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O Bebe e Suas Construções

Por:   •  12/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.153 Palavras (5 Páginas)  •  190 Visualizações

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Investigações sobre desenvolvimento nos primeiros anos de vida têm sido historicamente realizadas, inúmeras proposições têm sido elaboradas, cada qual sendo ponto de ancoragem para formas diversas de conceber a criança, investigá-la e atuar junto a ela. Dentre os diversos aspectos discutidos relativos ao desenvolvimento do bebê, destaca-se o papel do vínculo afetivo.Bowlby (1969), por um lado, elaborou a teoria do apego, fazendo-a em diálogo com a psicanálise, contrapondo-se à ideia de que o vínculo se desenvolveria de modo secundário à satisfação das necessidades fisiológicas.Com base também na etologia, ele propôs que o ser humano nasce com sistemas de comportamentos prontos a serem ativados, o apego é visto como fundamental. Assim, segundo ele, caso a relação de apego não seja adequadamente estabelecida, pode resultar em transtornos no desenvolvimento afetivo e social da criança. entre eles, o sistema do apego.

Para Wallon, a necessária sociabilidade dependeria da solidariedade de comportamentos e atitudes entre o bebê e as pessoas do entorno. E aquela solidariedade de comportamentos seria possibilitada inicialmente por um aparelho expressivo (emoção).As emoções estão na base da filogênese e fornecem o primeiro e mais forte vínculo entre os seres da espécie. Essas manifestações afetivo-comunicativas na sincronização das relações do bebê com o adulto se dão, como discutem Carvalho (1998) e Fogel (1993), em função de que o bebê nasce equipado com um repertório biológico de grande complexidade e alto grau de organização sensório-motora. Meltzoff e Brooks (2007), ao discutirem a comunhão do bebê com o outro, afirmam que mesmo o recém-nascido tem reações de satisfação diante do rosto humano. Já Trevarthen (2005) verificou o reconhecimento e a preferência pela voz humana, com alternações vocais do tipo diálogo. Ribeiro e Bussab (1998) referem ecos, espelhos e danças biológicas, favorecedores de percepção compartilhada, sincronizações interacionais e contágio emocional.

Já Trevarthen (2005) verificou o reconhecimento e a preferência pela voz humana, com alternações vocais do tipo diálogo, observou, ainda, sincronia interacional com coordenação da movimentação geral do corpo em ritmo com a fala que ouvem. Ribeiro e Bussab (1998) referem ecos, espelhos e danças biológicas, favorecedores de percepção compartilhada, sincronizações interacionais e contágio emocional. Para algumas vertentes teóricas. No entanto, Galvão (2001), baseada em perspectiva walloniana, afirma que o gesto pode exprimir disposições afetivas. Todavia, a autora pontua que, embora constitua etapa de acesso à atividade simbólica, a emoção não se confunde com ela, não sendo vista como linguagem. Tal posicionamento se contrapõe ao anterior e deixa em suspenso a questão de como, nas relações afetivas em construção, o bebê apreende e participa da cultura. Isso leva à questão da relação do bebê com a linguagem.

DESENVOLVIMENTO

As temáticas da comunicação e aquisição da linguagem não são novas, perpassando obras de filósofos e pesquisadores da Psicologia e Linguística. Elas se relacionam a diferentes facetas do desenvolvimento e, em função de perguntas específicas e pressupostos de base, o tema é explorado a partir de abordagens diversas e, até mesmo, contraditórias (Piaget & Inhelder, 1978; Wallon, 1979; Bruner, 1983; Vygotsky, 1991; Pinker, 2002). Quando os autores se debruçam sobre material empírico, aborda-se a questão a partir de aspectos como a expressão emocional, além da imitação, comunicação e significação. Porém, predominantemente, os autores não tratam dos processos de comunicação no primeiro ano de vida como sendo da ordem da linguagem. Àquele processo, os autores se referem à protoconversação (Reddy & Trevarthen, 2004), aos precursores da linguagem, à comunicação pré-verbal (Meltzoff & Brooks, 2007) ou pré-linguística (Mendes & Seidl Moura, 2004).

Apesar desses posicionamentos, de maneira geral, os diversos autores destacam o papel da linguagem na constituição da criança. Assim, Lemos (1986), numa abordagem sócio-histórico-construtivista, afirma que a linguagem (verbal) representa ação sobre o outro (comunicativa) e sobre o mundo (cognitiva), a linguagem alterando o universo da criança e sendo alterada por ele. E para Smolka (1995), com base em uma abordagem histórico-cultural, a linguagem (verbal) não é só meio e modo de (inter/oper)ação, mas é produto histórico; é constitutiva/constituidora do sujeito (da e na linguagem).Entretanto, a despeito de um enfoque dominante da linguagem como ligado ao aspecto verbal, outros posicionamentos se apresentam. Por exemplo, ao tratar do processo comunicativo do/no/com o bebê, Schirmer, Fontoura e Nunes

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