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O Desenvolvimento Pré-Natal

Por:   •  10/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.313 Palavras (10 Páginas)  •  269 Visualizações

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Desenvolvimento pré-natal

  • Genética – Cada célula contém um conjunto de 46 cromossomos, ou seja, 23 pares que incluem todas as informações genéticas que compõem as características individuais (físicas, de temperamento) e as características dos membros da espécie (padrões de desenvolvimento e tendências inatas).
  • Natureza – predisposição biológica herdada do indivíduo.

Período pré-natal

  • Se a gestante adota cuidados básicos e com ela mesma e com o seu bebê, a criança se desenvolve de maneira eficaz, adquirindo todos os elementos necessários para crescer com saúde, até seu nascimento em condições favoráveis.
  • Os embriões com defeitos genéticos mais graves, geralmente não sobrevivem além do primeiro trimestre, sendo abordados espontaneamente.
  • As mulheres com maior probabilidade de aborto são aquelas que estão acima dos 35 anos de idade, fumantes, que usam álcool e outras drogas, com histórico de sangramento vaginal durante a gravidez, ou que possuem problemas endocrinológicos.

Estágios de desenvolvimento pré-natal

  1. Estágio do zigoto/ fase germinativa
  • Da fecundação ou concepção até a implantação do óvulo na parede do útero materno (duas primeiras semanas).
  • Organismo se divide, torna-se mais complexo e se implanta na parede do útero. A divisão celular (diferenciação) começa cerca de 24 a 36 horas após a concepção.
  • 3-4 dias, o óvulo é fecundado e torna-se uma esfera – blastócito ou blastocisto – sua camada interna é o próprio embrião.
  • 10-14 dias, a implantação está completa – o blastócito tem cerca de 150 células.
  1. Estágio embrionário (desenvolvimento do embrião 2ª à 8ª semana)
  • Duração da 2ª à 8ª semana é um estágio de crescimento acelerado; os órgãos e os principais sistemas se desenvolvem rapidamente (como respiratório, alimentar e nervoso).
  • Cerca de quatro semanas detecta-se o batimento cardíaco.
  • Nessa fase ocorre a maior parte dos defeitos congênitos de desenvolvimento, tais como fenda platina, membros incompletos ou ausentes, cegueira, surdez.
  • O embrião apresenta um tamanho de aproximadamente 3,8 centímetros, o coração bate, há um sistema circulatório primitivo, início de olhos e ouvidos, a boca abre e fecha pernas, braços e medula espinhal primitiva.

  1. Estágio fetal (oito semanas até o nascimento)
  • Ocorre a diferença de dois tipos básicos de células nervosas: os neurônios e as células giliais (células não neurais que proporcionam suporte de nutrição aos neurônios).
  • Há o crescimento do peso e do comprimento do feto, movimento com pernas, pés, polegares e cabeça, movimentos com a boca e palma da mão.
  • 17-20 semanas – Movimentos fetais sentidos pela mãe.
  • As atividades ficam mais rápidas, em função do desenvolvimento muscular.
  • Os fetos chutam, movimentam os olhos, mexem as mãos, pés, punhos, cabeças, sugam o polegar, respondem aos sons e a movimentos bruscos, podem ouvir e sentir.
  • 25-28 semanas – reconhecimento da voz da mãe.
  • 29-32 semanas – o feto cresce mais rápido em relação ao espaço em que se encontras e assim seus movimentos diminuem.

Diferenças de sexo no desenvolvimento

  • Já há evidências da importância dos hormônios pré-natais para o desenvolvimento das genitálias e para o funcionamento do cérebro.
  • Os fetos masculinos têm maiores probabilidades de serem natimortos ou serem abortados espontaneamente tendo uma maior probabilidade de sofrerem lesões no nascimento e tem mais malformações congênitas.

