O Centro Universitário Univel
Por: helopan25 • 30/6/2022 • Pesquisas Acadêmicas • 2.202 Palavras (9 Páginas) • 103 Visualizações
Centro Universitário Univel
Heloisa Pantano de Oliveira
Análise crítica do livro Mentes Perigosas: O Psicopata Mora ao Lado
Cascavel – Paraná
2022
A autora Ana Beatriz Barbosa Silva, médica graduada pela UERJ, com pós-graduação em psiquiatria pela UFRJ e professora honoris causa pela UniFMU (SP) trouxe à a obra Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado, no ano de 2008.
O presente trabalho busca abordar o conceito de psicopatia analisado a partir da abordagem feita no livro Mentes Perigosas da autora Ana Beatriz Silva. Além disso, discutir a relação entre psicopatia e Direito Penal e a problemática de se diagnosticar e de se estabelecer uma punição mais adequada para as pessoas que apresentam este transtorno psicológico. A autora nos mostra como os psicopatas têm o poder de convencer e agir na vida de suas vítimas, causando muito sofrimento às pessoas com as quais eles convivem e, às vezes, cometendo assassinatos.
Com base no livro de Ana Beatriz, é possível verificar como age um psicopata na vida das pessoas, seu poder de convencimento, sua influência e o quanto pode prejudicar o meio social em que vive. Trata de pessoas que possuem um transtorno de personalidade, pessoas insensíveis, perversas, manipuladoras. Os psicopatas são pessoas com perturbação da personalidade que não tem empatia pelo outro. Eles não se tornam pessoas ruins ao longo de suas vidas, eles já nascem assim. São 100 % razão e 0 emoção. Essas pessoas só querem status, poder e sentir prazer no sofrimento e na tristeza de seu próximo.
A autora nos traz ideias com detalhes de como identificar pessoas com este transtorno. Eles, primeiro, conhecem as suas vítimas, o que elas têm de carência, quais seus sonhos e logo depois começam a agir. A autora relata que os psicopatas nunca sabem a fundo sobre um assunto. eles flutuam sobre cada coisa que chama a atenção do outro, mas nunca sabem a fundo o que realmente é aquilo que estão falando, mas, mesmo assim, convencem quem os ouvem de que eles são doutores naquilo
São pessoas comuns aparentemente, mas perigosos nas atitudes. Eles são normais, agem naturalmente, se tornam amigos, amantes, mas na realidade não passam de atores interpretando o gostar, o amar e o cuidar para logo em seguida conseguir o que eles querem e diversas vezes da forma mais cruel e brutal possível.
Em geral, são “indivíduos frios, calculistas, inescrupulosos, dissimulados, mentirosos, sedutores e que visam apenas o próprio benefício”. Eles podem ser de qualquer etnia, classe social, nível intelectual, pertencer a qualquer cultura, em síntese, pode ser qualquer pessoa e independe de idade. Têm sua parte cognitiva intacta; perfeita; mas, não possuem a capacidade emotiva; falta-lhes essa faculdade.
Eles são astutos, são capazes de sugar a “nossa energia”, assim como os nossos bens materiais. Eles causam lesões afetivas graves em suas vítimas. Fazem de tudo para obterem vantagem e dominarem suas vítimas. Enfim, são vampiros, conforme a própria autora os descreve. Ela demonstra inúmeras situações de pessoas que foram vítimas dessas mentes do mal. E esses exemplos denotam o quanto se deve ter cuidado com quem nos relacionamos.
A própria autora diz que há duas notícias, uma positiva e outra negativa. A má é que “verdadeiramente existem pessoas que não possuem consciência ou sentimentos nobres e, por isso mesmo, não podemos confiar nelas de maneira nenhuma. A boa é que o número de pessoas psicopatas é reduzido. A maior parte das pessoas (em torno de 96%) possui uma base ético-moral consolidada e tem senso de responsabilidade; de decência; de compaixão. A dificuldade em identificá-los está no entranhada em nossa própria cultura, sobretudo, em dois aspectos: a cultura da esperteza, que consiste em levar vantagem sobre os demais, utilizar-se de meios escusos para os fins. O psicopata para nos enganar, faz-se de vítima.
Tornamo-nos joguetes em suas mãos, porque eles sabem manipular os sentimentos, embora não os tenha. Quando sentimos pena, estamos entregues completamente ao jogo das emoções encetado pelos psicopatas. Essa compreensão é fundamental para o exegeta das ciências jurídicas, porque a faina jurídica enseja muitos casos em que somos arrebatados pela emoção e isso pode obnubilar a nossa razão e senso de justiça e imparcialidade nos julgamentos.
Além dos pacientes citados por clinicas, a autora também escreve sobre algumas mais características sobre os psicopatas além das já citadas. Dentre elas são Superficialidade e eloquência: são articulados, brincalhões; possuem o poder de cativar as pessoas por meio das palavras; utilizam-se de termos técnicos, por diletantismo, para causa uma boa impressão nos incautos. São, também, egocêntricos e megalomaníacos: são narcisistas; têm mania de grandeza; acham-se superiores a tudo e a todos; “além disso, são extremamente hábeis em culpar as outras pessoas por seus atos, evitando de qualquer responsabilidade” (Idem, 2008, p. 70).
Eles se caracterizam também pela ausência de sentimento de culpa e ausência de empatia: isso em decorrência da noção de consciência apresentada pela autora. Falta-lhes essa faculdade. Eles não têm consciência, logo, não podem amar; sentir culpa; responsabilizar-se pelo outro; ter compaixão. Em decorrência de tudo isso, não é difícil constatar que também se caracterizam pelas mentiras, trapaças e manipulação.
São eminentemente racionais, não emocionais. O campo emotivo só é devassado para chantagear uma determinada vítima. Além dessas peculiaridades, a autora discorre sobre tantas outras características que vão compondo a personalidade do psicopata, quais sejam: a impulsividade, o autocontrole deficiente, a necessidade de excitação, a falta de responsabilidade, os problemas comportamentais precoces e comportamento transgressor no adulto.
A pesquisadora, além de apresentar vários casos em que atendeu em seu consultório e da larga experiência com a temática, também expõe casos de grande repercussão na mídia; bem como a psicopatia nas diversas profissões e como determinadas empresas, pela sua cultura organizacional, fomenta a intriga, a competição espúria, o jogo sorrateiro entre seus colaboradores. Essa é, indubitavelmente, a parte mais inquietante da obra, porque é possível perceber do que o ser humano é capaz de fazer com o próximo,
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