OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
Por: Bruna Eberhardt • 16/12/2019 • Pesquisas Acadêmicas • 1.811 Palavras (8 Páginas) • 226 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
Curso de Ciências Biológicas – Licenciatura
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Trabalho Acadêmico
OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
BRUNA EBERHARDT
Pelotas, 2019
O passado mistura-se com o presente
“Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho. A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.”
- Paulo Freire
Para analisar o assunto relacionado a educação e contemporaneidade, nada melhor do que começar com um breve pensamento de Paulo Freire sobre algumas verdades na profissão de professor. Esse pensamento abre portas para vários caminhos possíveis para seguir com uma linha de raciocínio, mas partindo da ideia apresentada no texto: “poucos pais desejam que seus filhos sejam professores [...]”, pode-se fazer o seguinte questionamento: qual o papel do professor?
No passado, com uma educação baseada na autoridade e rigidez no ensino, tinha-se a impressão de que quanto mais medo o professor fizesse o aluno sentir, mais autoridade ele teria. Autoridade era algo bom, medo era algo aceitável e confundido com respeito. Isso gerava uma falsa ordem e assim seguia o sistema de ensino. Mas, qual era o papel do professor quando situado num modelo de educação tão limitado?
“Nós não precisamos de educação/Nós não precisamos de controle mental/Sem sarcasmo na sala de aula/Professores, deixem as crianças em paz!”
- Another Brick in the Wall (Pink Floyd).
Conforme a letra e o vídeo clipe de “Another Brick in the Wall”, da banda Pink Floyd, o autoritarismo toma conta do cenário e o professor apenas assume o papel de uma máquina que produz produtos exatamente iguais. Cada professor dando seu toque final, fazendo seu refinamento nas crianças, para que no fim, todos sejam iguais para construir toda uma sociedade com modo de agir e pensar iguais, com opiniões que não divergem e que não questionam. Esse papel, não é o mais adequado para um professor, não é mesmo?
Mentes instigadas, com a curiosidade no máximo, fazem revolução onde quer que estejam. As perguntas e as ideias são o que fazem com que as coisas aconteçam, que livros sejam lançados, que a arte, no geral, apareça pelas cidades, e que protestos e manifestos sejam organizados. Tudo isso surge após pura reflexão. Por que não estimular senso crítico, opinião e arte protestante nos alunos? Os fatos estão todos aí, basta fazer simples ligações.
Diante dessas informações, tem-se que esse modelo envolvendo o uso da autoridade, do medo e do abuso de poder, não é nada antigo e sim, ainda acontece nos dias de hoje. Colégios militares, por exemplo, ainda mantêm esse sistema.
“Recebia atendimento pela SOE (a seção psicopedagógica) com a psicóloga do ano e acabei descobrindo por um professor que ela falava nas reuniões de professores e monitores, tudo que eu contava para ela. (...) Eu disse que ela violava o código de ética profissional dela me expondo, e sua resposta foi “aqui no colégio nós não precisamos seguir o código de ética do psicólogo”. Nunca tive coragem de denunciar para o conselho de ética ou para instâncias superiores do colégio, afinal, ela era esposa do coronel.”
-Relato anônimo sobre o Colégio Militar de Brasília.
“Todo ano antes da AE’s (avaliações de estudo), era uma atividade dentro do horário de aulas, os alunos irem para a missa católica, para o culto espírita ou evangélico. Os alunos que não queriam ou não eram de alguma religião eram colocados em formatura e os monitores diziam “ou você escolhe uma religião agora ou vai marchar nesse tempo”, como se só existisse três religiões ou a obrigatoriedade de se ter uma.”
-Relato anônimo sobre o Colégio Militar de Manaus
Esses relatos anônimos estão disponíveis na página do “Facebook” chamada “No Meu Colégio Militar” que tem como intuito expor todas as más condutas que envolvem abuso de poder, assédio sexual, racismo, homofobia, xenofobia, machismo entre outras.
Alguns pais, na maioria das vezes, escolhem colégios rotulados com maior grau de disciplina, autoritarismo e rigidez para matricular seus filhos que são considerados rebeldes, problemáticos e hiperativos, como se somente isso fosse “curá-lo”. Será mesmo que são as crianças e adolescentes precisam dessa “cura” mágica? Será que matricular um jovem num lugar padronizado, seja na vestimenta, religião, como apresentado acima, ou até mesmo, em alguns lugares, no modo de agir, é o mais interessante para as crianças?
Não são todos os colégios militares que são assim, mas sabe-se que ordem e disciplina são, praticamente, o lema da grande maioria existente mundo a fora. E isso varia conforme a conduta de cada profissional que trabalha nesses colégios.
Na maioria dos depoimentos anônimos, os jovens nunca denunciaram os abusos, pois tinham medo, não eram incentivados a denunciar, não tinham para quem contar, entre outros motivos. Os jovens não podem se calar, devem receber suporte em casa, dos amigos e familiares. Essa realidade não está tão longe.
Behaviorismo radical de Skinner
Behaviorismo é uma palavra que deriva do termo “behavior”, que significa “comportamento” em inglês. “Behavior” está junto do o sufixo “ismo”, que no latim, resumidamente, significa “fenômeno”.
Pode-se dizer que, basicamente, behaviorismo é uma ciência que estuda o comportamento dos seres vivos e que seu principal objetivo é analisar os comportamentos objetivos, aqueles que são possíveis de serem observados sem questões transcendentais.
O filósofo Burhus Frederic Skinner propôs o behaviorismo radical, que retomou a cultura anti-mentalista, mesmo que nunca tenha negado a existência dos processos mentais
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