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A MÚSICA NA INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA

Por:   •  2/11/2017  •  Projeto de pesquisa  •  5.307 Palavras (22 Páginas)  •  545 Visualizações

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1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Título: A música na aprendizagem de crianças Autista: Um estudo de caso.

Autor (a): Ana Carolina Corrêa De Oliveira

Orientador (a): Profa. Dra. Íris Maria Ribeiro Rocha

Área de Concentração: Pedagogia, Educação Infantil.

Instituição envolvida: Universidade Estadual do Maranhão - UEMA

Período de execução: 6 (seis) meses

2 INTRODUÇÃO

Sabe-se que a aprendizagem de forma geral, se dá de forma contínua e processual, independente do discente, existem dificuldades e barreiras a serem superadas durante no ano letivo, e toda sua trajetória escolar. “O nível de desenvolvimento da aprendizagem do autista geralmente é lento e gradativo, portanto, caberá ao professor adequar o seu sistema de comunicação a cada aluno”. (SANTOS, 2008, p 30).

Tem-se um grande desafio, quando nos é posto um aluno em sala de aula regular uma criança diagnosticada com autismo. Segundo o Dr. Clay Brites: “O autismo um transtorno do desenvolvimento que leva a um comprometimento global na: Interação social, no comportamento repetitivo e restrito e problemas de comunicação social”. Sendo a taxa de incidência maior no sexo masculino.

Há uma necessidade crescente de possibilitar a identificação precoce desse quadro clínico para que crianças com TEA possam ter acesso a ações e programas de intervenção o quanto antes. Sabe-se que manifestações do quadro sintomatológico devem estar presentes até os três anos de idade da criança, fator que favorece o diagnóstico precoce. (BRASIL, 2013)

Os estudiosos Kanner (1943) e Hans Asperger, (1944) em suas descrições, sobre o autismo, reconheceram que haviam similaridade em suas pesquisas no campo do relacionamento interpessoal e na comunicação. Suas primeiras publicações nortearam grandes estudos.

Kanner (1943) “O distúrbio fundamental mais surpreendente, 'patognômico', é a incapacidade dessas crianças de estabelecer relações de maneira normal com as pessoas e situações desde o princípio de suas vidas”, (KANNER p. 242 apud BAPTISTA p. 22). Outra característica observada foi a fala “Por vezes eram repetidas imediatamente, após ouvidas (ecolalia imediata), outras, posteriormente (ecolalia deferida); pronomes pessoais repetidos exatamente como eram ouvidos, portanto falando de si mesmo na terceira pessoa (pronome reverso). (KANNER apud BAPTISTA, P. 23). Entre outras dificuldades, aponta-se a dificuldade motora global, observada uma surpreendente habilidade a coordenação motora fina, um exemplo foi a habilidade de girar objetos circulares, evidenciando assim, esta habilidade. Porém, o que mais chamava a atenção de Kanner na distinção da criança autista era a insistência na forma de rotina que a criança leva a vida, levando-o a uma limitação de atividades cotidianas que poderiam ser mais variadas, ou seja, mais atrativas. Ele considerava isso uma característica-chave pro autismo.

Asperger(1944) tem uma visão mais larga com outras observações sobre o autismo, a definição feita por ele era chamada de “psicopatia autista”, incluía casos outros casos que passavam de severo a normalidade. O termo Síndrome de Asperger é normalmente utilizado para crianças autistas apenas parcialmente afetadas, ou seja, autismo de alto desempenho, com crianças de inteligência normal e altamente verbais.

Tanto Kanner quanto Asperger utilizaram do termo “autismo” (Inicialmente na forma de adjetivo – distúrbio autístico do contato afetivo para Kanner e psicopatia autística para Asperger, e mais tarde na de substantivo – autismo infantil precoce). (KANNER, 1944 apud BAPTISTA, P.26).

Faz-se valer a pena ressaltar que, seja qual for a sistema de classificação ou base teórica, a criança com autismo apresentará déficits no relacionamento interpessoal, Comunicação/Linguagem e no comportamento “estranho” estereotipado, constatando-se ai, quão importantes e necessárias foram às contribuições dadas por estes estudiosos, dentre outros que existiram nos estudos de criança com transtorno do espectro autista.

[…] a projeção que fazemos sobre eles de alguns traços do funcionamento mental de nossa cultura e nosso tempo. Graças a essas projeções, passamos a narrar o mundo dos autistas como cruel, absolutamente individualista, sem semelhantes. Um mundo em que a criança só conta consiga mesma, ate o terror que representa o encontro com o outro, um verdadeiro estranho. (LÓPEZ, 2016 p. 25)

Entretanto, estudos comprovam o que os profissionais diretamente ligados a essas crianças já sabem: nem todos os autistas rejeitam o afeto, o contato ou se isolam totalmente. (TREVARTHEN,1996 apud BAPTISTA, p. 34 2002) ao contrário, alguns demonstram muito afetividade, carinho até mesmo uma forma “pegajosa” segundo os pais e professores. Desenvolvem uma relação de apego, (mostra-se um sentimento de medo ao ver os pais indo embora, buscam atenção quando se machucam, e em situação de perigo), (CAPPS, SIGMAN; MUNDY,1994 apud BAPTISTA, p. 34 2002).

O ser humano interagi entre si e o ambiente, valendo-se da fala, da escrita e da linguagem musical. Seres humanos estão o tempo inteiro a interagir com os diversos tipos de sons. Desta forma, a música pode ser utilizada para estimular; tanto o comportamento, a criatividade, a socialização, que é a área mais afetada do autista, promove uma melhor aprendizagem, ajuda a criança a superar as barreiras que lhe imposta pela sua patologia. “Eu sou diferente, mas não sou inferior” (Temple Grandin, 2010).

A música é muito atrativa para criança, sendo ela considerada “normal” ou diagnosticada autista, pois é algo que a permite fazer diversas coisas como: correr, dançar, pular, e etc. Sendo assim, algo lúdico, tornando assim um valioso instrumento para a aprendizagem de forma geral, em especial aos autistas. A música em si, traz com ela alguns estímulos: a motivação, movimentação, concentração, socialização, refletindo assim de forma eficaz, pois a criança aprende de forma divertida, e ainda facilita a integração no meio com outras crianças.

A utilização da música como recurso didático para as demais áreas do conhecimento, trabalho e expressão, tem como finalidade criar no aluno especial uma percepção em relação a realidade humana/social, despertando neste o interesse pelo conteúdo. (DALBEN,1991,P.17)

Assim, o presente trabalho busca analisar os benefícios que utilização da música como recurso para promover com eficácia o aprendizado em sala de aula. O tema escolhido para apresentação deste projeto é: A música na aprendizagem de crianças com transtorno do espectro autista, um estudo de caso.

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