O DESDOBRAMENTOS DA VIOLÊNCIA NAS MAIS DIVERSAS FORMAS
Por: samyt • 7/4/2021 • Ensaio • 844 Palavras (4 Páginas) • 146 Visualizações
Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL
Campus Pedra Branca
Curso de Psicologia
Unidade de Aprendizagem: Identificação dos Processos de Constituição da Subjetividade no Conjunto das Relações Sociais
Professora: Marcele de Freitas Emerim
Acadêmica: Sâmara Ravine Correa Tasca
ENSAIO: DESDOBRAMENTOS DA VIOLÊNCIA NAS MAIS DIVERSAS FORMAS
De acordo com Costa e Gomes (1999), ao colocarmos a violência em questão, num debate teórico, além de constatarmos que esse fenômeno sempre existiu, em todas as sociedades, ainda que expresso de diferentes maneiras, percebemos o quanto o seu próprio entendimento traz, em si, um alto grau de subjetividade. Está presente em todos os seguimentos da sociedade e podem ser classificadas como: violência física, psicológica, sexual, moral, social, econômica, institucional, entre outras.
As diversas manifestações de violência podem gerar um sentimento de ambivalência pois naturalizamos alguns de seus aspectos e também é muito mais fácil identificá-la quando é física. Em contrapartida, deixamos de perceber algumas vezes, a violência simbólica. Ou seja, não nos damos conta das violências disfarçadas, que recebemos e que praticamos. Segundo Chauí (2003), a sociedade não percebe que as próprias explicações oferecidas são violentas porque está cega ao lugar efetivo de produção da violência, isto é, a estrutura da sociedade brasileira.
Compreendendo a exclusão social como um tipo de violência, Foucault (2010) narra que em todas as sociedades industrializadas modernas, os loucos eram excluídos da sociedade comum por um sistema de exclusão isomorfo e se viam recebendo um caráter marginal. Enfatiza-se o fato de que eram excluídos do direito de exercer sua cidadania, devido aos preconceitos históricos e culturalmente arraigados, tornando-se alvos decorrentes de processos sociais fragmentados e plurais. Porém, mesmo com a mudança deste cenário pela atuação do Movimento da Reforma Psiquiátrica e dos Direitos Humanos, ainda é possível identificar esse sistema como um meio de controle social. A exclusão social, portanto, por parte dos que a sofrem, se transformou em um grande motor de violência no mundo.
Ainda nesse viés, há a figura do idoso, estigmatizada e excluída, que se apresenta na obra de Brum, cujo capítulo é intitulado “A casa de velhos”. Segundo a autora, cada buraco na calçada pode ser fatal, cada degrau a mais, a promoção da bengala para a cadeira de rodas (BRUM, 2017, p 83). Diante das considerações apresentadas, podemos pensar na questão de acessibilidade voltada para os idosos e o quanto a sociedade não acolhe as necessidades desses corpos. Corpos tutelados, muitos tentando ressignificar enquanto outros, só a espera da morte. Corpos velhos, mas ainda potentes e desejantes, e que ainda são reduzidos à vidas que valem menos por que não produzem mais.
O conceito de Necropolítica, no meu entendimento, é a manifestação máxima da violência pois crê no poder e capacidade de ditar quem vive e quem deve morrer (Mbembe, 2016). Considerando a atual conjuntura, temos o genocídio da população negra que permite que em muitos casos, essas pessoas não sejam reconhecidas como sujeitos de direito, fortalecendo discursos e práticas autoritárias e violentas voltados à essa população. Jovens e negros estão entre as principais vítimas de violência de uma política institucional, oculta em suas intenções, e as diferenças raciais são elementos estruturantes
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