Projeto de estagio basico
Por: lydyanyc07 • 24/11/2015 • Trabalho acadêmico • 2.271 Palavras (10 Páginas) • 197 Visualizações
INTRODUÇÃO
O presente trabalho é fruto das visitas realizadas na ADEFAL (Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas), considerada uma entidade de utilidade pública municipal, lei nº 4366 de 02/12/1994, utilidade pública estadual, lei nº 4570 de 09/10/1984 e utilidade pública federal, decreto de lei federal de 04/07/1996. A instituição é uma entidade filantrópica sem fins lucrativos com sede em Maceió-Al, e tem como finalidade a defesa dos interesses das pessoas com deficiências físicas. Sua atuação é nas áreas dos direitos sociais e medicina, atendendo cerca de 1500 pessoas diariamente.
A ADEFAL é uma referência no Estado e no Brasil, tendo seu trabalho reconhecido com o prêmio nacional de direitos humanos em 2004 pela Presidência da República.
Este projeto de intervenção foi desenvolvido na Unidade de atendimento aos deficientes auditivos, com objetivos de observamos procedimentos diários oferecidos pela Instituição de acordo com as necessidades dos deficientes e seus familiares, coletando informações ao longo de sua historia. Foram observados os procedimentos diários oferecidos de acordo com as necessidades dos deficientes, tais como técnicas de desenho e pintura para favorecer a expressão de sentimentos e, possivelmente, conhecer o mundo interior da criança. São feitos estudos psicopatológicos e entrevistas com os familiares, na sua grande maioria mães, que relatam suas dificuldades e experiências. Assim, torna-se possível conhecer a dinâmica familiar.
“Nós não devemos deixar que as incapacidades das pessoas nos impossibilitassem de reconhecer suas habilidades”. (Hallahan e Kauffman, 1994).
Cada estágio da vida oferece ao indivíduo desafios importantes para o seu desenvolvimento. O ser humano está em constante processo de aprendizagem e essa não ocorre de forma isolada. São inúmeros os fatores, tanto biológicos, quanto sociais ou históricos que influenciam na formação do sujeito, mas que isoladamente não determinam a sua constituição.
A fundamentação teórica para esse projeto baseou-se nas contribuições da teoria histórico-cultural de Vygotsky (1997, 1998), que oferece um novo paradigma para compreender os problemas desse sujeito. A obra do mesmo aponta para alternativas inovadoras na área da inclusão desse sujeito na sociedade. Essa obra revela-se atual e lança muitas luzes para compreensão dos problemas relativos à educação especial e para busca de intervenção inovadora nessa área.
O trabalho com a família é importante no desenvolvimento global da criança e do adolescente portador de deficiência auditiva. É através desse trabalho que esse paciente aprende a formar sua visão de mundo, pois o modo como a família lida com a questão da deficiência auditiva interfere na sua vivência.
De acordo com Vygotsky “A educação é a influência premeditada, organizada e prolongada no desenvolvimento de um organismo”. (apud Martins, 2006, p.49).
É necessário um trabalho com a família do paciente, orientando as habilidades e potencialidades que as mesmas possuem. Assim, as mães e responsáveis podem reconstruir novas possibilidades no funcionamento do sistema familiar.
Segundo Facci (2006, p. 138).
A educação, de acordo com a vertente da Psicologia russa, é colocada em destaque, por partir do pressuposto de que os seres humanos apropriam-se da cultura para se desenvolver e também para que ocorra o desenvolvimento sócio-histórico da humanidade, seria impossível a continuidade do processo histórico.
O Estado emocional da mãe ou responsável deve ser levado em consideração após receber o diagnóstico da deficiência auditiva, por ser um momento critico. Por alguma razão, no entanto, esse estado pode ser alterado, dependendo como a mãe foi acolhida na instituição.
Assim, o trabalho com as mães e responsáveis é de grande importância para o bem estar da equipe e, principalmente, do deficiente físico.
Foi percebido na rotina da Instituição o ócio em que as mães e acompanhantes dos deficientes auditivos se encontravam, enquanto eram realizadas as terapias. Muitos acompanhantes relatam dificuldades financeiras, de transporte, dependência da aposentadoria ou benefício que o portador de deficiência recebe, muitas vezes, como principal renda da família.
A busca pela cidadania, a socialização, a geração de renda para as famílias dos deficientes foram identificados como objetivos do projeto. O aproveitamento desse tempo de espera entre uma terapia e outra, onde esse acompanhante, que na grande maioria, são mães separadas, avós, enfim, mulheres que enfrentam uma rotina solitária.
Segundo o relatório da Unidade de Gênero, Departamento de Política Econômica e Redução da Pobreza, região da América Latina e Caribe (2003), o conceito de gênero se refere aos aspectos da vida social pelos quais homens e mulheres detêm papéis, necessidades, preferências, interesses e prioridades decorrentes de ser mulher ou homem. Desse modo, foi observada que a participação feminina, como acompanhante, é bem mais freqüente do que a participação masculina.
De acordo com Ávila (2001),
“A mulher como chefe de família tem poder e responsabilidades pela manutenção do grupo família. As mães relataram a dificuldade de assumir sozinhos esses encargos e mostram cansaço e desânimo no tratamento de seus filhos e, inclusive, algumas chegam a parar e até desistir do tratamento”.
Dentro dessa ótica, o trabalho de promoção da cidadania através das oficinas artesanais, desenvolvendo o aprendizado no momento do horário das terapias de seus filhos e, fomentando o convívio psicossocial dos acompanhantes no momento de uma roda de conversa, amplia a visão de mundo dos mesmos para um processo de conscientização e inclusão social.
“O que importa não é aquilo que fizeram de ti, mas o que vai fazer com o que fizeram de ti”. (Sartre)
JUSTIFICATIVA
O atendimento à criança com deficiência auditiva é uma das demandas da Associação de Deficientes Físicos de Alagoas (ADEFAL) Esse atendimento é diversificado, envolvendo especialmente o diagnóstico da deficiência auditiva, indicação do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) ou o implante coclear (IC). Tanto um recurso quanto o outro tem como objetivo melhorar a comunicação, dentro de um programa de intervenção, contando com a atuação de uma equipe interdisciplinar.
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