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PSICOLOGIA DA SAÚDE

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Por:   •  22/10/2014  •  1.484 Palavras (6 Páginas)  •  390 Visualizações

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PSICOLOGIA DA SAÚDE

A saúde, conforme Scliar, (2007) reflete a situação econômica, social, política e cultural, assim, não tendo o mesmo significado para todas as pessoas. Isso dependerá da época, classe social, lugar, valores individuais, concepções cientificas, filosóficas e religiosas. “Dessa forma, as ações em prol da saúde demandam a participação dos diversos setores da sociedade, não podendo ser asseguradas apenas pelo setor sanitário” (SOUZA;CARVALHO, 2003, p. 517).

As definições de saúde e doença variam entre os indivíduos, famílias, grupos culturais e classes sociais nos diz Helman, Buchweitz e Garcez (2003). De acordo com o autor na maioria dos casos ela é vista como algo além da ausência de sintomas desagradáveis. Sociedades não-industrializadas acreditam na saúde como uma relação equilibrada entre as pessoas, a natureza e o mundo sobrenatural. Ainda referenciando o mesmo autor podemos destacar que o processo de adoecer envolve as experiências subjetivas de mudanças físicas ou emocionais e a confirmação dessas mudanças por parte de outras pessoas.

Segre e Ferraz (1997) dizem que a “Organização Mundial de Saúde define saúde não apenas como a ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social” (p.539). Essa definição, conforme os mesmos, até avançada para a época em que foi realizada é no momento ilusória, pois acreditam que a melhor definição seria a saúde como um estado de razoável harmonia entre o sujeito e sua própria realidade.

Dejours, (1986) também reprova a definição da OMS quando diz,

A definição internacional diz que a saúde seria esse estado de conforto, de bem-estar físico, mental e social... gostaríamos de tecer uma crítica a essa definição. Em nosso entender, há duas razões para esta crítica: a primeira é que esse estado de bem-estar e de conforto, se nos aprofundarmos um pouco mais, é impossível de definir. Gostaríamos que nos dessem uma definição desse perfeito estado de bem-estar. Não sabemos o que é e cremos que não haja esclarecimentos consideráveis sobre a questão. É muito vaga. Implícita e intuitivamente sabese que isso significa alguma coisa, mas quando se trata de defini-la, não é muito simples. E a segunda crítica a fazer é que, no fundo, esse perfeito e completo estado de bem-estar não existe! (DEJOURS, 1986, p. 8).

Logo, segundo Campos, (1996) “a saúde não significa apenas ausência de doença, pois para se ter saúde é necessário ter prioritariamente condições econômicas, ambientais, habitacionais e educacionais” (p. )

As atividades exercidas no campo da saúde se dividem em três momentos: atenção primaria, atenção secundária e a atenção terciária. Neste trabalho, a atenção primária a saúde será mais debatida.

A atenção primaria pressupõe as ações de ensino para a saúde colaborando nos programas de informação, prevenção e promoção em saúde.

Então,

A saúde passa a figurar como categoria de análise na Psicologia Social quando esta se volta para os processos de produção em saúde – sejam esses processos formas de conhecimento ou tecnologias de cuidado, prevenção e manutenção da saúde. (MEDEIROS; BERNARDES; GUARESCHI, 2005, p. 264)

Portanto, as intervenções que miram a aumento da qualidade de vida fazem parte de um campo, para que vários atores sociais atuem na promoção do bem-estar humano e na organização de uma sociedade cada vez melhor, considerando o caráter multidimensional desse conceito. (SOUZA;CARVALHO, 2003)

A Carta de Ottawa (1986) ressalta as ações intersetoriais e defini como pré-requisitos para a saúde: a paz, a educação, a moradia, a alimentação, a renda, um ecossistema estável, justiça social e a equidade. E com a Declaração de Alma – Ata, (1978) destaca-se a aproximação dos serviços da saúde com as necessidades da população, sua participação na tomada de decisões e a reorientação dos serviços. A atenção primária à saúde é considerada a condição mais próxima do contexto social e cultural do usuário que possibilita o enfoque nos determinantes de saúde e tem como foco os indivíduos, as suas famílias e a população, e não a enfermidade.

Em nosso País a saúde é garantida pelo Estado,

A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País (Lei federal, n° 8080/90, art. 3°, p. 22).

Capra (2003) diz que a saúde tem que ser entendida como um equilíbrio. Constituir o ritmo da vida, o processo pelo qual se produz o equilíbrio da respiração, do sono, do estar acordado. Esse autor propõe uma nova medicina humanista que utiliza os instrumentos técnicos e diagnósticos, mas que ao mesmo tempo analisa o ser humano na sua totalidade, o seu ser no mundo.

A saúde entendida como ausência de doença é uma definição ultrapassada do modelo biomédico. Atualmente, junto a conceitos como o de clínica ampliada, surge uma definição de saúde como sendo um estado que se mantém em constante mudança buscando uma auto-regulação organísmica do individuo com o meio; ou seja, saúde esta ligada não mais à doença simplesmente.

O modelo biopsicossocial utilizado por vários profissionais busca entender o sujeito como ativo no seu processo de saúde, procura envolver a comunidade/família, e observa esse individuo não só como biológico, mas resultado de um todo. Cito, De Marco (2006) para melhor explicitar esse novo modelo: “A perspectiva que tem como referência o modelo biopsicossocial tem-se afirmado

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