Percepção de Alunos de Psicologia Sobre o Suicídio
Por: Sara Dias • 1/8/2021 • Trabalho acadêmico • 2.976 Palavras (12 Páginas) • 135 Visualizações
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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE BRASILIA – IESB
PREVENÇÃO AO SUICIDIO
LAYNARA PAIVA – 1411120160
ANDREA MARYSE - 1421120254
SARA FONSECA DIAS - 1321120007
Novembro, 2016
INTRODUÇÃO
A palavra suicídio ( do latim suicadere – a morte do próprio), foi utilizada pela primeira vez por Desfontaines, em 1737 e significa morte intencional auto-infligida, com evidência , explícita ou implícita, isto é, quando a pessoa, por desejo de escapar de uma situação de sofrimento intenso, decide tirar sua própria vida.
Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS o suicídio é um Problema de Saúde Pública em âmbito mundial, conforme dados publicados no Informe mundial sobre La violência y La salud para Las Américas. No prólogo deste documento, consta o registro do pensamento de Nelson Mandela que descreve o surgimento do suicídio numa escala nunca vista e nunca pensada na história da humanidade (1).
O suicídio constitui-se um comportamento humano universal cujos índices epidemiológicos em uma comunidade constituem um dos indicadores indiretos de saúde mental.
Para Cassorla (1991) as motivações que levam o indivíduo a buscar pelo suicídio como sua última forma de arte no mundo estariam associadas a motivações de aspectos sociais que transcenderiam a esfera da vida pessoal e dependeriam de forças exteriores ao indivíduo, as quais estariam presentes na dinâmica de valores e padrões da cultura de determinada sociedade.
Segundo Manhães (1990) o objetivo do suicida em si, não é a morte. Ela é apenas um instrumento utilizado para alcançar um objetivo. O suicida está assim buscando uma saída para uma situação de conflito e vê na morte o instrumento mais potencial para alcançar o que ele deseja. O suicida é um homicida que elimina um objeto interno ameaçador, torturante, agressivo, enfim, que o molesta e o perturba.
É muito difícil compreender por que um indivíduo toma a decisão de cometer suicídio, ao passo que em situação similar a dele, outras pessoas não o fazem. O que muitos afirmam e consideram é que há fatores emocionais, biológicos, genéticos, psiquiátricos, religiosos, ambientais e socioculturais, que ajudam a compreender a situação de vida deste indivíduo, o sofrimento que ele carrega e, por isso, a busca que ele tem pela morte. Alguns autores como vimos, até dizem que, por vezes a pessoa nem quer se matar. Quer, antes, eliminar sua dor, diminuir seu sofrimento, e por isso, busca de repente ou lentamente depende do caso, um método que o leva a morte.
Para Botega (2000) dentre as circunstâncias que sugerem alta intencionalidade suicida, temos: a comunicação prévia de que a pessoa iria se matar, mensagens ou cartas de adeus, planejamento detalhado, precauções para que o ato não fosse descoberto, ausência de pessoas por perto que pudessem o socorrer, não procurou ajuda após a tentativa de suicídio, método violento ou uso de drogas mais pesadas e perigosas e a afirmação clara de que queria morrer.
Através da observação no levantamento bibliográfico para esta pesquisa, pode-se constatar que há certos fatores que estão relacionados a uma maior ou menor probabilidade de cometer o suicídio. Por exemplo, as mulheres tentam o suicídio quatro vezes mais do que os homens, mas os homens o cometem (isto é, morrem devido a tentativa) três vezes mais do que as mulheres. Isso se explica pelo fato de que os homens utilizam de métodos mais agressivos e potencialmente mais letais nas suas tentativas do que as mulheres. Os homens se utilizam mais frequentemente de armas de fogo ou enforcamento, ao passo que as mulheres tentam suicídio com métodos menos agressivos e assim com maior chance de serem ineficazes, como tomar remédios ou venenos.
As doenças físicas, tais como câncer, epilepsia e AIDS ou doenças mentais, como alcoolismo, drogadição, depressão e esquizofrenia, são fatores relacionados a taxas mais altas de suicídio. Além disso, uma pessoa que já teve tentativa anterior de cometer o suicídio tem maior risco de cometê-lo.
No Brasil, a cada 45 minutos, duas pessoas tentam se matar, nesse mesmo espaço de tempo, uma delas com certeza conseguirá dar cabo a sua própria vida. A média brasileira é de 6 a 7 mortes por 100 habitantes, bem abaixo da média mundial, mas ainda assim é um dado assustador em se tratando de jovens com idades entre 13 e 14 anos.
Segundo Botega, para avaliarmos o risco de o evento efetivar-se, exige-se descobrir: qual foi a circunstância de sua vida que motivou tal decisão; em que momento de sua história essa experiência surgiu; a quem ou o que ele pretende atingir com isto; qual é o sentido que essa pessoa acredita poder atribuir a esse seu ato; qual é sua verdadeira determinação em conseguir efetuar esse auto-ataque.
O suicídio é apontado como um assunto tabu dentro dos lares e da mídia, a discussão sobre o tema fica ainda mais restrita ao universo de médicos psiquiatras, psicólogos e estudantes da área.
O Conselho Federal de Psicologia (CFP), lançou em 2013 a publicação “Suicídio e os desafios para a Psicologia”. Nele consta que a ideia de se fazer o livro surgiu da grande repercussão de dois debates online, realizados pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), que chamaram atenção de milhares de psicólogos (as) em todo o Brasil para um assunto que foi, por muitos anos, absolutamente velado.
O Conselho Federal de Psicologia (CFP), assumiu então a responsabilidade de promover o acesso público e profissional às informações sobre os aspectos de prevenção e comportamentos de suicídio e possibilitou através da obra a promoção de serviços de apoio e reabilitação de pessoas afetadas por este tipo de ocorrência.
A preparação dos estudantes de psicologia deve se dar ainda na sua formação acadêmica, uma vez que os estudantes representam um grupo de futuros profissionais que precisam estar aptos a atender estes pacientes além de atuar na prevenção de tentativas de autoextermínio.
Para os estudantes de psicologia, durante o período de formação profissional, percebemos a necessidade de formação no decorrer do curso, pois esses estudantes não dispõem de uma disciplina específica que os orientem a lidar com a realidade do paciente com tendência suicida. Portanto, nesta pesquisa buscou-se verificar como se dá a orientação e preparação acadêmica, bem como se há a necessidade de se promoverem estudos complementares durante o período de formação profissional sobre o atendimento a pacientes com sofrimento psíquico de risco suicida, englobando os fatores de risco, os sinais de alarme, as características do paciente, os métodos adequados para o tratamento. A realidade clínica nos aponta para a existência de demanda para os casos de atendimentos a pacientes com este tipo de risco, na clínica escola e que, por conseguinte, exigem do profissional em formação, o conhecimento teórico sobre o suicídio, a adoção de técnicas e procedimentos específicos para o manejo clínico da situação e uma permanente reflexão acerca de até que ponto vai nossa responsabilidade perante o paciente e a sociedade, pois trata-se de um envolvimento entre estagiário, supervisor, talvez o psiquiatra que atenda ao paciente e, sobretudo, a família deste na busca pela sua recuperação.
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