Problemas do desenvolvimento pré-natal

  • Fatores intrínsecos: problemas genéticos e cromossômicos.
  • Transtornos genéticos causados por genes associados à etnia (anemias caliciforme) ou a genes dominantes, transtornos genéticos ligados ao sexo (daltonismo) e erros cromossômicos (Síndrome de Down).
  • Fatores extrínsecos
  • Teratogênicos e Fatores comportamentais.
  • Teste de apgar
  • Trata-se de um método simples e eficiente de medir a saúde do recém-nascido e de determinar se ele precisa ou não de uma assistência médica imediata.
  • Teste que propõe a sistematização da avaliação clínica de bebês recém-nascidos
  • 1 minuto após nascer e novamente aos 5 minutos de vida fora do útero, o recém-nascido é avaliado quanto a cinco sinais objetivos, atribuindo-se a cada um dos sinais uma pontuação de 0 a 2. As categorias seriam aparência (cor da pele), pulsação (frequência cardíaca), grimace (resposta a reflexos), atividade (tônus muscular) e respiração (esforço respiratório).
  • Peso ao nascer
  • Importância do peso está associada ao risco de morte ou incapacidades
  • Baixo peso ao nascer (BPN) – abaixo de 2,5 kg
  • Peso ao nascer muito baixo (PNMB) – abaixo de 1,5 kg
  • Peso ao nascer extremamente baixo (PNEB) – menos de 1 kg
  • Teratologia
  • É tudo aquilo capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez. É qualquer substância, organismo, agente físico ou estado de deficiência que, estando presente durante a vida embrionária (2ª a 8ª semana) ou fetal (8ª semana até o nascimento), produz uma alteração na estrutura ou função da descendência.
  • Estes danos podem se refletir em perda da gestação, malformações ou alterações funcionais, ou ainda distúrbios neuro-comportamentais.
  • Agentes teratogêneos seriam: medicamentos, substâncias químicas, drogas (álcool, tabaco, cocaína...), físicos (radiações, hipertermia), doenças maternais (diabetes, epilepsia...), infecções congênitas (sífilis, rubéola, dsts...) e outros a gentes (vacinas, poluição ambiental).
  • Fatores maternos
  • Idade da mãe, estresse e estado emocional, pobreza (relacionada ao estado de saúde, ausência de acompanhamento pré-natal, condições de higiene e de alimentação precárias).

Cuidados com bebês, em especial com prematuros

  • Método canguru
  • Tem sido proposto como uma alternativa ao cuidado neonatal convencional para bebês prematuros e de baixo peso ao nascer.
  • Visava reduzir os custos da assistência perinatal e promover, por meio do contato pele a pele precoce entre a mãe e o bebê, maior vínculo afetivo. Também é capaz de fornecer calor, além de estimular o sistema respiratório e imunológico dos bebês, melhorando o desenvolvimento.
  • Ajuda no desenvolvimento físico e emocional do bebê, reduz o estresse, a dor e o choro do recém-nascido, estabiliza o batimento cardíaco, a oxigenação e temperatura do corpo do bebê, ao ouvir o som do coração e da voz da mãe, o bebê fica mais calmo e sereno, fortalece o vínculo mãe e filho, favorece o aleitamento materno, contribui para a redução do risco de infecção hospitalar, maior confiança dos pais nos cuidados do bebê, contribui para aperfeiçoar os leitos de UTI.
  • Terapia de massagem
  • Shantala é uma técnica milenar de massagens para bebês. O toque no corpo dos bebês é uma das melhores formas de fortalecer os vínculos afetivos entre pais e filhos. Essa terapia ajuda a acalmar o bebê, eliminar gases, cólicas e deixar o sono mais tranquilo.
  • Paternagem/ Maternagem responsiva
  • Pais responsivos captam os sinais da criança adequadamente e reagem de formas sensíveis às suas necessidades.
  • Filhos de pais responsivos tem o desenvolvimento cognitivo e da linguagem mais rápido, são mais obedientes e mais competentes socialmente.

