O preconceito e suas vitimas
Por: GeovannaFeliix • 11/9/2015 • Resenha • 1.483 Palavras (6 Páginas) • 1.584 Visualizações
O PRECONCEITO E SUAS VÍTIMAS
PINSKY, Jaime (Org.). 12 Faces do Preconceito. 8. ed. São Paulo: Contexto, 2006.
Jaime Pinsk é historiador, doutor pela USP, professor titular da Unicamp e autor da vasta obra abordando os direitos do cidadão e a discriminação. Diretor da Editora Contexto, autor de vários livros, entre os quais Escravidão no Brasil e Cidadania e Educação, é também colaborador habitual das páginas de opinião do Estadão e Folha.
A obra 12 Faces do Preconceito é composta por 123 páginas e está dividida em catorze capítulos, sendo o primeiro de apresentação, os dozes seguintes de exposição dos dozes tipos de preconceito que serão abordados por diferentes autores e a último parte é destinada para a menção dos diversos autores que contribuíram à obra.
O primeiro capítulo da obra, “Preconceito na escola? Que bobagem...”, é escrito por Jaime Pinsky, que trabalha a definição de preconceito e apresenta as ideias que serão desenvolvidas ao decorrer do livro. O autor coloca nesse capítulo a escola como um dos ambientes mais propícios para a disseminação da intolerância, mediante a isso essa instituição se torna o ambiente mais adequado para iniciar os trabalhos que visam atenuar as forças do preconceito.
O capítulo seguinte intitulado como “ Lugar de mulher é na cozinha?” é escrito por Luiza Nagib Eluf, formada em direito e procuradora de Justiça em São Paulo, que aborda em seu texto o preconceito contra a mulher, a autora segue em linha cronológica apresentando as proibições impostas às mulheres desde o início dos tempos e também ressalta as grandes conquistas alcançadas pelo gênero feminino. O texto se encerra deixando uma reflexão a cerca dos estigmas que ainda são associados às mulheres, a autora enfatiza a importância que tem delas não se acomodarem, se unirem e lutarem por respeito e por seus direitos.
O texto posterior é produzido por Jaime Pinsky e é intitulado como “Serviço de negro”, o capítulo trata sobre o racismo, preconceito que é tão comum em nossa sociedade e tão forte que acaba sendo assimilado pela própria vítima, o autor dá como exemplo dessa assimilação o termo “serviço de branco” que é utilizado por muitos e inclusive por negros para exemplificar trabalho bem feito e de boa qualidade. O preconceito contra o negro segundo o texto tem raízes históricas profundas e estão ligadas principalmente a escravização dos mesmos, “o problema do negro deve ser explicado pela história, nunca pela biologia”(p. 23).
O quarto capítulo, “Ser ou não ser é a questão”, de Jean-Claude Bernardet, teórico de cinema e professor da Universidade de São Paulo (USP), apresenta em seu texto o preconceito
contra os homossexuais, mostrando as duvidas, medos, inseguranças e a realidade desse grupo que sofre com a intolerância dentro e fora de casa. O autor apresenta no decorrer do capítulo a história do homossexualismo e os diversos nomes que essa prática foi adquirindo ao longo do tempo.
O texto que dá seguimento à obra é que escrito por Luiz Eugênio Garcez Leme, médico geriatra e doutor pela USP, seu capitulo é intitulado como “Quem gosta de velho é reumatismo” e vai tratar da rotulação empregada aos idosos, que são geralmente vistos pela sociedade como incapazes, frágeis, assexuados e inúteis, o autor vai enfatizar no texto a importância que tem de dar espaço para esse grupo, principalmente no mercado de trabalho, que é onde eles são mas excluídos. Leme expõe em seu capítulo que “ o melhor combate ao preconceito é o exercício sistemático do respeito, e o verdadeiro conceito de respeito é atenção, individualização no trato, que é exatamente o oposto do que sucede o preconceito” (p. 40).
A quinta face do preconceito apresentada no livro é escrita por Gustavo Loschpe, escritor e articulista do caderno “Folhateen” da folha de São Paulo, seu capítulo tem como título “Entre a mamadeira e a camisinha” e vai tratar da rotulação empregada aos jovens, que são comumente considerados imaturos, inexperientes, irresponsáveis e incapazes. Devido à sua pouca idade são muitas vezes calados e oprimidos pela sociedade que de acordo com a conveniência os intitulam como crianças irresponsáveis ou como quase adultos e maduros.
O sétimo capítulo vai tratar da sexta face, o preconceito linguístico, que é escrito por Marcos Bagno, jornalista e sociólogo, seu texto é intitulado como “Preconceito linguístico? Tô fora!” e traz um apanhado histórico que explica o complexo de inferioridade dos brasileiros em relação ao português de Portugal, mostrando que esse complexo tem como origem a colonização do Brasil. O autor também traz ao texto a discussão a cerca da visão que o brasileiro tem do português como uma língua difícil e coloca a escola como um dos ambientes onde esse problema é gerado. Segundo Bagno o preconceito linguístico acontece pois qualquer manifestação linguística que escapa do triangulo escola-gramática-dicionário é considerado pela sociedade como rudimentar e deficiente.
O texto seguinte é de Domingos Fraga, formado em direito e comunicação, seu texto tem como título “baleia é a mãe!” e apresenta as adversidades que as pessoas acima do peso enfrentam cotidianamente. O preconceito contra essas pessoas é bastante comum em nossa sociedade e ele está presente em cada olhar impiedoso e em cada piadinha infame que chega a soar tão natural mas que fere imensamente quem está sendo alvo. O autor coloca o preconceito como uma questão bastante cultural, como é o caso da obesidade, que em
algumas culturas é vista como algo fora dos padrões mas que em outra é tida como algo positivo.
No nono capítulo, “Tamanho é documento?”, Cláudio Camargo, jornalista e sociólogo, relata no texto as experiência que teve com o preconceito desde a infância. Alvo de muitas brincadeiras e discriminações o autor conta como superou o seu complexo de inferioridade por seu considerado baixinho diante dos padrões sociais e encerra seu texto afirmando que tamanho pode ou não ser documento, só depende do próprio indivíduo.
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