O Inconsciente Coletivo

O INCONSCIENTE COLETIVO

A descoberta do inconsciente coletivo teve um significado muito grande na vida de Jung e o transformou num dos intelectuais de maior projeção do século XX. O conceito de inconsciente já era defendido por alguns intelectuais daquela época, porém seu grande trunfo foi o rompimento com um determinismo da mente num sentido estritamente ambiental e demonstrou que a evolução e a hereditariedade dão as linhas de ação da pique, exatamente como o fazem com o corpo. Denominando assim de inconsciente coletivo a mente do homem pré-figurada pela evolução, desta maneira o individuo não apenas se prende ao passado de sua infância, mas ao passado da espécie e antes disso à evolução orgânica.

Os conteúdos desse aparelho psíquico chamado inconsciente coletivo se diferem daqueles do inconsciente pessoal, pois não depende das experiências pessoais do individuo, visto que esse um dia foi consciente.

O inconsciente coletivo é um reservatório de imagens primordiais em que o homem herda imagens do passado ancestral. Essas imagens são predisposições de responder e experimentar o mundo tal quais seus antepassados. Os conteúdos do inconsciente coletivo estimulam um padrão pré-formado de comportamento pessoal que o individuo seguirá desde seu nascimento, ou seja, um comportamento se estabelece a partir do momento que o sujeito identifica-se com os objetos que lhe são correspondentes, objetos estes, que se encontram no inconsciente coletivo.

A- ARQUETIPOS.

Os conteúdos do inconsciente coletivo denominam-se arquétipos. Esta palavra significa um modelo original que conforma outras coisas do mesmo tempo, nas palavras de Jung: são formas sem conteúdo que representavam apenas a possibilidade de um certo tipo de percepção e de ação. Alguns são tão importantes na construção de nossa personalidade e nosso comportamento que mereceram especial atenção como é o caso dos arquétipos de persona, anima e animus, sombra e o eu. Os arquétipos são universais, ou seja, todos herdam as mesmas imagens arquetípicas básicas.

Quando falamos dos complexos, há a possibilidade de várias origens para eles. Uma delas pode-se incluir o arquétipo que constitui o núcleo do complexo, agindo como um ímã atraindo para si experiências significativas a fim de formar um complexo que a partir da constituição de um complexo bem desenvolvido é que o arquétipo pode ter uma expressão na consciência e no comportamento.

1-O arquétipo da persona é a máscara ostentada publicamente com a intenção de provocar uma impressão favorável a fim de que a sociedade o aceite, ou seja, a criação de uma personagem que não seja o próprio sujeito. É imprescindível a sobrevivência, pois nos deixa apto a conviver com pessoas que nos desagradam de forma amistosa, é a base da vida comunitária, também nos leva a ter uma vida privada mais satisfatória através da recompensa material que esse arquétipo nos proporciona.

O papel da persona pode ser prejudicial quando o individuo é dominado pela mascara tornando-se alheio a sua natureza e vive em conflito entre sua personalidade e a persona superdesenvolvida. Dá-se o nome de inflação a esse movimento, em que o sujeito tem um senso exagerado da própria importância, cobrando dos outros a mesma postura perfeita que acredita ter ou experimentar sentimentos de inferioridade a si mesmo quando se sente incapaz de atingir as expectativas alheias. Finalmente é preciso desinflar a persona para permitir que sua verdadeira personalidade de afirme.

2- A anima e o animus. O arquétipo de anima constitui o lado feminino da psique masculina e o animus constitui o lado masculino da psique feminina. As pessoas possuem qualidades do sexo oposto no sentido psicológico das atitudes e sentimentos, isto se dá pela convivência com o sexo oposto durante gerações gerando uma melhor compreensão do outro sexo.

Para uma personalidade bem ajustada os lados opostos das personalidades dos sujeitos devem poder expressar-se na consciência e no comportamento.