Reflexos primitivos e adaptativos

  • Reflexos adaptativos: sugar, engolir e buscar.
  • Reflexos primitivos: são controlados pelas partes primitivas do cérebro, por exemplo, o reflexo de Moro e reflexo de Babinsky.
  • Podem trazer informações importantes sobre seu estado de saúde. São caracterizados por resposta motora involuntária a um estímulo e estão presentes em bebês desde antes do nascimento. São medidos por mecanismos neuromusculares subcorticais, que se encontram desenvolvidos desde o período pré-natal.
  • Os que desparecem até por volta dos seis meses: respiração, sucção, deglutição, rotação, sobressalto (Moro), abertura dos pés (Babinsky), voracidade, pensão, marcha, nado, fuga à asfixia.
  • Os que persistem até a vida adulta: adaptativos, pestanejar automático, estreitamento involuntário da pupila, arrepio da pele.
  • Sucção: se manifesta quando os lábios da criança são tocados por algum objeto, desencadeando-se o movimento de sucção dos lábios e da língua. Com 32 a 34 semanas, o bebê desenvolve sincronia entre respiração, sucção e deglutição, tornando a alimentação por via oral difícil.
  • Voracidade/Rotação: quando é tocada a bochecha perto da boca, faz com que a criança desloque a face e a boca para o lado do estímulo. Este reflexo somente deve ser procurado pelo bebê com 3 meses.
  • Preensão: se obtém com um leve pressionamento do examinador na palma das mãos da criança e abaixo dos dedos do pé.
  • Marcha: ao contato das plantas dos pés com a superfície, a criança estende as pernas até então fletidas. Se a criança for inclinada pra frente, inicia a marcha reflexa.
  • Fuga à asfixia: coloca-se a criança com a face voltada ao colchão e em alguns segundos o examinador deverá virar o rosto liberando o nariz para respirar adequadamente.
  • Babinsky: acariciando firmemente a sola do pé do bebê. Ele abrirá os dedos dos pés.
  • Moro: um dos mais importantes e com grande quantidade de informações que pode trazer. Desencadeado por um estímulo bruto, como bater palmas. Consiste em uma resposta de extensão-abdução dos membros superiores, ou seja, na primeira fase os braços ficam estendidos e abertos, com abertura dos dedos da mão, e em seguida de flexão-adução dos braços, com retorno à posição original.
  • Tônico-cervical: quando o bebê está deitado de costas e acordado vira sua cabeça para um lado, deste modo corpo assume uma postura de defesa, com o braço estendido ao lado oposto para o qual a cabeça é virada.

Capacidades motoras, sensoriais, perceptivas, cognitivo e sócio emocional

  • Estados comportamentais
  • Ciclo de sono e vigília, 5 estados de consciência (se repete a cada 2 horas).

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  • Recém-nascidos dormem quase 90% do tempo, podendo dormir por até 12 horas seguidas.
  • 2ª a 6ª semana – dormem de 14 a 16 horas por dia.
  • 3ª a 7ª semana – diminuem o tempo de sono e começam a estabelecer ritmo de sono
  • Aproximadamente na 6ª mês – dormem cerca de 14 horas por dia. Em geral, têm padrão claro de sono noturno e 2 a 3 cochilos durante o dia.
  • Passam metade de suas horas em sono REM (sono irregular ativo, movimentação rápida dos olhos sob as pálpebras fechadas, atividade de ondas cerebrais típicas da condição de acordado).
  • Teoria da auto estimulação: o sono REM fornece aos fetos e aos bebês estímulos internos para permitir o desenvolvimento adequado do sistema nervoso.
  • Choro
  • Compõe o ciclo de estado comportamental do bebê.
  • Tem a função básica de sinalizar uma necessidade, atrair a atenção do cuidador.
  • Ferramenta importante para diagnóstico.
  • A frequência de choro é maior nas primeiras semanas
  • Pico de 2 a 3 horas de choro nas 6 primeiras semanas (observado em inúmeras culturas).
  • Aos 3 meses choram menos de 1 hora por dia (associado ao desenvolvimento do sistema nervoso).
  • Bebês de 0 a 3 meses se comunicam através de sons e reflexos, portanto o choro do bebê se caracteriza como universal.
  • São 5 os sons emitidos pelo bebê antes de começar a chorar desesperadamente. Eles expressam a fome, cansaço, necessidade de arrotar, cólica e desconforto. Todos os sons são baseados no reflexo da necessidade e quanto mais rápidos os pais responderem a essas necessidades, mais fácil de identificar.
  • Pais em diferentes culturas usam técnicas similares para acalmar os bebês.
  • Pesquisa aponta que a pronta atenção ao bebê nos primeiros 3 meses leva a menos choro no futuro.
  • Ao aprender a lidar com acessos de choro, os pais ficam mais confiantes, contribuindo para a satisfação no relacionamento conjugal.
  • Síndrome da morte súbita de bebês
  • É definida como o óbito inesperado do bebê no qual a autópsia não consegue apontar a causa. Não está claro se a morte ocorre durante o sono ou nos períodos de transição entre sono e vigília. O pico de incidência está entre 2 e 4 meses, sendo mais comum em meninos. Ao colocar a criança para dormir de barriga para baixo aumenta o risco.
  • Além da posição ao dormir, podem servir de gatilho para disparar a síndrome a asfixia por compressão das vias aéreas ou inalação excessiva do gás carbônico exalado na posição com o rosto para baixo, a hipertermia causada pela compressão da face contra o travesseiro ou colchão e o nascimento prematuro e a imaturidade dos mecanismos cardiorrespiratórios e de controle térmico.
  • A síndrome ainda pode acontecer mesmo tomando todas as precauções. Deitar em travesseiros macios também aumenta o risco, bebês excessivamente agasalhados em quartos muito aquecidos correm perigo maior quando colocados com a face para baixo, pois ela é uma fonte importante de eliminação de calor. Nesses casos supõe-se que o estresse causado pelo aumento da temperatura leva à diminuição da frequência e a inibição letal do centro respiratório.
  • Para a prevenção podem ser adotadas as seguintes medidas: evitar que o bebê durma de barriga para baixo, não agasalhar excessivamente, não usar colchões ou travesseiros muito macios, não tomar bebidas alcóolicas ou cigarros.

