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Patologia Educação Especial

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Por:   •  3/10/2014  •  Resenha  •  388 Palavras (2 Páginas)  •  281 Visualizações

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"...não se pensa nas simples variações que são apenas desvios estatísticos; mas nas deformidades nocivas ou mesmo incompatíveis com a vida, ao nos referirmos à forma viva ou ao comportamento do ser vivo, não como fato estatístico, mas a um tipo normativo de vida ".

Assim, mesmo do ponto de vista estritamente biológico, a patologia não se configura como um desvio da média, mas se reporta a valores determinados pelo próprio ato de viver.

Se, do ponto de vista estritamente biológico, o conceito positivista de patologia não se sustenta, muito mais se pode dizer com relação à excepcionalidade, à medida que ela é determinada não pela simples diferença biológica, mesmo quando de origem orgânica, mas porque influi na totalidade do homem enquanto indivíduo e membro de um determinado grupo social.

As marcas dos positivistas permanecem até hoje, e o grande problema das suas construções teóricas foi apresentar um conceito sobre determinado fenômeno humano, de modo a, como evidencia Lowy (1988:30), "...'ignorar' os conflitos ideológicos, fazer calar paixões e preconceitos, e afastar sistematicamente todas as prenoções".

Isto é, a totalidade do indivíduo, dentro dessa perspectiva estreita e abstrata, passa a ser somente sua marca divergente e negativa. Mas a excepcionalidade deve ser vista não como algo abstrato, mas como uma categoria historicamente construída. Pois engloba sujeitos que possuem características individuais, conjugadas e produzidas pelas exigências sociais que interferem no seu processo de humanização.

Esse rápido mergulho nas influências dos pressupostos e apreciações de teóricos como Foucault (1975), Canguilhem (1982), Fonseca (1987) e Lowy (1988) possibilitou-nos verificar que a educação especial teve a influência do positivismo à medida que o critério de seleção da sua clientela repousava no pré-requisito do desvio de normalidade estabelecido pelo ensino regular.

Nessa perspectiva de análise, acreditamos, tomando por referência a abordagem de Velho (1981), que o grande paradoxo da sociedade moderna reside no fato de que, gerando a diferenciação, a mesma não consegue conviver com ela, a não ser através de mecanismos discriminatórios. Surgem daí os mecanismos de coerção normalizadora e a fabricação ininterrupta de desviantes.

Assim, ao estabelecer a sua clientela como aquela que apresenta "desvios" em características biológicas, estatísticas psicológicas ou sociais, a educação especial reproduz, no seu âmbito de ação o processo de participação-exclusão, contribuindo, decisivamente, como nos mostra Bueno (1993), para que não sejam incorporados pelo meio social que, cada vez mais, exige níveis crescentes de escolarização.

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