O Plano de Trabalho
Por: 1702197619091972 • 12/8/2023 • Trabalho acadêmico • 1.751 Palavras (8 Páginas) • 72 Visualizações
1. Introdução
No final de 1953, Ellis começou a desenvolver a sua forma de psicoterapia racional, como a denominou no artigo ‘Rational Psychotherapy’, que publicou na revista Journal of General Psychology (1958).
A terapia racional-emotivo-comportamental (TREC), fundada por Albert Ellis em 1955, é ao mesmo tempo uma teoria da personalidade e de um método de psicoterapia. Em sua forma mais geral, emprega, por razões práticas e teóricas, uma grande variedade de métodos cognitivos, afetivos e comportamentais de mudança da personalidade (RANGÉ, 2008, p.34).
Em sua forma mais específica, a TREC enfatiza a reestruturação cognitiva ou o combate filosófico, de acordo com o modelo A-B-C da perturbação emocional. O “A-B-C”, na terapia racional-emotiva, envolve uma compreensão sobre a base do funcionamento cognitivo do ser humano, em que “A” seria o acontecimento ativador, “B” (do termo inglês belief) seria a crença pessoal sobre o acontecimento ativador (sua interpretação ou avaliação) e “C” as consequências demonstradas pelos sentimentos pessoais e os comportamentos (Ellis,1962). Após o desenvolvimento do modelo A-B-C, e este estiver bem compreendido, pode-se passar para a etapa de mudança das crenças irracionais. Seria a etapa D de debater, no qual o cliente é ajudado a examinar e desafiar o seu modo de pensar e desenvolver modos de pensar mais funcionais e racionais, por fim a letra E (nova filosofia, comportamento mais adequado).
A TREC se caracteriza pela ideia de que os seres humanos funcionam baseados em crenças, algumas delas racionais e outras irracionais. As crenças racionais estão relacionadas com estados emocionais negativos equilibrados, como tristeza, mágoa, pesar, desprazer, aborrecimento; mas as crenças irracionais produzem reações emocionais perturbadas, como pânico, depressão, fúria etc. Esses estados emocionais têm uma relação direta com comportamentos saudáveis, como aqueles relacionados com as crenças racionais, ou problemáticos, quando ativados por crenças irracionais (RANGÉ, 2007).
Essa terapia, afirma, que a perturbação psicológica depende da tendência dos seres humanos de fazerem avaliações absolutistas dos acontecimentos em suas vidas. Essas avaliações, que têm a forma de “tenho quês”, de “deverias”, de “devos” e “tenho-a-obrigação-de” dogmáticos, são os aspectos centrais de uma filosofia de religiosidade dogmática que Ellis afirma ser o aspecto central da perturbação emocional e comportamental humanas (RANGÉ,2007).
Ellis defendia também que todos os seres humanos são basicamente hedonistas, uma vez que têm uma forte tendência biológica a ficarem vivos e a buscar um grau razoável de felicidade. Hedonismo é uma escolha, mais do que uma necessidade absoluta, e, assim, parece provável que seja uma predisposição inata fazer essa escolha fundamental (RANGÉ, 2007).
A TREC é uma forma ativa e diretiva de terapia na qual os terapeutas agem diretamente na identificação de seus conceitos filosóficos (crenças), os quais constituem a base para seus problemas. A característica do processo terapêutico na TREC é basear-se em um modelo educacional de atuação, em que o terapeuta ensina o cliente a compreender-se melhor e a modificar seu próprio comportamento (Ellis, 1978).
Caracteriza-se como uma abordagem diretiva, em que a base fundamental é a aceitação incondicional do cliente pelo terapeuta, a capacidade empática, o interesse genuíno e o calor do terapeuta pelo cliente (RANGÉ, 2008, p.42).
O esquema básico no processo terapêutico pode ser dividido em etapas. Vale ressaltar que a TREC é um processo terapêutico essencialmente verbal. Essas etapas consistem em: 1º) O terapeuta busca o sentimento gerado na situação “A”; 2º) O cliente infere causas/efeitos sobre “A”; 3º) O terapeuta avalia a relevância da inferência no passo anterior (2); 4º) O cliente infere causas/efeitos sobre o passo 2; 5º) O terapeuta avalia a relevância da interferência sobre o passo anterior (4); 6º) O cliente infere causas/efeitos sobre o passo 4; 7º) O terapeuta avalia a relevância da inferência sobre o passo anterior (5) (RANGÉ, 2008,p.46)
A TREC é um tipo de psicoterapia indicada para os clientes que desejam uma mudança rápida e eficaz.
2. Desenvolvimento
As pessoas pouco estão conscientes das premissas de seus pensamentos, elas geralmente focam em conclusões que quando são distorcidas podem gerar problemas emocionais. Já o inverso, pensamentos racionais nos eximem de chegar a pensamentos extremamente perturbadores.
Existem dois valores muito defendidos na TREC, a sobrevivência e a felicidade. Para tanto, esse sistema de psicoterapia tenta promover e ajudar as pessoas a viverem melhor e mais longamente, minimizando o desconforto emocional e os comportamentos auto derrotistas, além da atualização constante na busca de uma vida mais plena.
Segundo a TREC, para o cliente ser emocionalmente saudável, ele precisará aceitar a realidade. Deve aceitar a si mesmo incondicionalmente, aceitar o outro e ter aceitação incondicional da vida. O terapeuta na busca de ajudar o indivíduo a alcançar essa aceitação deve manter A atitude mais ativa e diretiva, didática e flexível, e promover a mudança na filosofia de vida do paciente. O relacionamento com o paciente deve permear a aceitação incondicional, a empatia, a abertura e a acessibilidade, trazendo o senso de humor e a descontração para o ambiente terapêutico.
O terapeuta poderá fazer uso de diversos procedimentos e técnicas, tais como, inundação, dessensibilização, exposição ao vivo, treino de habilidades sociais para mudanças básicas em crenças irracionais. Realizará o “questionamento ativo das filosofias perturbadoras e auto-derrotistas”, para promover o desenvolvimento de um sistema de “crenças mais racionais, adaptativas e saudáveis”, minimizando assim, as perturbações do “ego”, oportunizando a flexibilidade cognitiva, muito importante para o equilíbrio emocional.
A TREC como terapia breve é possível uma vez que ela é breve, objetiva e interativa, voltada para a ação e resolução dos problemas que levam o cliente ao sofrimento, ela necessita da compreensão e elaboração do cliente assim como uma conceituação clara do caso pelo terapeuta que deverá ter claro os objetivos a alcançar..
Morse (1989) e Wilde (1996) descreveram em suas pesquisas. No artigo de Wilde, foram mencionados alguns artigos que provavam a TREC ou EREC (o ‘E’ significa educação), com uma terapia de sucesso em reduzir ansiedade, aumentar a tolerância à frustração, melhorar desempenho acadêmico, diminuir impulsividade,
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