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O TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM

Por:   •  30/10/2018  •  Seminário  •  2.051 Palavras (9 Páginas)  •  241 Visualizações

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ADOÇÃO TARDIA

 

Carolaynne Laizza De Souza Silva

Fernanda Duarte Araujo,

Gabriela Pasini Masullo

Julia Costa Lopes Catarino

Professora Fomentadora: Ludmila Sousa

Centro Universitário Brasileiro (Unibra)

Curso De Psicologia – 3BM – Semana Interdisciplinar 2018.

Recife - Pe.

        

PALAVRAS-CHAVE: Abrigo, Adoção, Adaptação.

INTRODUÇÃO

A adolescência consiste no período do desenvolvimento humano, de transição entre a infância e a vida adulta. Caracteriza-se por um processo de maturidade crescente, que envolve uma série de transformações físicas, emocionais, cognitivas e sociais. Quando se fala em adoção compreende-se que há um período de integração entre as pessoas envolvidas no processo, pretendendo estabelecer bases sólidas para um relacionamento harmônico. No caso das crianças e jovens, que muitas vezes passaram por mudanças drásticas de ambientes familiares, é uma verdadeira e frustrante experiência. A partir desse contexto pretende-se abordar nesse trabalho sobre a adoção tardia e sobre o papel do psicólogo nessa questão, já que esse profissional é de grande importância para a adaptação, aceitação e integração do indivíduo em seu novo lar. Este estudo também apresenta um caso com uma prática interventiva, a qual visou amenizar dificuldades vinculares de uma criança e sua recusa quanto à inserção em família substituta, e o resgate de vida do indivíduo. Mostrando sobre a importância de se respeitar o tempo do indivíduo no processo de recolocação familiar.

MATERIAIS E MÉTODOS

Os métodos utilizados para a construção desse trabalho foram pesquisas em livros de psicologia, artigos web sites encontrados na internet e algumas informações foram aproveitadas dos conteúdos dados em sala de aulas.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A adoção em si é um tema bastante complexo, sendo a adoção tardia, de acordo com algumas pesquisas (Weber & Cornélio, 1995; Weber & Gagno, 1995), coberto de muito preconceito. Entretanto, especialmente nos últimos anos, com a maior divulgação do tema, começaram a trabalhar, procurando desmistificar os conceitos errôneos existentes. Em geral, somente as crianças com até três anos de idade conseguem colocação em famílias brasileiras.  Depois dessa idade a adoção torna-se mais difícil. Grande parte dos jovens e crianças, considerados mais velhos, ou são adotados por estrangeiros ou permanecem em instituições (Weber & Kossobudzky, 1996; Weber & Mafessoni, 1996). As pesquisas revelam que a grande parte da população aponta preconceitos quanto à adoção tardia, como: 1) o medo de adotar jovens pela dificuldade na educação; 2) o receio de adotar estes jovens institucionalizados pelos maus hábitos que trariam; 3) as crianças que não sabem que são adotivas têm menos problemas, por isso deve-se adotar bebês e esconder deles a verdade, imitando uma família biológica. É constante que sejam confundidas a aceitação e a integração completa do adotado na família, com o desejo e a tentativa de apagar suas origens (Motta, 1995).

Em 2005, foi realizado uma pesquisa em 589 abrigos brasileiros onde viviam 19.373 crianças e adolescentes, e sua maioria formada por meninos, afrodescendentes de idade entre 7 e 15 anos. A maioria deles já viviam nas instituições por mais de dois anos, sendo que sua metade estavam nos abrigos por um período entre dois e cinco anos; outros entre seis e dez anos; e uma menor parte por um período superior a dez anos. Quando o assunto é adotar adolescentes, apenas 0,4% dos pretendentes estão abertos a receber um filho com mais de 12 anos.

É corriqueiro divergências entre autores sobre os prós e os contras do desenvolvimento de crianças e adolescentes que passam essa fase em orfanatos, durante o trabalho pretende-se mostrar argumentos a favor e contra o desenvolvimento dentro das instituições.

No intuito de compreender as vivências emocionais de crianças abrigadas, Careta & Motta (2007) acompanharam o caso de uma criança abrigada desde recém-nascida.  Verificaram que, diante de situações ansiogênicas, a criança expressou uma dissociação, sem entusiasmo, comunicando necessidade de intervenção psicológica. As autoras identificaram a forte influência do ambiente na formação e no desenvolvimento emocional do indivíduo. Diversas pesquisas relacionam condutas de risco com crianças que vivenciaram a ausência materna ou tiveram um relacionamento perturbado com suas mães nos primeiros anos de vida.  Para Bowlby (1981), o desenvolvimento de crianças institucionalizadas desde cedo é causador de danos significativos, tanto fisicamente quanto mentalmente. O autor refere que desde a primeira semana de vida os efeitos da privação dos cuidados maternos podem ser observados nos bebês.  O bebê “pode deixar de sorrir para um rosto humano ou de reagir quando alguém brinca com ele, pode ficar inapetente ou, apesar de bem nutrido, pode não engordar, pode dormir mal e não demonstrar iniciativa” (Bowlby, 1981, p.22.). Outros sintomas típicos de crianças que tiveram tais experiências são: O relacionamento superficial, nenhum sentimento verdadeiro – nenhuma capacidade de se interessar pelas pessoas ou de fazer amizades profundas. (Bowlby, 1981, p. 35). Alguns autores brasileiros, como Vectore e Carvalho (2008); Cavalcante, Magalhães e Pontes (2007), percebem a institucionalização como prejudicial ao desenvolvimento, não tendo possibilidades de ações que possam alterar a realidade de quem necessita ser afastado de seu meio familiar, por estar sofrendo algum tipo de violação de direitos. Esses autores que partem da premissa de que a institucionalização não é a melhor opção para o desenvolvimento e socialização, já que as crianças e adolescentes não desfrutam de atendimento personalizado em razão do número desproporcional de cuidadores por criança. Nesse grupo, entretanto, há autores que relativizam um pouco os efeitos positivos, admitindo que, o abrigo pode ou não constituir um risco para o desenvolvimento das crianças e adolescentes, dependendo de suas histórias anteriores (Janczura, 2008). Neste grupo que entende a institucionalização como uma oportunidade positiva para o desenvolvimento dos jovens está Marin (1999), Siqueira e Dell’ Aglio (2006, p 73) afirmam que a instituição de abrigo é um local muito importante, pois é onde os abrigados “realizam um grande número de atividades, funções e interações, como também um ambiente com potencial para o desenvolvimento de relações recíprocas, de equilíbrio de poder e de afeto”.  Ademais, o abrigo não é somente um local de moradia, pois também proporciona recursos para o enfrentamento de todo o tipo de situação de vida, adversa ou positiva.  O apoio social e afetivo oferecido pela instituição pode gerar “o desenvolvimento da capacidade de enfrentamento de adversidades promovendo características de superação e desenvolvimento adaptativo” (Siqueira & Dell’ Aglio, 2006, p. 77). Orionte & Souza (2005, p. 40) verificaram nas crianças que pesquisaram, que estas “demonstram capacidade de enfrentamento das adversidades pouco comum em crianças da mesma idade que vivem fora desse ambiente”. As boas experiências desses indivíduos nas instituições vão depender dos vínculos afetivos e do apoio social que a instituição vai desempenhar para eles, servindo de mais um elo para a formação de suas identidades e para o seu desenvolvimento e criando oportunidades para o enfrentamento da vida social e pessoal.

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