O Machismo Invisível
Por: Celly Coêlho • 7/9/2019 • Resenha • 824 Palavras (4 Páginas) • 270 Visualizações
Faculdade Católica Dom Orione – FACDO – Curso de Graduação em Psicologia
CASTAÑEDA, Marina. O Machismo Invisível. São Paulo: A Girafa Editora, 2006.
Em O Machismo Invisível, de Marina Castañeda, passamos a enxergar o machismo por diferentes aspectos, as vezes camuflados no nosso dia-a-dia pelo o que julgamos ser costume ou algo parecido. O livro fala daqueles machismos que a sociedade aceita como natural, aquilo que não costumamos estudar e por isso ele torna-se invisível.
Trata-se de uma critica a maneira que a sociedade julga o machismo e seus costumes, como ele está presente no nosso cotidiano e na maioria das vezes não percebemos por estar tão conformados com alguns acontecimentos. O livro é bem didivido em capitulos e subtitulos nos guiando por uma leitura bastante explicita sobre o machismo, desde ao conceito mais básico, até pequenos detalhes.
Este livro adota o enfoque construtivista, baseia-se em velhos mitos e teorias pseudocientíficas sem fundamento real. Não obstante, persiste em nossos costumes e em todos os nossos relacionamentos. É dela que se alimentam os grandes mitos do machismo. Abordando assuntos do dia a dia desde o machismo na comunicação, nas emoções, no lar, no sexo, no amor, na amizade, na alimentação, na homofobia, na autoimagem, no dinheiro até seus custos para sociedade desenvolvida e neoliberal e os machismos sofridos pelo homem, demonstrando que qualquer sociedade evoluída política e economicamente busca a equidade entre os gêneros.
Quando falamos em machismo facilmente nos vem à mente agressões, estupro, violência doméstica, restrição econômica, submissão e subserviência. Acontece que o machismo é tão impregnado na sociedade por conta do patriarcalismo que não nos atentamos a pequenos gestos e comportamentos que são manifestações machistas e não percebemos. Tão imperceptíveis e automáticos, são assimilados com naturalidade pelas pessoas e por isso se tornam invisíveis.
Poderiamos então dizer que a sociedade é machista porque somos filhos de uma geração patriarcal, porém vai muito além disso. E é exatamente o que a autora quer nos mostrar quando diz “machismo invisivel”. É simples, o machismo está em tantos pequenos gestos e situações que muitas vezes passa despersebido. “Outras explicações do machismo... baseiam-se em fatores sociais, econômicos e culturais para afirmar que o machismo não é inato, nem resulta da biologia: é aprendido... Desse ponto de vista, denominado construtivista, o homem não nasce, faz-se, e o machismo é apenas um entre outros tipos possíveis de masculinidade.” (p. 28).
Nenhum setor da vida cotidiana está a salvo do machismo. É uma conduta tão arraigada que é transmitida e retransmitida inconscientemente. As mulheres enfrentam insinuações diárias ou atitudes de discriminação que, muitas vezes, passam despercebidas, mas que as agridem profundamente. E nesse sentido, a autora traz inúmeros exemplos no capitulo IV, onde traz as armadilhas do machismo. Nesse capitulo em especifico, a autora relata como as mulheres vivem o machismo até mesmo quando ele esta disfarçado de “proteção”.
O machismo afeta diretamente as mulheres por uma questão da opressão e tudo que está implicado a isso. Desde questões históricas e culturais, o machismo é perpetuado na sociedade através de pequenos gestos que vão, desde um
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