Psicologia Da Educação
Trabalho Universitário: Psicologia Da Educação. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: yara.prof • 17/2/2015 • 2.154 Palavras (9 Páginas) • 346 Visualizações
Apesar da antiguidade do seu objeto, a Psicologia somente se constitui como estudo científico no final do século XIX, em 1889, com Wilhelm Wundt, em Leipzing, na Alemanha. Por causa disso, Wundt foi considerado o fundador da psicologia moderna.
Wundt definiu a consciência como objeto de estudo da psicologia.
Para estuda-la utilizou-se do método da introspecção, em que os sujeitos participantes dos experimentos descreviam suas experiências interiores. Um de seus alunos em Leipzing, Titchener (1867 -1927) viria a desenvolver pesquisas nessa mesma direção nos Estados Unidos.
O texto abaixo foi extraído de DAVIS; OLIVEIRA, 1990, p. 16, e nos faz refletir sobre a origem e evolução da psicologia:
Na Ìndia, onde os casos de meninos-lobos foram relativamente numerosos, descobriram-se, em 1920, duas crianças, Amala e Kamala, vivendo o meio de uma família de lobos. A primeira tinha um ano e meio e a segunda, oito anos de idade, morreram respectivamente em 1921 e 1929. Não tinham nada de humano, e o seu comportamento era exatamente semelhante àquele dos seus irmãos lobos. Elas caminhavam de quatro, apoiando-se sobre os joelhos e cotovelos para os pequenos trajetos e sobre as mãos e os pés para os trajetos longos e rápidos. Eram incapazes de permanecer em pé. Só se alimentavam de carne crua ou podre, comiam e bebiam como animais, lançando a cabeça para frente e lambendo os líquidos. Na instituição onde foram recolhidas, passavam o dia acabrunhados e prostrados numa sombra, eram ativas e ruidosas durante a noite, procurando fugir e uivando como lobos. Nunca choravam ou riam. Kamala viveu oito anos na instituição que a acolheu, humanizando-se lentamente. Ela necessitou de seis anos para aprender a andar e pouco antes de morrer só tinha um vocabulário de 50 palavras. Atitudes afetivas foram aparecendo aos poucos. Ela chorou pela primeira vez por ocasião da morte de Amala e se apegou lentamente às pessoas que cuidaram dela e às outras com as quais conviveu. A sua inteligência permitiu-lhe comunicar-se com outros por gestos, inicialmente, e depois por palavras de um vocabulário rudimentar, aprendendo a executar ordens simples.
Pensando na psicologia e na constituição do sujeito, não podemos atribuir evolução nem só a natureza, nem somente ao meio cultural, mas a interação natureza-cultura! Segundo DAVIS; OLIVEIRA, 1990, p.36:
Os interacionistas destacam que o organismo e o meio exercem ação recíproca. Um influencia o outro e essa interação acarreta mudanças sobre o indivíduo. É, pois, na interação da criança com o mundo físico e social que as características e peculiaridades desse mundo vão sendo conhecidas. Para cada criança, a construção desse conhecimento exige elaboração, ou seja, uma ação sobre o mundo.
Não se pode negar a presença das variáveis psicológicas no fenômeno educativo. Para constatá-las, basta observarmos que muitos fenômenos educacionais são, ao mesmo tempo, fenômenos interacionais/relacionais, pois supõem sempre interações/relações entre sujeitos e objeto de conhecimento. Aí está, portanto, a dimensão psicológica da Educação.
Goulart (1987, p. 14), define Psicologia da Educação:
Em se tratando da Psicologia da Educação, os campos de maior interesse que nos auxiliam na compreensão dos problemas relacionados às pessoas sob a ação educativa são os conhecimentos sobre os processos de desenvolvimento e aprendizagem.
A Psicologia do Desenvolvimento pretende estudar como nascem e como se desenvolvem as funções psicológicas que distinguem o homem de outras espécies. Ela estuda a evolução da capacidade perceptual e motora, as funções intelectuais, da sociabilidade e da afetividade do ser humano. Descreve como essas capacidades se modificam e busca explicar tais modificações. Por intermédio da Psicologia do Desenvolvimento é possível constatar que as manifestações complexas das atividades psíquicas no adulto são frutos de uma longa caminhada. (DAVIS; OLIVEIRA,1990,p.20).
Para DAVIS; OLIVEIRA,1990, p. 21, a Psicologia da Aprendizagem estuda o complexo processo pelo qual as formas de pensar e os conhecimentos existentes numa sociedade são apropriados pela criança. Para que se possa entender esse processo é necessário reconhecer a natureza social da aprendizagem.
Conforme Figueiredo (1991), a pluralidade teórica instalou-se no seio da psicologia desde o momento de seu nascimento.
Enquanto skinner estava preocupado em estudar as condições que mantêm certos comportamentos observáveis dos indivíduos, Piaget tinha como objeto estudar como se passa de um conhecimento menos elaborado para um conhecimento mais elaborado. Portanto, não podemos contrapor uma teoria à outra, pois cada teórico recortou um dado objeto para seu estudo.
Na psicologia da Educação temos duas vertentes subjetivistas. Uma tem caráter mais filosófico, idealista e se funda no Humanismo na Fenomenologia, entendendo o homem como fonte de todos os atos, cuja liberdade está na sua consciência.
A outra é inatista e tem duas origens:
a) Na teologia, que entende que o homem, ao nascer, já traz uma forma definitiva determinada pelo Criador;
b) Na Embriologia, cujas descobertas revelaram sequências invariáveis no desenvolvimento humano.
No objetivismo, há uma abstração da sociedade. O homem é produto de um meio ambiente natural, visto como totalmente independente das condições históricas e culturais que o produziram (FERREIRA, 1986)
Refletimos a respeito da construção da Psicologia e suas relações com a Educação. Constatamos que mesmo antes de a psicologia se constituir como Ciência, os filósofos já faziam questionamentos acerca da natureza e da conduta humana. Mas, somente no Século XIX, Wundt possibilitou à Psicologia ser reconhecida como Ciência. Para isso, foi necessária a formulação de teorias e de métodos de investigação científicos.
As teorias comportamentais constituem o que chamamos de Objetivismo em Psicologia da Educação. Essas teorias partem do pressuposto geral condutivista de que o ambiente determina o comportamento humano. Esse pressuposto é bem claro nas palavras de Watson, pioneiro do comportamentalismo norte-americano:
Deem-me uma dúzia de crianças saudáveis, bem formadas, e o mundo que eu especificar para criá-las, e garanto poder tomar qualquer uma ao acaso e treiná-la para ser o especialista que se escolher – médico, advogado, artista, gerente comercial e até mesmo mendigo ou ladrão, independentemente de seus talentos, inclinações,
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