM, cabe aos pais formarem homens (mulheres) de bem, dignos, de caráter e com valores que só adquirem “no berço”, mas aos professores cabe a formação de cidadãos, tanto para a inserção no mercado de trabalho, quanto na sociedade.

O que se vê atualmente são pais culpando a escola pelo comportamento dos filhos, ou transferindo a responsabilidade de educá-los aos professores. Do mesmo modo alguns professores esquecem do seu verdadeiro papel na vida do aluno, e assim família e escola fazem um verdadeiro jogo de “empurra-empurra” procurando culpados para os próprios erros enquanto a criança está dando sinais de que precisa de ajuda de ambos. Por isso o professor deve estar sempre atento ao comportamento e desempenho do aluno, através deles é possível notar problemas de caráter físico e psicológico, e os pais também tem que ser presentes na vida escolar dos filhos, conhecer e conversar sempre com os professores e diretores, assim haverá entrosamento visando o bem comum da criança, e os profissionais da escola conhecerão a realidade de cada aluno e quem sabe apontar as verdadeiras causas de possíveis problemas que venham a aparecer.

Uma criança poderá ter problemas com aprendizagem e socialização por diversos motivos, socioculturais, separação dos pais, alcoolismo, violência doméstica, ausência dos pais, doença física e/ou mental, e também não devem ser descartados problemas da própria escola como a falta de estrutura ou de preparo dos profissionais.

“ Em síntese, esta é a criança que frequenta a escola pública na periferia, esta é a sua família: Eu não sei por que eles não aprendem, eu não sei se é por causa que as crianças são pobres, essas crianças, eu não sei... Eles são muito carentes, o pai bebe, a mãe trabalha, são judiados... Carente em tudo, afetivo, tem criança que se a gente deixar, fica abraçando, beijando o dia inteiro, eu acho que tem falta de carinho, falta de tudo... Eles são pobres, sim, mas eu acho que falta um pouco de estímulo... Da professora, do próprio aluno, da família... Porque tem mão que coloca o filho na escola e não este nem aí, e eu tenho mães que nem conheço este ano ainda.” (p.205)

A citação acima é um caso a ser pensando, é o que acontece na maioria dos casos, porém não se pode generalizar, cada caso é um caso, e não há como apontar um “culpado” sem que seja feita uma “investigação”, uma sondagem ou estudo de caso.

É comum ouvir professores reclamando do salário, da desvalorização da classe e assim justificam a precariedade do ensino público. Em partes isso é plausível, entretanto não justifica falhas grotescas, por exemplo, quando se vê um professor desistindo de um aluno dizendo “esse é caso perdido”. Crianças com dificuldades e déficit de atenção e aprendizagem requerem maior atenção e emprenho do professor, porém, numa escola pública com sala de aula lotada e um professor desmotivado em todos os sentidos fica difícil inclusive para os alunos.

Não há fórmulas para um ensino 100% satisfatório, mas sim medidas e caminhos a serem seguidos, em que é de suma importância o entrosamento entre a escola e o aluno e também com a família do aluno.

O texto em questão fala de um estudo feito em uma escola para que pudessem encontrar as causas do fracasso escolar de algumas crianças, se os motivos são físicos, mentais, sociais, negligência dos profissionais ou dos pais. Foram feitos testes e aplicados questionários, para isso participaram além do corpo docente e administrativo da escola, os pais e os alunos, assim como profissionais de saúde, psicólogo, fonoaudiólogo, etc. Os resultados foram variáveis.

Os professores e diretores apontaram como causas centradas na criança doenças como desnutrição, deficiência mental, imaturidade e ausência dos pais. Os profissionais de saúde também apontaram as causas centradas na criança, e segundo eles os problemas de saúde são determinantes para o fracasso escolar e que a criança doente não aprende.

Os diretores consideraram que a figura do professor também é responsável pelo mau desempenho escolar de seus alunos, para eles os professores são incompetentes, desinteressados e mal formados, deixando claro que os diretores não se sentem responsáveis pelos alunos das escolas que dirigem e culpam o professor pelo fracasso do aluno. Realmente os professores apresentaram suas queixas salariais e a falta de material.

A criança é culpada, agora o professor é o culpado. Todos estão sendo culpados individualmente, esse raciocínio está fundando na individualização do coletivo, logo se todos são culpados individualmente, o problema é coletivo. As crianças me um momento são incapazes e imaturas, deficientes e noutro momento são normais, vítimas da ineficiência do professor. Se retirar os termos “família”, criança” e “professor”, será impossível distinguir quem é acusado do momento.

“Centrar

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