OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELO PROFISSIONAL DE PSICOLOGIA NO CONTEXTO HOSPITAR

OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELO PROFISSIONAL DE PSICOLOGIA NO CONTEXTO HOSPITAR

BARBARA MAGELA MOURA

GABRIELA SANTOS NASCIMENTO

GLÁUCIA DA SILVA BRIGIDO

MARIA CLARA PATRIOTA DUARTE VELOSO.

SÔNIA MARIA FÉLIX DA HORA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO IPOJUCA – UNIFAVIP/DeVry

Resumo

Analisa-se o desenvolvimento da prática psicológica hospitalar para levantamento das demandas psicológicas existentes e dos recursos utilizados para atendê-las. Foi realizado analise de conteúdo e, mediante as pesquisas, foram entrevistadas duas psicólogas hospitalares e observado o trabalho exercido por elas. Os conteúdos obtidos foram analisados e separados qualitativamente. A descrição ressalta a formação profissional, bem como aspectos profissionais sobre a área, duvidas e apreensões. Compreende também o processo de saúde e doença numa dimensão psicossocial, que remete não somente doença, mas quais as formas de ajuste que o paciente deve encarar para melhor se aperfeiçoar as respectivas mudanças que sofrerá a partir de um diagnóstico, e como esse profissional podem atuar junto da equipe do médico de forma interdisciplinar para melhor compreender o papel das variáveis psicológicas.  

Palavras-chave: Psicologia hospitalar; demandas; aperfeiçoar.

Abstract

It analyzes the development of hospital psychological practice for survey of the psychological demands and the resources used to meet them. Was interviewed two hospital psychologists and noted the work done by them. The results were analyzed qualitatively and separated. The description emphasizes vocational training, and professional aspects of the area, doubts and apprehensions. It also includes the process of health and disease in a psychosocial dimension, which not only refers disease but which forms of adjustment that the patient must face to better improve their changes that will suffer from a diagnosis, and how these professionals can act with the medical team in an interdisciplinary way to better understand the role of psychological variables.

Keywords: Hospital Psychology; demands; improve.

Introdução

O termo Psicologia Hospitalar tem sido usado no Brasil para designar o trabalho de psicólogos em hospitais, ao que se sabe, sem precedentes em outros países (BUCHER, 2003; SEIDL; COSTA, 1999). Apesar de já ser uma especialidade reconhecida, é perceptível que na atualidade a Psicologia da Saúde vem ganhando mais espaço na sua forma de atuar. É uma psicologia recente, que surgiu na década de 70 na American Psichoological Association (APA), mas seu primeiro enfoque foi um grupo de trabalho que estava ligado às pesquisas relacionadas à como se dava o processo de saúde e doença nos pacientes. A Psicologia Hospitalar surgir pela necessidade de profissionais da área, pelo o surgimento das necessidades também da população, e por requerimento das Instituições. O sujeito é visto como ser biopsicossocial. O psicólogo ver o sujeito não só a sua doença física, mas também emocional. (ALVES, RF EDUEPB, 2011. p. 23). A partir disso, o presente estudo tem como objetivo geral compreender os desafios que o psicólogo hospitalar encontra junto a Equipe multidisciplinar, e exemplificar com as entrevistas.

As características da Psicologia da Saúde são focar não somente as doenças não mentais, mais também, como ocorre a deslocação da atenção de “doença” para "saúde", que pode ser considerado como objetivo epistemológico com uma definição própria e métodos específicos de avaliação e intervenções. O trabalho em equipe é hoje uma prática crescente no atendimento à saúde (BUCHER, 2003; MACLEAN, PLOTNIKOFF; MOYER, 2000; MORÉ, CREPALDI, QUEIROZ, WENDT; CARDOSO, 2004; REMOR, 1999; SEIDL; COSTA, 1999; WILD, BOWDEN; BELL, 2003). As equipes se caracterizam pelo modo de interação presente na relação entre profissionais (CHIATTONE, 2000; MACLEAN et al., 2000), que pode ser interdisciplinar, multidisciplinar e transdisciplinar.

As dificuldades que o psicólogo hospitalar enfrenta são várias, como também as dúvidas de entendimento do seu trabalho com os demais profissionais da equipe e como é a relação do psicólogo com o médico e os desafios que cada um encontra, no qual faz-se necessário que o interesse da Psicologia pelos ambientes tradicionais de saúde e doença (não mentais) seja paralelo ao desenvolvimento da consciência acerca do papel do comportamento na saúde e nas doenças mais comuns, área de interesse conhecida como Medicina Comportamental (Behavioral Medicine), que se define como “campo interdisciplinar preocupado com o desenvolvimento e integração dos conhecimentos e técnicas das ciências comportamentais e biomédicas, relevantes para a compreensão da saúde e doença e a aplicação desse conhecimento e dessas técnicas para a prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. (SCHWARTZ; WEISS, 1978, p. 250). Lobianco et al. (1994) reconheceram o trabalho em hospital como uma prática inovadora no âmbito da psicologia brasileira. O fator diferencial foi a inserção dos psicólogos nas equipes de saúde e a atuação em vários planos da organização hospitalar. O atendimento psicológico incluía não só pacientes e familiares, mas a própria equipe de saúde.

No âmbito hospitalar, a falta de clareza quanto às atribuições dos diferentes profissionais, principalmente em profissões emergentes, é um dos fatores que dificulta o trabalho em equipe. O hospital é uma instituição complexa, que envolve um grande número de especialidades. Esses profissionais são preparados para tomar decisões importantes em curto espaço de tempo. Tradicionalmente, tais decisões competem aos médicos. No entanto, com o aparecimento de novas especialidades, os médicos contam hoje com o auxílio de diversos profissionais de campos emergentes. Um desses campos é a Psicologia. Uma das dificuldades apontadas na relação do psicólogo com a equipe é a ausência de linguagem clara e objetiva. Em contraste, Seidl e Costa (1999) informaram que tais dificuldades diminuem quando o psicólogo é pós-graduado, desenvolve atividades de pesquisa e participa de eventos científicos. Em estudo realizado na Escócia, Wild et al. (2003) verificaram que o baixo índice de encaminhamento para tratamento psicológico estava mais relacionado à falta de compreensão da prática do que à desconfiança dos métodos. A partir desses resultados, os autores concluíram que há necessidade dos psicólogos hospitalares investirem em canais de comunicação que permitam divulgar e esclarecer o trabalho que realizam ou podem realizar em hospitais. (ALVES RF, 2011).