Observação Em Psicologia
Artigos Científicos: Observação Em Psicologia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: JuzinhaMaira • 16/3/2014 • 2.946 Palavras (12 Páginas) • 605 Visualizações
Observação em Psicologia Clínica
Vinícius Renato Thomé Ferreira1
Denise Nunes Mousquer2
Resumo
A observação é uma importante técnica de coleta de dados utilizada tanto nas ciências naturais quanto sociais.
Realizou-se um trabalho teórico a partir da literatura sobre esta técnica, objetivando construir algumas
considerações acerca da observação. São discutidas suas vantagens e limitações, suas classificações a partir da
estrutura, local, ação do observador e número de participantes, bem como as possibilidades de análise pelas
abordagens qualitativa e quantitativa. Por fim, é feita uma discussão acerca da observação em psicologia clínica,
relacionando alguns trabalhos nesta área que utilizam a técnica descrita, especialmente na psicologia do
desenvolvimento.
Palavras-chave: observação, psicologia clínica, pesquisa, metodologia.
Observation in Clinical Psychology
Abstract
Observation is an important method for data obtaining, used both in natural as social sciences. This work aimed,
starting from literature about observation, discuss this technique. Are discussed its vantages and limitations,
being classified since its structure, setting, observer actions and participants number, as well as analysis
possibilities through quali and quantitative approaches. Finally, we discuss observation in clinical psychology,
linking some works in this area with the technique described, especially in developmental psychology.
Keywords: observation, clinical psychology, research, methodology.
A observação é um instrumento largamente utilizado
nas ciências para a obtenção de informações que serão
posteriormente analisadas pelos mais diversos métodos
(Campos, 2001; Gil, 1999; Alves-Mazzotti e
Gewansznajder, 2002). Defendida por Galileu como
um dos elementos que proporcionariam um
conhecimento fidedigno do mundo, posteriormente
também passou a ser utilizada pelas ciências humanas e
sociais, de forma que é um instrumento altamente
reconhecido na psicologia.
Antes dele, Pitágoras, Hipócrates, Platão e
Aristóteles indicavam que era possível identificar
no homem uma relação entre o comportamento
manifesto e características da personalidade a
partir da avaliação de comportamentos
observáveis (Nietzel, Berstein e Milich, 1998).
Em sua relação com outros instrumentos de
avaliação na clínica, tais como testagem e
entrevista, a observação representa, portanto, uma
importante forma de obtenção de dados.
1 Psicólogo. Mestre em Psicologia Clínica pela PUCRS. Doutorando em Psicologia. Professor do curso de psicologia
da UnC-Concórdia. E-mail: vinicius@uncnet.br, viniferreirat@hotmail.com
2 Psicóloga. Mestre em Psicologia Clínica pela PUCRS. E-mail: demousquer@via-rs.net
Observação em Psicologia Clínica
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Richardson (1999), Lakatos e Marconi (2002) e Gil
(1999) consideram a observação como a base de toda
investigação no campo social, e pode ser utilizada em
qualquer nível de complexidade da investigação
científica. De acordo com Selltiz, Wrigstman e Cook
(1987), o que diferencia a simples observação,
fenômeno cotidiano, daquela com uma finalidade
científica é que esta última possui uma finalidade
conhecida de antemão e atentamente buscada.
Enquanto método de coleta de informações, a
observação é versátil, e pode ser utilizada isolada e
independentemente ou ser conjugada a outras técnicas
de coleta de dados (Gil, 1999). Selltiz (apud Lakatos e
Marconi, 2002, p. 88) refere que a observação possui
uma finalidade científica quando está vinculada a um
plano de pesquisa, possui um planejamento
sistemático, método nos registros e se relaciona com
proposições mais gerais, ou seja, não se caracteriza
como um conjunto isolado de fenômenos, e se sujeita
às verificações e controles da pesquisa (validade).
Weick (apud Nietzel, Berstein e Milich, 1998) define
o método observacional como um processo de
seleção, provocação, registro e codificação de
comportamentos. Entende-se por seleção a escolha
dos problemas, classes de comportamentos, eventos,
situações,
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