O INVESTIGAÇÃO E ATUAÇÃO EM HUMANISMO E EXISTENCIALISMO
Por: emersonalbrecht • 5/6/2021 • Bibliografia • 3.160 Palavras (13 Páginas) • 169 Visualizações
INVESTIGAÇÃO E ATUAÇÃO EM HUMANISMO E EXISTENCIALISMO
REVISÃO
1ª Aula – A crise das ciências e a Psicologia Humanista Existencial
- No início da Idade Moderna, o termo Humanismo designou um movimento de ruptura com os valores medievais. Algumas marcas desse movimento:
- Retorno aos clássicos greco-romanos.
- Espírito de pesquisa, observação e indagação.
- Antropocentrismo, em oposição ao teocentrismo medieval.
- Valorização da capacidade humana de atuar sobre o mundo e modificar a realidade.
- Compreensão do homem como ser livre e responsável por suas escolhas.
- Esse novo modo de olhar o mundo funda o espírito científico. No Século XIX o Positivismo estabelece as bases para o avanço científico e tecnológico, levando o homem a acreditar que, sob a égide da Ciência, seria capaz de minimizar o sofrimento humano.
- Até finais do Século XIX o homem acreditava ter o domínio sobre si mesmo e sobre o mundo, mas na virada do século já não era mais possível sustentar essa crença. No Século XX o homem estava decepcionado com sua própria criação. Aí se instala “a crise das ciências e da humanidade”
- Nos Estados Unidos, a Psicologia Humanista surge como uma forma de responder a esses anseios da sociedade. Os psicólogos humanistas se opõem ao “determinismo” da psicanálise e ao “reducionismo” e “mecanicismo” behaviorista. Dirigem seu interesse para o potencial humano, investigando temas como: amor, liberdade, criatividade, crescimento, realização.
- Na Europa, psiquiatras incorporam às suas pesquisas e atuação clínica elementos do pensamento filosófico, sobretudo a Fenomenologia e o Existencialismo. Na investigação dos fenômenos humanos, propõe-se uma transição dos paradigmas cientificistas para os paradigmas ético-estéticos.
2ª Aula
1. A crise das ciências se instala no século XX, quando o pensamento técnico (calculador, pesquisador) se sobrepõe ao pensamento reflexivo (aquele que medita sobre as coisas, procurando reconhece-las e estar junto a elas).
- A crise da humanidade não advém do fracasso da ciência, mas de uma negligência ao pensamento reflexivo.
- A Humanidade aqui referenciada faz alusão a um “horizonte comunitário”, a “comunidade humana”.
- Refletindo sobre a crise das ciências e da humanidade, Husserl lança algumas proposições:
- Para Husserl, a crise das ciências se dá pelo estreitamento de interpretação, representado pelas ciências naturais – em relação às ciências do espírito (HOLANDA, 2014, p. 183).
- O filósofo considera que o pensamento científico produziu uma crise na humanidade ao considerar a superioridade da teoria sobre a empiria (experiência vivida; experiência direta).
- É preciso estar lançado no mundo da vida (voltar às coisas mesmas) para pensar sobre ele e ter ideias que renovem o homem e a humanidade.
- Voltar-se para a experiência vivida é, ao mesmo tempo, voltar-se para o mundo e voltar-se sobre si mesmo (reflexão; autêntico filosofar).
- A crise europeia é uma crise da racionalidade. Husserl propõe que a racionalidade tornou o pensamento superficial, permeado por um objetivismo que distancia o homem do mundo.
- A nova cientificidade proposta por Husserl está calcada no Lebenswelt – no mundo-vida.
- Enfim, a investigação científica de viés humanista considera a totalidade do humano: razão, experiência, vida relacional.
3ª Aula – A Resposta de Carl Rogers: a ética humanista
- Amatuzzi (2012) defende que Rogers elaborou uma nova forma de atendimento psicológico, na qual o psicólogo não se apresenta como detentor de um saber, mas procura facilitar ao outro (o cliente) o recurso às suas próprias fontes interiores.
- O pressuposto humanista de Rogers é o pressuposto da autonomia: o cliente tem dentro de si os recursos capazes de alça-lo a uma existência realizada. O psicólogo trabalha como um facilitador para que o cliente tenha acesso a seus próprios recursos internos.
- O foco da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) está nas atitudes ou disposições do terapeuta e não nas técnicas e teorias prévias. Esse modo de conduzir a psicoterapia confiava basicamente na fecundidade da relação compreensiva.
- As pesquisas realizadas por Rogers tinham dois objetivos:
- Identificar o estado do cliente antes de iniciar a psicoterapia e após seu término. Para isso, medidas psicológicas eram aplicadas nos clientes antes e depois da psicoterapia.
- Identificar o efeito da resposta empática (do terapeuta) sobre o cliente. Para isso, as falas dos terapeutas eram gravadas e submetidas a escalas de empatia, de consideração positiva e de autenticidade.
- O objetivo das pesquisas era verificar e comprovar as mudanças nos clientes e, assim, criar uma credibilidade científica para a abordagem.
4ª Aula – A Resposta de Maslow: uma jurisdição mais ampla para a psicologia
- A partir da década de 1940, os estudos Abraham Maslow (1908-1970) sobre os aspectos saudáveis da personalidade humana começam a ser reconhecidos no cenário acadêmico e científico.
- Publica em 1943 seu primeiro livro: “A Teoria da Motivação Humana”, no qual propõe que a motivação humana é regida por uma sequência de necessidades. À medida que essas necessidades vão sendo atendidas, o indivíduo se aproxima cada vez mais da autorrealização.
- A investigação de Maslow parte das seguintes hipóteses:
1. O ser humano tem uma natureza interna essencial, biologicamente alicerçada.
2. Essa natureza interna tem aspectos singulares e aspectos universais.
3. Essa natureza interna pode ser estudada cientificamente.
4. Essa natureza interna não é intrinsecamente má. Os comportamentos destrutivos surgem como resultado da frustração das necessidades.
5. Quando essa natureza interna é respeitada, o indivíduo cresce sadio e feliz.
6. Se o núcleo essencial da pessoa for negado ou suprimido, provavelmente ela adoecerá.
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