Os Aspectos Psicologico da Adoção
Por: Ana Paula Soares Saraiva • 13/6/2021 • Trabalho acadêmico • 2.914 Palavras (12 Páginas) • 187 Visualizações
ATIVIDADE PRÁTICA - AP |
Nome do Aluno: Ana Paula Soares Saraiva |
Docente: : Katiuscia Carvalho de Santana |
Curso: Psicologia |
Componente curricular: ênfase 1: Psicoterapia infantil |
Período: 9º Período |
Data: 30/04/2021 |
1. TÍTULO
A Importância do acompanhamento psicológico no processo de adoção no Brasil.
2. OBJETIVOS
Analisar criticamente o conteúdo encontrado. Sintetizar e organizar as informações disponíveis. Articular discursivamente sobre a importância da psicologia no processo de adoção no Brasil.
3. INTRODUÇÃO
O verbo adotar (do latim adoptare) é, nos dicionários, o ato de aceitar, acolher, tomar por filho, perfilhar, legitimar, atribuir os direitos de filho próprio. A adoção é uma escolha consciente e clara, mediante uma decisão legal, a partir da qual uma criança ou adolescente não gerado biologicamente pelo adotante torna-se irrevogavelmente filho (Estatuto da Criança e do Adolescente — ECA, artigo 48).
O estatuto também expressa como o direito da criança permanecer no interior da família biológica, por isso considera a adoção uma medida a ser adotada “excepcionalmente” (art. 19). Sendo que segundo a Lei Nacional da Adoção (2009), em seu artigo 92, as casas de acolhimento e instituições públicas devem somente preservar os vínculos familiares e de integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na família de origem.
Sendo assim, as casas de acolhimento têm como função acolher e assistir crianças e adolescentes que, por algum motivo, tiveram que ser retiradas de suas famílias ou foram por elas abandonadas e garantir-lhes condições de estabilidade. Segundo dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), existem quase 34 mil crianças e adolescentes abrigadas em casas de acolhimento e instituições públicas por todo país. Destas, 5.154 estão prontas para a adoção.
O abrigamento dos infantes normalmente é temporário uma vez que se pretende promover as condições necessárias à reintegração familiar ou ao encaminhamento para familiares como tios e avós que queiram cuidar desse infante. Porém, a permanência nas casas de acolhimento pode se estender até os infantes sejam adotados ou até mesmo que a maioridade seja atingida, nesses casos a instituição se torna responsável pela constituição e construção da subjetividade do infante que foi privado do convívio familiar.
Sendo assim a instituição se constitui um local de referências e vínculos afetivos são construídos, a perspectiva de uma adoção demanda da equipe técnica um trabalho de preparação do infante. Como exposto acima já houve uma ruptura com a família de origem e com isso podem existir marcas de apego a intermediários e/ou desconfianças e medos diante do desconhecido.
Neste trabalho será descrito a importância do acompanhamento psicológico tanto do infante que está no processo de adoção, quanto da família que pretende adotar, sendo que os dois lados trás expectativas, motivações e contextos diferentes.
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA APS
No processo de adoção os futuros pais têm necessidades específicas, motivações e expectativas que são reflexos de suas histórias psíquicas e que irão repercutir na relação a ser estabelecida com a criança/adolescente.
As crianças e os adolescentes que estão nesse processo também tem uma uma idealização das suas famílias de origem juntamente com o esforço para conservar uma imagem positiva dos genitores. Por esse motivo pode haver uma resistência diante dos pais adotivos, em uma tentativa de preservar essa idealizações da sua história de origem, ou o contrário, buscar assumir de forma precipitada uma nova identidade, pelo receio de não serem aceitas pela nova família.
A adoção, para as crianças, significa ter uma nova história, porém, ao mesmo tempo em que oferece esperança, demarca perdas e separações, principalmente no caso de crianças maiores que passaram por abrigos. (Machado, Féres-Carneiro, & Magalhães, 2015, Schettini Filho, 2009).
Segundo Ozoux-Teffaine (2004), o período inicial da pós- adoção, o infante, procura incorporar o modelo da nova família, costuma ser seguido por uma fase de desilusão estruturante, marcada por atitudes agressivas. A necessidade de separar-se da pele comum, criada para auxiliar na constituição de uma identidade específica, dará início a um período doloroso no qual se espera que os pais consigam suportar as tensões, os ataques de fúria e o silêncio.
O infante passa por uma fase onde tem que lidar com a renúncia das idealizações e fantasias parentais, para vincular-se aos pais adotivos reais. Por esse motivo os pais devem estar preparados para lidar com suas frustrações, expectativas e sentimentos de rejeição que pode acontecer nesse processo e além disso manejar os sentimentos e comportamentos que o infante irá trazer que muitas vezes poderão ser negativos.
Winnicott (2000) nos diz que a elaboração do processo de ilusão e desilusão sobre uma criança idealizada pelo desejo parental será determinante para a consolidação dos vínculos objetais com ela e para a constituição de um representante relacional que permita ocorrer o processo de amadurecimento.
Outro ponto importante é a subjetividade e a história desse infante que pode ser carregado de traumas e medos. Também deve ser levado em consideração o tempo que essa criança/adolescente está na instituição e como foi esse processo. Pois tudo isso influenciará no processo de construção de vínculo entre os envolvidos. Na criação de vínculo, a princípio, se faz presente a falta de confiança, fruto do temor de um novo abandono. Mas, na maior parte dos casos, diante do posicionamento desses novos pais, essa confiança vai se estabelecendo aos poucos (Oliveira, Souto & Silva Junior, 2017). Por esse motivo é importante que haja intervenção psicológica, em crianças e adolescentes abrigados.
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