O Silencio dos Homens
Por: Michelle Pimenta de Oliveira • 23/11/2021 • Trabalho acadêmico • 967 Palavras (4 Páginas) • 276 Visualizações
FACULDADE DE SAÚDE E HUMANIDADE IBITURUNA- FASI
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
SEMINÁRIO DO FILME: O SILÊNCIO DOS HOMENS
Ana Karol Lopes Ferreira
Gisele Alves de Lima Paixão
Ingrid Rosa Ramos
João Victor Tadeu Martins
Laisa Cristiane Santos Costa
Michelle Pimenta de Oliveira
MONTES CLAROS - MG
2021
Este documentário é o resultado de uma pesquisa que envolveu mais de 40.000 pessoas e continua a ser pesquisado pelo Papo de Homem. “Em 2016, lançamos nosso primeiro documentário de pesquisa e ouvimos a opinião de mais de 20.000 pessoas”. Ele nos mostrou que sete em cada dez homens não falam sobre seus maiores medos e dúvidas com os amigos. Por mais de uma década, nós O mesmo fenômeno foi percebido na rodada de diálogo. Ao nos aprofundarmos na masculinidade, veremos que esse silêncio é a fonte de muitos outros problemas: violência doméstica, ausência de mulheres em posições de poder na política e economia, assédio, altíssimas taxas de suicídio, homicídio, mortes no trabalho e encarceramento entre os próprios homens.
No documentário, um entrevistado falou sobre os desafios de ser pai. Ele não queria reproduzir a vida dele e de seu pai. Naquela época, como espectador, percebi que, como pai, devo me encontrar com meu pai.
Apesar de dizer que sou uma pessoa mais forte, percebi que me tornei mais rígido comigo mesmo e continuo a justificar esse rigor pensando que isso me torna uma pessoa melhor. Antes do nascimento da minha filha, eu ainda sentia os efeitos nocivos desse silêncio interior, eu tinha que me perguntar se a lei e a ordem são mais importantes do que a conexão e o afeto.
O privilégio masculino é acompanhado por esse fardo secreto, e a mesma impermeabilidade emocional permite que ele supere sua própria superioridade por meio de soluços, o que equivale a sufocar os sentimentos mais vulneráveis no luto familiar. Ao ganhar o bônus de um dígito, também me sinto incapaz de descansar e diminuir o ritmo. Ao se tornar um workaholic ele perde o aniversário de um ano do filho. Ao focar o dinheiro ele se esquece de viver aqui e agora as horas banais e deliciosas do cotidiano.
Quando entrarmos no reino da masculinidade não heterossexual e não branca, a eficácia das prisões triplicará. Para os gays, a masculinidade é rejeitada quase simbolicamente, apenas o estereótipo do cabeleireiro maricas é possível (sem quaisquer deficiências). Os barbeiros precisam de barbeiros barbudos "gentis" para não se confundirem. Este é o medo de qualquer homem das cavernas que escapa de uma mordida de vidro. Tornar-se gay e ainda ser homem é quase uma jornada que exige transformação na sociedade, exigindo muita luta e supressão do chamado comportamento homossexual.
Quando o documentário passou pelo reflexo do negro, minha garganta voltou a apertar-se. Do ponto de vista social, o quadro é mais sombrio, como homem branco, nunca consigo imaginar. Cresci não para evitar a polícia, mas para agir de forma muito submissa para evitar a violência, ou para ser mais dócil no ambiente social, para não assustar as pessoas na rua. Machucou ao ouvir esse tipo de relato. Para os homens negros a ferida é cruzada, há o peso de ser homem, a sobrecapa do macho sexualizado e avantajado ao mesmo tempo em que pesa o estigma social e o passado histórico da escravidão, hoje atrelada com a criminalidade e o trabalho serviçal. É quase uma surpresa imaginar um homem negro, letrado e ético, mesmo que ninguém admita em voz alta.
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