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Provas Piagetianas - Aplicada em duas crianças idades de 7 e 12 anos

Por:   •  13/6/2022  •  Trabalho acadêmico  •  5.182 Palavras (21 Páginas)  •  236 Visualizações

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Universidade Federal de Mato Grosso

Instituto de Educação

Departamento de Psicologia

Psicologia do Desenvolvimento II

Professor Abner Alves Borges Faria

                                                                                         

  Ilara Cristina Dummel

                                                                                                  Lucélia Marques Pereira

                                                                                                 Julia Mariana Dencati Ferreira

PROVAS PIAGETIANAS

INTRODUÇÃO

Jean Piaget foi um Biólogo e Psicólogo Suíco nascido em 1896 e falecido em 1980, dos autores da psicologia Psicologia Piaget é considerado um dos mais importantes isso se dá em virtude da influência que sua obra exerceu durante o século XX inteiro em especial na psicologia da inteligência, afinal esse é um dos seus principais temas, outra razão que justifique sua importância é o volume de sua obra, por volta de 70 livros, 200 artigos, inúmeros temas sobre a inteligência que foram abordados por ele.

        Piaget, em sua obra intitulada Epistemologia Genética tratou do desenvolvimento cognitivo, raciocínio lógico da inteligência e da construção do conhecimento pois pretendia responder a seguinte questão: Como os homens constroem conhecimento? Como os homens passam de um nível de conhecimento X para X+1? Sendo a criança o ser que mais constrói conhecimento, Piaget fez pesquisas essencialmente com crianças buscando entender seu comportamento e a forma este se relacionam com a fase da vida em que elas se encontram, importante salientar que sua pergunta não é sobre psicologia da criança e sim uma pergunta epistemológica.

        A teoria da Epistemologia Genética analisa profundamente o desenvolvimento do ser, a construção dos conhecimentos através da relação do sujeito com o ambiente que ele compõe, relação essa em que o sujeito é protagonista e age sobre o meio, proporcionando, assim, o início de um longo processo de aprendizagem que se dá justamente por essa interação, sem a qual não seria possível o desenvolvimento, tanto social quanto cognitivo da criança, já que, como também afirma John Locke com a tese a Tábula Rasa em seu livro “Ensaio Acerca do Entendimento Humano”, o ser humano nasce como uma folha em branco, e todo o conhecimento que adquire, seus costumes e agires são determinados pela sua experiência individual no mundo.

Segundo Piaget, os esquemas cognitivos - conceito estabelecido por ele - são fundamentais, tanto para administrar a relação de interação do sujeito com seu meio, quanto para o consequente desenvolvimento que essa interação produzirá. Esses esquemas são como estruturas cognitivas responsáveis por assimilar e absorver os estímulos do meio a fim de formar uma estrutura cognitiva individual e se dividem em duas categorias: esquemas de ação e esquemas conceituais. Os esquemas de ação são predominantes, principalmente nos primeiros anos de vida e estão relacionados às ações que as crianças aprendem a realizar sobre o meio de forma automática e, muitas vezes inconsciente do significado dessa ação, como o ato de “dar tchau” com a mão ou o clássico exemplo de balançar um chocalho.

Os esquemas conceituais começam a se desenvolver aos 3 anos anos de vida e chegam à maturação de fato ao final da adolescência. Esses são responsáveis por formar a conceitualização mental de tudo que a criança virá a conhecer e fazer com que ela opere mentalmente e racionalmente sobre a realidade - não apenas de forma instintiva como nos estágios mais iniciais da vida.

Além disso, Piaget estabelece também que a presença dos esquemas, nos leva a pôr em prática os conceitos de organização e adaptação, sendo esses também parte do desenvolvimento de relação com o ambiente em que a criança, buscando a equilibração, primeiro identifica a necessidade de mudança para se adaptar ao seu meio e depois, de fato se molda à ele, mudando seus comportamentos a fim de harmonizar com o ambiente e manter essa relação equilibrada. Essa interação se dá também, pela assimilação dos elementos que compõem o ambiente e da acomodação com esses, que passam a fazer parte também do indivíduo. Todos esses componentes citados possuem parte importante no processo de aprendizagem, que ocorre sempre que uma nova experiência ou uma informação é reforçada.

Assim, para Piaget, o desenvolvimento é gradativo e dividido por fases, sendo cada uma delas representada por marcos significativos e específicos na evolução da criança, que geralmente seguem uma ordem pré-estabelecida:

  • Período Sensório Motor (do nascimento até dois anos de idade):

 Nesse estágio do desenvolvimento a criança tem suas primeiras experiências de contato com o mundo e aprende a se relacionar com ele ainda que não seja de forma lógico-racional. Nessa fase a criança explora sua capacidade motora e utiliza os esquemas de ação para se relacionar, pois ainda não possui compreensão das representações simbólicas relacionadas, tanto às relações e objetos quanto principalmente à linguagem. O período sensório-motor é dividido em seis sub níveis, sendo eles: período reflexo - de zero a um mês (fase em que o bebê se relaciona exclusivamente por meio de atos reflexos e instintivos); etapa das reações circulares primárias - um a quatro meses (os primeiros hábitos passam a ser construídos, sendo estes, normalmente, ações repetitivas); etapa das reações circulares secundárias - quatro a oito meses (o bebê começa a se voltar para objetos externos); coordenação de esquemas de ação - oito a doze meses (começam as primeiras noções de permanência dos objetos); invenção de novos meios para atingir - doze a dezoito meses (surgem os primeiros comportamentos genuinamente inteligentes) e a fase da representação - dezoito a vinte e quatro meses (a criança começa a desenvolver os conceitos de representação mental).

  • Período pré-operatório (dois a sete anos):

Um dos principais marcos desse estágio é o desenvolvimento da linguagem, que proporciona a vivência das relações e da absorção de novos conhecimentos em níveis muito mais profundos. Além disso, a linguagem colabora para a  representação mental que está ligada à habilidade de relacionar os nomes às coisas, o que propicia um maior desenvolvimento da memória e da capacidade de absorver informações externas. Além disso, nessa fase a criança aprende a imitar os modelos de comportamento com os quais tem contato pois ainda está construindo sua identidade. A dificuldade em diferenciar fenômenos psicológicos ou imaginativos com a realidade física também ficam evidentes, por isso, a criança ainda não separa o fator lúdico do real.

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