O ESTIGMAS EM PACIENTES SOROPOSITIVOS
Por: Geciana Almeida • 25/1/2019 • Trabalho acadêmico • 10.695 Palavras (43 Páginas) • 213 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
GECIANA DA COSTA DE ALMEIDA
JAYNA BARRETO DE BARROS RODRIGUES SERAFIM
ESTIGMAS EM PACIENTES SOROPOSITIVOS
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ
2016
GECIANA DA COSTA DE ALMEIDA
JAYNA BARROS SERAFIM
ESTIGMAS EM PACIENTES SOROPOSITIVOS
Trabalho de conclusão de curso apresentado a Universidade Estácio de Sá, como requisito parcial para obtenção do titulo de graduação em psicologia, sob orientação do professor Victor Tinoco.
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ
2016
Resumo: Esse artigo de revisão bibliográfica aborda os estigmas e discriminações vivenciados por soropositivos ao longo de suas vidas. Procuramos mostrar dentro de um complexo contexto social uma visão humanista em relação aos portadores da SIDA. A única forma de quebrar as correntes desse preconceito é a partir da informação e da solidariedade. Utilizamos no artigo dois autores pra evidenciar o estigma atribuído ao soropositivo e como esse estigma afeta negativamente a adesão ao tratamento levando o individuo ao isolamento, e evidenciando o comportamento de indivíduos estigmatizados. A epidemia de HIV/AIDS é um sério problema de saúde pública, que convive com altas taxas de domínio do HIV. O impacto da epidemia é agravado pelo forte estigma que atinge as pessoas soropositivas. A pesquisa partiu da revisão de literatura sobre os conceitos de estigma e como este se insere nas relações psicossociais e nos processos da incidência do aumento de casos de HIV/AIDS. No decorrer deste artigo encontrar-se aspectos como uma introdução aos conhecimentos básicos em relação ao vírus HIV, seu contágio e forma de prevenção, bem como as principais perspectivas sociais e epidemiológicas em relação a esse vírus.
Palavras-chave: Estigma. HIV. Soropositivo. AIDS. Preconceito. Discriminação. Homosexual.
Abstract: This literature review article addresses the stigma and discrimination experienced by HIV-positive people throughout their lives. We tried to show within a complex social context a humanistic vision of the AIDS carriers. The only way to break the chains of this prejudice is based on information and solidarity. We used in Article two authors to highlight the stigma attached to HIV positive and how that stigma negatively affects treatment adherence leading the individual isolation, and showing the behavior of stigmatized individuals. The HIV / AIDS epidemic is a serious public health problem, which coexists with high HIV rates domain. The impact of the epidemic is exacerbated by the strong stigma that affects people with HIV. The research started from the literature review on the stigma of concepts and how this fits in psychosocial relations and processes of the incidence of the increase in cases of HIV / AIDS. In this paper to meet aspects as an introduction to the basic knowledge regarding the HIV virus, its spread and form of prevention, as well as major social and epidemiological perspectives on this virus.
Keyword: Stigma. HIV. Seropositive. AIDS. Preconception. Discrimination. Homosexuality
APRESENTAÇÃO
Os primeiros casos de AIDS no mundo foram registrados no inicio da década de 80. Nos Estados Unidos, a síndrome foi chamada popularmente de “Câncer Gay” e “Peste Gay”, pois os primeiros casos a serem relatados foram de pacientes homossexuais, dando inicio a um ciclo de preconceitos e estigmas, onde a primeira nomenclatura da síndrome foi Grid (Gay Related immune-deficiency). No ano seguinte á explosão da epidemia, foi descoberta que a doença estava relacionada à contaminação também pelo contato com o sangue de indivíduos infectados, pois haviam sido relatados os primeiros casos em hemofílicos, heterossexuais e usuários de drogas ilícitas, além da transmissão vertical. Neste percurso a doença foi nomeada de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida passando a ser declarada epidemia, já que havia relatos da doença em quatorze países.
Pessoas são diagnosticadas como portadores do HIV todos os dias; cada internação uma nova complicação. Alguns não fazem adesão aos medicamentos, afundam-se em seus medos, conflitos e vícios, e lamentam-se por estigmas atribuídos a eles, pelo contexto social e por eles próprios. As pessoas que se descobrem portadores do HIV, são submetidos a uma carga excessiva de estigmas que podem provocar uma desestruturação nos processos psíquicos chegando à melancolia. (Há uma série de representações que comprovam o processo de estigmatização, tanto do receptor quanto do transmissor do vírus HIV.).
As representações sociais do HIV (medo, sofrimento, sexo, DST, promiscuidade, contagioso, mortal, inconsequência, irresponsabilidade) deram fundamento a numerosas respostas sociais estigmatizadas que contribuem para a falta de reconhecimento das situações que as expõem à infecção, para não se identificarem com rótulos desvalorizados e vergonhosos. Os soropositivos por diversas vezes são excluídos da sociedade. Isso ocorre por falta de conhecimento sobre a doença, por entendimentos equivocados de como a doença pode ser transmitida, tal como: pelo suor e/ou pelo contato epitelial com a pessoa infectada ou pelo uso do mesmo objeto: copos, talheres, etc. É visto também que os estigmas que a sociedade apresenta a cerca do individuo soropositivo é algo que foi passado de geração a geração. Para esse mesmo grupo que carrega esse pensamento é muito difícil à concepção que crianças, idosos e heterossexuais também tenham HIV, pois, para esse grupo a HIV é uma doença exclusivamente de indivíduos homossexuais e de pessoas que tem um ritmo de vida promiscua.
Ao realizarmos uma enquete em uma rede social com a simples pergunta: qual a primeira coisa que lhe vem à cabeça com a palavra AIDS? As respostas foram diversas, porem pode perceber claramente que a maioria das respostas leva a um sentido de finitude. Observou-se também a diferenciação das respostas dadas por pessoas de maior grau de escolaridade em relação a pessoas que em seus perfis públicos de redes sociais expõem um menor grau de escolaridade. Além disso, foi observado claramente o discurso religioso de muitos que comentaram a enquete em contraposição a outras posições mais liberais sobre o tema.
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