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O Inconsciente.

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Por:   •  24/3/2014  •  1.637 Palavras (7 Páginas)  •  494 Visualizações

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1 – O inconsciente.

Jung nos lembra que o inconsciente só pode ser estudado por inferência (EVANS, 1979, p.327), pois não é possível vê-lo, assim estudaremos como Jung e Freud constroem modelos de possíveis estruturas inconscientes diferenciadas a partir de suas experiências clinicas e pesquisas.

Para Freud o inconsciente recebe toda a carga de repressões, conforme se nota na obra o ego e o id quando diz que “o reprimido é, para nós, o protótipo do inconsciente” (FREUD, 1997,p.13), ou seja, o inconsciente originaria de um ato da própria pessoa. A repressão é um conflito entre um desejo violento e aspirações morais e estéticas da própria personalidade e de certa forma é um meio de proteção da personalidade psíquica. (FREUD, 1978, p.13)

Contrário a isso Jung nota que além da repressão, há também casos em que o inconsciente não sofre repressão do ego (EVANS, 1979,p.327), Jung trabalha com a idéia de que nem toda carga do inconsciente é herdada de uma repressão egóica aceitando que o inconsciente tem em si uma autonomia, porquanto, tem mecanismos próprios que faz com que se “movimente” na psique alheio a nossa vontade.

Jung defende a tese de que o inconsciente se manifesta de diversas maneiras: símbolos, imagens, atitudes – enquanto Freud irá privilegiar a manifestação do inconsciente pela palavra. Freud se mantinha cético quanto a um inconsciente coletivo - conceito que Jung desenvolve, anunciando que todo humano possui formas previamente escritas em sua natureza biológica, e que estas se manifestam tanto individual quanto coletivamente. Desta forma para Jung será possível se conhecendo estas formas prévias (que ele chama de arquétipos) reconhecer questões que a sociedade está enfrentado (como foi o caso de Hitler, que seria o arquétipo do salvador) (EVANS, 1979, p.334)

Além da já citada discordância entre os psicólogos há outra menos tênue, “[...] para Freud, os conteúdos relevantes eram sempre de conteúdos traumáticos, de origem sexual, que tinham sido elaborados pela consciência” (Taboada, 2007,p.168). Jung, por sua vez, afirmava que nem sempre as cargas afetivas dos complexos tinham origem na sexualidade, podendo sim a sexualidade uma das causas, mas sem nenhum determinismo.

2 – A consciência e o ego, super-ego e id.

Temos que o ego é em Freud, produto de uma frustração (complexo de Édipo) – já que a realidade é imposta ao individuo, e o super-ego é a função restritiva do ego, a que anuncia tudo o “que não pode ser feito”.

Para Freud: “’Estar consciente’ é, em primeiro lugar, um termo puramente descritivo, que repousa na percepção do caráter mais imediato e certo.” (FREUD, 1997, p.12-13). Soma-se a isso, que há dois objetos da consciência, sendo eles: externos ou internos, exemplo: ao pressionar o dedo na borda de uma mesa, você pode estar consciente da borda desta mesma mesa, e consciente de sentir a pressão (Audi,2006, p.180), sendo este sentir-se o ego, porquanto, a pessoa é capaz de perceber o mundo externo e perceber-se ( não necessariamente de forma simultânea), resulta disso que, o sujeito ciente das determinações e normatividades culturais, supervisiona suas próprias ações se censurando, a isso cabe o nome de Superego. Ego este que em Freud chega a um estágio em que ele está plenamente formado, enquanto para Jung “o ego está continuamente se formando; jamais é um produto acabado- ele vive em formação.”, surge na identidade com o corpo por isso continua a se desenvolver. ( EVANS, 1979, p.328)

O Id é em Freud o conjunto de impulsos animais sob qual indivíduo nasce, eles são inconscientes e subdesenvolvidos, aparecem sob a forma de desejos violentos. Jung comenta que não se pode especular sobre a origem desses instintos, e que eles estão aí, o que podemos é estudar os casos onde tais instintos não funcionam. (EVANS, 1979, p.327)

3 – O inconsciente coletivo e o conceito de arquétipo.

Outra distinção entre os dois psicólogos é o conceito de arquétipo, Freud dedica seus estudos esperando encontrar na história de seus pacientes as origens das patologias. Contrário a isso Jung dedica seus estudos à fim de encontrar uma justificação para as mesmas tipologias em diferentes culturas, a respostas disso não poderia ser outra coisa se não o inatismo. Para Jung diferentes personagensatuantes em diferentes culturas indicavam arquétipos como estruturas a priori, atribuindo ao homem certo padrão de comportamento. São estes padrões internos (arquétipos), chamado inconsciente coletivo, certa herança biológico-funcional, explicitado através de contos míticos, contos estes que apenas evidenciam certas tendências a priori, o que fica claro quando diz que “Os arquétipos são, ao mesmo tempo, dinâmicos. Eles são imagens instintivas, não intelectualmente inventadas”.

Jung distingue um inconsciente pessoal que estaria ligado mais com a vida imediata do individuo e conflitos pessoais, deste inconscientecoletivo que está ligado a problemas universais que é acessado quando o conflito traspassa a esfera do pessoal e vai ao social. O conflito pessoal não atinge o inconsciente coletivo, porem no momento em que o individuo passa a lidar com questões coletivas sua subjetividade acessa imagens coletivas, o individuo pode ter então sonhos coletivos. (EVANS, 1979, p.332)

Os arquétipos aparecem de forma espontânea, pois possuem força própria, embora não se possa contabilizar a variedade de arquétipos é possível identificar quando uma pessoa está possuída por um arquétipo. (EVANS, 1979, p.330)

Alguns arquétipos:

A Persona: Normalmente caracterizada por máscaras sociais, o que se quer mostrar ao outro. É por um lado aquilo que a pessoa gostaria de ser ou simplesmente parecer, mas também se trata de comportamentos ditados pela sociedade e desejos que o social impõe ao indivíduo.

Para Jung o problema aparece quando se está inconsciente que esta máscara não representa a realidade da subjetividade individual. A pessoa confusa por possuir dois (ou mais) modos de agir, ao entrar em contato com essas contradições pode sofrer neurose, dissociação, esquizofrenia.

A Sombra: Seria o seu lado “maligno” aquilo que o indivíduo não quer ter parte, seriam os aspectos rechaçados do si mesmo, as qualidades/defeitos que não queremos reconhecer.

Anima: O referencial do feminino, também associado ao aspecto emotivo, irracional e intuitivo. Pode ser flagrado no homem como a forma ideal de mulher.

Animus: O referencial masculino,

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