O que está errado com a vida cotidiana ocidental

Análise Crítica

Segundo os textos de Murray Sidman “COERÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES” e o texto de Skinner “O QUE ESTÁ ERRADO COM A VIDA COTIDIANA NO MUNDO OCIDENTAL”, observou-se que os dois textos estão contextualizados na preocupação com problemas sociais contemporâneos, oriundos das constantes mudanças da sociedade atual.

O texto de Skinner revela que a população ocidental tem um estilo de vida desejado por muitos e que essas pessoas desfrutam de certo grau de fartura, liberdade e segurança, mas que por outro lado, elas estão apenas sobrevivendo e não vivendo, ou seja, não estão desfrutando a vida. E que as ações das pessoas estariam dirigidas unicamente por controle externo, sem uma reflexão anterior característica do autocontrole. Skinner por outro lado, argumenta que a evolução de nossa cultura se desviou do caminho, fazendo que perdêssemos de vista o efeito fortalecedor na fixação de certas práticas culturais comuns na sociedade moderna.

Os indivíduos apresentam um repertório comportamental enfraquecido, sendo incapazes de persistir na realização de determinadas atividades e com dificuldades de se criar compromissos e ações que possibilitem a busca por metas de longo prazo, que dêem sentido à vida. Sem esses objetivos o resultado é a apatia. Pessoas cada vez mais passivas, e assim é cada vez mais comum presenciar a falta de sentido de vida na maioria das pessoas.

Infelizmente esse padrão de vida está longe de constituir pessoas realmente ativas, orientadas por objetivos de vida, que persigam metas e lutem por seus ideais. Da mesma forma, gera-se uma crise de identidade com pessoas instáveis, dependentes, incapazes de se conhecer, prever o próprio comportamento e dessa forma, se controlar.

Os padrões inicialmente se instauram por uma pressão e imposição externa do meio social, podendo levar a punições quando não seguidos. Posteriormente, entretanto, são exercidos por autocontrole do próprio sujeito, que passa a aceitar aquele padrão como o mais correto.

Skinner vai abordar cinco práticas culturais que, ao promover os efeitos agradáveis das conseqüências do comportamento, em detrimento dos efeitos fortalecedores, têm desgastado as contingências de reforçamento.

Na primeira prática cultural está a alienação do trabalhador em relação ao produto do trabalho. Essa alienação do trabalho é inevitável, em um mundo que visa o lucro a partir da especialização e da divisão do trabalho.  Podemos pensar neste conceito de alienação quando observados em pessoas especializadas em uma única função. Por um lado há uma grande vantagem, pois aumenta a produtividade, dentre outros aspectos; por outro lado, realiza-se um único tipo de tarefa numa maior parte do tempo, e a conseqüência disso, é cansaço, desgaste, etc.

 A segunda prática observa-se que as pessoas têm cada vez mais se poupado de trabalhar, pagando ou forçando empregados e funcionários a trabalharem para elas. Em contrapartida, quando evitamos essas conseqüências aversivas do trabalho substituindo-as, também perdemos os reforçadores. O empregador faz menos coisas, entretanto com mais freqüência. Em sumo o que Skinner traz é que evitando as conseqüências aversivas, estão também se privando das fortalecedoras.

Uma terceira maneira de observar o efeito fortalecedor do reforçamento desgastado é quando as pessoas se comportam somente porque têm sido dito a elas para fazerem determinadas coisas daquele jeito que esta sendo pedido. Este comportamento se torna parte do repertorio reforçado e evita o custo de explorar novas contingências. Em resumo, Skinner vai dizer que seguimos conselhos não por causa das conseqüências que irão ocorrer futuramente, mas por causa das conseqüências que ocorreram no passado.

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