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Pessoas em vulnerabilidade social – Morador de Rua

Por:   •  25/9/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.754 Palavras (12 Páginas)  •  2.625 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

 

        Nesse relatório final de observação, foram analisados Comportamentos de Pessoas em Vulnerabilidade Social especificamente “Moradores de Rua” por 100 horas no total, separados em doze relatórios de 01h30 e dois relatórios de 01h00, sendo 20 horas por integrante do grupo.

        Observamos moradores de rua nos mais diversos lugares públicos, entre esses lugares: praças, ruas nos centros das cidades, em frente às prefeituras, semáforos, calçadas, rodoviária, pudemos ter essa experiência de treino em observação.

        Foram várias as experiências de observações. Diversas situações nos chamaram a atenção. A grandiosidade das formas de observar e anotar conforme aprendido com a professora em sala de aula.

        Observamos os moradores de rua nos seus extremos, na sua intensidade, no seu individualismo, na formação de grupos, na agressividade, no momento de fazer escolhas, nas amizades de cumplicidade, na tecnologia, enfim, o assunto é vasto e cheio de vertentes.

        O relatório também contou com uma pesquisa relacionada a mídia, referente a um morador de rua que pede esmolas e cansado de ouvir as pessoas falarem que não tem dinheiro, e que só tem cartão em mãos, um morador resolveu inovar e saiu pelas ruas com uma máquina de cartão de débito/crédito como uma forma descontraída de receber as esmolas, a máquina não funciona, mas chamou a atenção das pessoas que foram abordadas. (http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2016/10/morador-de-rua-usa-maquina-para-pedir-esmola-e-foto-viraliza-na-web.html)

        As discussões para chegarmos num resultado, fizeram parte desse relatório final da disciplina Práticas Sociais e Subjetividade.

        

  1. PROCEDIMENTO

        O relatório foi organizado através de reuniões entre o grupo, onde foram estabelecidas as formas de ação e atuação de cada integrante do grupo.

        As observações foram individuais, cada um se responsabilizando pelo seu olhar observador, respeitando as falas da orientadora nesse início de estágio.

        Nas aulas da disciplina Práticas Sociais e Subjetividade fomos orientados nessas observações, e optamos por seguir conforme a nossa rotina, nos intervalos do nosso trabalho; se vamos a um passeio, observamos em praças, em frente de bancos, pizzaria e lanchonetes, prefeituras, rodoviárias, centros das cidades enfim usamos o máximo de oportunidades, até por conta do tempo reduzido para a conclusão desse relatório.

        As discussões foram em sala de aula ou nas dependências na universidade, trocamos experiências dialogando sobre cada observação. Percebemos que, mesmo em situações diferentes, cidades diferentes que cada um do grupo mora, as histórias se repetem com muita facilidade, essa situação facilitou nossas conversas em grupo.

        A teoria que será usada para esse tema é de Psicologia Social com o teórico Moscovici, Psicólogo Social. Segundo Moscovici existem dois processos das representações sociais: a objetivação e a ancoragem.

  1. ANÁLISE E DISCUSSÃO

Torna-se relevante apontar que as discussões realizadas pelo grupo chegaram a uma análise crítica relacionado ao nosso tema, através das nossas observações em comportamentos dos moradores de rua.

Sobre a caracterização da população em situação de rua observamos como: grupo populacional heterogêneo, composto por pessoas com diferentes realidades, mas que têm em comum a condição de pobreza absoluta, vínculos interrompidos ou fragilizados e falta de habitação convencional regular, sendo obrigados a utilizar a rua como espaço de moradia e sustento, por razão temporária ou de forma permanente, esses indivíduos utilizam as ruas como moradia, fato desencadeado em decorrência de vários fatores: ausência de vínculos familiares, desemprego, violência, perda da autoestima, alcoolismo, uso de drogas, doença mental, entre outros fatores.

        Sugere-se que o surgimento da população em situação de rua é um dos reflexos da exclusão social, que a cada dia atinge e prejudica uma quantidade maior de pessoas que não se enquadram no atual modelo econômico, o qual exige do trabalhador uma qualificação profissional, embora essa seja inacessível à maioria da população.

        Entende-se que a ineficácia das políticas públicas fez com que, historicamente, se destacasse o trabalho das Organizações Não Governamentais (ONGs) e das Instituições Religiosas. No geral, essas instituições atuam na distribuição de alimentos, roupas e cobertores. Outro trabalho de assistência são os abrigos temporários e os albergues que, de um modo geral, são considerados insuficientes para beneficiar toda essa população. Essas políticas públicas, que cujo objetivo seria amparar as pessoas que delas necessitam, são insuficientes e geralmente não atacam a causa do problema, apenas tentam suprir as necessidades básicas de sobrevivência, como também não estão baseadas em um efetivo conhecimento acerca das demandas que norteiam essa classe populacional.

        O desinteresse do Estado pelas pessoas que se encontram na referida situação de rua, influencia diretamente no comportamento da sociedade, sendo que os moradores de rua são tratados ora com compaixão, ora com repressão, preconceito, indiferença e violência.

        Observamos ainda, que muitos moradores de rua possuem celulares, recebem alimentação e roupas por vários órgãos do terceiro setor. Eles estão sempre nos mesmos locais durante a noite e brigam pelo território, não deixando que intrusos entrem no grupo. Em sua grande maioria são vistos em grupo. Poucas observações se deram com indivíduos sozinhos.

        Durante as observações torna-se perceptível que de dia há uma maior dificuldade em localiza-los, entendemos que esses moradores, estão em casas abrigos, semáforos, associações de moradores, ONGS, esmolando em bairros, etc.... Outra observação realizada pelo grupo é que vimos muitos profissionais de rua e não moradores, pessoas que ganham a vida nas ruas, como vendedores, artistas, ambulantes, esses à noite não são vistos dormindo nas ruas, provavelmente possuem moradias e utilizam as ruas como meio de ganho salarial.

        Existe uma diferença entre Morador de Rua e Profissional de Rua, no grupo no início não entendíamos essa diferença, após algumas pesquisas, pudemos entender claramente a questão do Morador de rua e do profissional de rua. O que confunde bastante a população de um modo geral.

        Morador de Rua: É aquele que utiliza a rua como sua moradia fixa. Ele se alimenta e vive das ruas.

        O Profissional da Rua: É aquele que muitas vezes utiliza as ruas como meio de remuneração, aqui entra os pedintes em semáforos, os malabaristas, os vendedores em semáforos, enfim. Esses têm moradias fixas e utilizam as ruas como meio de sobrevivência financeira.

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