O Transtorno Do Espectro Autista E A Sobrecarga Dos Cuidadores: Um Olhar Psicológico

O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E A SOBRECARGA DOS CUIDADORES: UM OLHAR PSICOLÓGICO

Gama-DF

2021

HELOISE DA SILVA DURÃO

O Transtorno do Espectro Autista e a Sobrecarga dos Cuidadores: Um Olhar Psicológico

Artigo apresentado como requisito para conclusão do curso de Bacharelado em PSICOLOGIA pelo Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – Uniceplac.

Orientador(a): Prof(a). Dra. Kellen Laryssa Barros de Assunção Lima

Gama-DF

2021

HELOISE DA SILVA DURÃO

O Transtorno do Espectro Autista e a Sobrecarga dos Cuidadores: Um Olhar Psicológico

Artigo apresentado como requisito para conclusão do curso de Bacharelado em PSICOLOGIA pelo Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – Uniceplac.

Gama, 11 de Junho de 2021.

Banca Examinadora

Profa. Dra. Kellen Laryssa Barros de Assunção Lima

Orientador

Prof. Hannah Deborah Haemer Jamati De Souza

Examinador

Prof. Wladimir Rodrigues da Fonseca

Examinador

O Transtorno do Espectro Autista e a Sobrecarga dos Cuidadores: Um Olhar Psicológico

Heloise da Silva Durão

Resumo:

Segundo o DSM 5, o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos repetitivos e restritos, podendo ser dividido em três níveis de gravidade, que pode vir a prejudicar o desenvolvimento motor, a cognição, o desenvolvimento psicológico (sentimentos e emoções), a interação social do indivíduo, no seu contato social e nas suas relações com as pessoas. O objetivo é trazer reflexões acerca da sobrecarga dos cuidadores de pessoas com o Transtorno do Espectro Autista e promover um olhar de cuidado. O presente estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica de caráter exploratório. Os resultados dos estudos que embasaram o trabalho apontam que a maior parte dos cuidadores estão dentro de um contexto de estresse, pois a responsabilidade cai com peso ainda maior sobre eles, estando submetidos a estados de desequilíbrio emocional, ficando em evidência a falta de rede de apoio e possibilidade de prevenção em saúde mental. Desta forma, se evidencia, a importância de um olhar de cuidado e de prevenção da saúde mental dos cuidadores, que por sua vez, perpassa por uma maior conscientização a respeito da sobrecarga, seja ela física ou mental, durante o processo de cuidar de pessoas dentro do espectro.

Palavras-chave: Sobrecarga Emocional TEA. Família e Autismo. Cuidador Autismo. Dinâmica familiar com pessoas com TEA.

Abstract:

According to DSM 5, autism is a neurodevelopmental disorder characterized by difficulties in social interaction, communication and repetitive and restricted behavior, which can be divided into three levels of severity, which can harm motor development, cognition, psychological development, (feelings and emotions), the individual's social interaction, social contact and relationships with people. The objective is to bring reflections on the burden of caregivers of people with Autistic Spectrum Disorder and promote a look of care. The present study is an exploratory bibliographical research. The results of the studies that supported the work show that most caregivers are in a context of stress, as the responsibility falls with even greater weight on them, being subjected to states of emotional imbalance, with the lack of a network of support and possibility of prevention in mental health. In this way, the importance of a care and mental health prevention view of caregivers is evidenced, which in turn, permeates a greater awareness of the burden, whether physical or mental, during the process of caring for people within the spectrum.

Keywords: Emotional Overload ASD. Family and Autism. Autism Caregiver. Family dynamics with people with ASD.

1 INTRODUÇÃO

O autismo foi denominado pela primeira vez na década de 40, por Kanner em 1943, no seu artigo original intitulado de: “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”. Neste estudo, Kanner descreveu onze casos de crianças com “um isolamento extremo desde o início da vida e um desejo obsessivo pela preservação das mesmices.”

Atualmente o autismo é denominado como um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos repetitivos e restritos, pode ser dividido em três níveis de gravidade, a saber: a) Nível 1 (Exigindo de Apoio) momento em que há ausência de apoio, os déficits na comunicação social causam prejuízos notáveis. Por exemplo, uma pessoa que consegue falar frases completas, realizar trocas comunicativas, embora apresente falhas e cujas tentativas de fazer amizades são estranhas e comumente malsucedidas e a inflexibilidade comportamental se faz presente e causa interferência significativa no funcionamento geral. b) Nível 2 (Exigindo Apoio Substancial), caracterizado por déficits graves nas habilidades de comunicação social verbal e não verbal; limitação em dar início a interações sociais e resposta reduzida ou anormal a aberturas sociais que partem de outros. É comum que as interações se limitem a interesses reduzidos e apresenta comunicação não verbal acentuadamente estranha. Inflexibilidade do comportamento, dificuldade de lidar com a mudança ou outros comportamentos restritos/repetitivos