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Programa de Monitoria Voluntária

Por:   •  27/10/2023  •  Artigo  •  1.452 Palavras (6 Páginas)  •  61 Visualizações

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O RECURSO DO ROLE-PLAYING NA EVOLUÇÃO DO ALUNO DE PSICOLOGIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Luiza da Costa Araújo Maciel1* (ID), Álvaro Rebouças Fernandes2 (PO).

1. Universidade de Fortaleza – Programa de Monitoria Voluntária

2. Universidade de Fortaleza – Curso Psicologia

Palavras-chave: role-play. Psicologia. Relato de experiência. Anamnese.

Resumo

Este artigo visa apresentar uma ferramenta de ensino muito utilizada na área da saúde, o role-play, bem como mostrar, através da observação de duas turmas de Práticas V, sua eficácia ao que se propõe. O role-play é uma ferramenta criada dentro do psicodrama didático e visa expor o estudante a situação de atuação profissional por meio de encenações, a fim de que este possa aprender na prática como atuar de forma segura, sem estar frente a frente com um paciente real. A pesquisa aqui realizada foi feita durante a monitoria de duas turmas da disciplina de Práticas V durante o processo de preparação para a parte prática da cadeira, onde os alunos iriam fazer a entrevista de anamnese com um paciente.        

Introdução

O Programa de Monitoria da Unifor tem como objetivo abrir espaço para a docência, bem como ajudar os monitores “a desenvolver competências relacionais com seus pares e professores e incentivando o processo ensino-aprendizagem” (UNIFOR, 2020). Além disso, a monitoria ajuda a desenvolver o falar em público, compreender na prática o ensino-aprendizagem, bem como ser uma experiência diferenciada na pesquisa e possibilita uma formação e/ou fortalecimento de um networking profissional tanto com os professores quanto com os outros estudantes.

A disciplina de Estágio Básico 5 é onde o estudante entra em contato com uma situação real envolvendo um paciente, onde eles vão colocar seus estudos em prática de forma mais ativa pela primeira vez, o que muitas vezes gera insegurança e receio nos alunos. Para prepará-los para a parte prática da disciplina, nos utilizamos da ferramenta do role-play, também conhecida na área da saúde como paciente simulado.

O role-play é uma ferramenta criada por Jacob Levy Moreno que é altamente utilizada como forma de facilitar o processo de aprendizagem, especialmente voltado ao ensino profissionalizante, podendo, entretanto, ser utilizado em outras esferas do ensino onde se existe um papel a ser cumprido (RAMALHO, 2021). Esta técnica é utilizada para treinar a atuação profissional, visando tanto familiarizar o aluno com a situação encenada, melhorar a performance profissional desse aluno e, por consequência, gerar mais segurança e autonomia no futuro profissional. Por suas características e resultados, ela é amplamente utilizada na área da saúde e, possivelmente, também em outras áreas.

Esta ferramenta consiste na dramatização de uma cena, tal qual o atendimento psicológico, podendo ser outras cenas, seja no local de aprendizado ou em outros ambientes (RAMALHO, 2021). Essa junção da dramatização do teatro com o ensino vem através do que Moreno chamou de psicodrama didático, que surge a partir das técnicas psicodramáticas, inicialmente pensadas para o setting terapêutico, que depois foram abrangidas para a educação (RAMALHO, 2021).

Metodologia

O presente trabalho se utilizou da pesquisa-ação para basear o relato de experiência. Segundo Thiollent  (1985), a pesquisa-ação é

"um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo."

Ou seja, a pesquisa-ação consiste em o pesquisador se inserir no campo e modificá-lo, analisando os impactos dessa intervenção no campo e suas implicações nos indivíduos afetados por ela.

O trabalho foi realizado a partir da observação de duas turmas de Práticas V (atualmente nomeada como Estágio Básico V) durante as atividades de monitoria no primeiro semestre de 2023. Ambas as turmas tinham como professor o Professor Doutor Álvaro Rebouças Fernandes e como monitora a aluna de graduação Luiza da Costa Araújo Maciel. Cada turma contava com 6 alunos, totalizando 12 alunos. Todos os alunos cursavam o 5º semestre de Psicologia e estavam fazendo ao menos uma cadeira de psicopatologia.

Os objetivos desta disciplina são de preparar os alunos para a anamnese psicológica e pôr em prática o que aprenderam sobre as psicopatologias através da hipótese diagnóstica que eles terão que fazer após a anamnese com os pacientes que encontraram. De acordo com o site da UNIFOR (2021), na ementa desta disciplina consta como finalidade da cadeira o ensino sobre a “Atuação do(a) psicólogo(a) em instituições de saúde mental. A entrevista clínica como técnica de investigação e atuação em psicologia.”,

Resultados e Discussão

A partir da observação e intervenção das duas turmas da disciplina, ficou claro que o role-play afetou a atuação dos alunos na parte prática da cadeira. Ao iniciar a disciplina, os alunos tinham pouca experiência lidando com pacientes, pois, até então, só fizeram entrevistas e observações não-participativas e participativas. Por conta disso, esses alunos chegam nas Práticas V ansiosos para entender como funciona a entrevista de anamnese e muitos chegam inseguros, se sentindo despreparados para a atuação, o que é normal, visto que esta disciplina também visa preparar os estudantes para este momento.

Para tranquilizar os alunos e treiná-los para fazer a anamnese no local de estágio, nos utilizamos do role-play, o que se provou extremamente efetivo, pois foi visível a evolução dos estudantes durante os processos de role-playing tanto em quesitos técnicos quanto de segurança na atuação. Nas primeiras encenações os alunos pareciam perdidos e ansiosos, tentando entender o que deveriam fazer e procurando fazer seu melhor, porém, por estarem apreensivos, acabavam cometendo algumas gafes. Após as encenações, sempre discutíamos com os alunos sobre como eles se sentiam atendendo esse paciente fictício e dávamos conselhos e sugestões sobre o que eles poderiam fazer para melhorar e coisas que eles deveriam evitar fazer.

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