Personalidade

  • Ela inclui variáveis como a sociabilidade, estabilidade emocional, impulsividade, conscientização. Influências na genética, ambiente e culturas.
  • Refere-se a padrões de respostas do indivíduo aos outros e ao meio ambiente de suas interações.
  • Explica a consistência (estabilidade no comportamento de uma pessoa ao longo dos anos em diferentes situações) e a peculiaridade (diferenças de comportamento entre as pessoas ao reagir à mesma situação) no comportamento.
  • Traço de personalidade é uma tendência duradoura a comportar-se de uma determinada maneira em diversas situações.
  • Os traços básicos seriam: neuroticismo (ansioso, inseguro, nervoso, melindroso, instável emocionalmente), extroversão (sociável, animado, afetuoso, expansivo, assertivo), receptividade a experiências (ousado, curioso, original, imaginativo), sociabilidade (confiável, solidário, sensível, generoso) e escrupulosidade (ético, confiável, organizado). É determinada pela interação entre traços inatos de uma criança e as características de seu ambiente.

Temperamento

  • Cinco dimensões fundamentais do temperamento:
  • Nível de atividade: tendência a se movimentar com frequência.
  • Aproximação: tendência a se mover na direção de pessoas, objetos e situações com emoção positiva.
  • Inibição e ansiedade: tendência a responder com medo ou afastar-se de pessoas, objetos e situações.
  • Irritabilidade: tendência a responder com raiva, ou irritabilidade.
  • Controle esforçado: capacidade de permanecer focado, atento e esforçado.

Habilidades motoras

  • Surgem gradualmente nas primeiras semanas. Com um mês, o bebê consegue levantar seu queixo do chão. Com dois meses ele consegue manter a cabeça firme enquanto está sendo segurado.
  • Dois padrões básicos de desenvolvimento físico na infância seriam: o céfalo-caudal (prossegue da cabeça para baixo) e o próximo distal (prossegue do tronco para os membros).

Capacidades sensoriais e perceptuais

  • O recém-nascido pode:
  • Focalizar os dois olhos no mesmo ponto, podendo discriminar o rosto de sua mãe de outros rostos.
  • Ouvir sons dentro da variação de altura e intensidade da voz humana, e distinguir vozes individuais em particular a da sua mãe.
  • Sentir os quatro sabores básicos
  • Identificar odores corporais familiares, em particular o de sua mãe.

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