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Psicologia Da Educação: Cumplicidade Ideológica

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Por:   •  19/11/2013  •  409 Palavras (2 Páginas)  •  1.616 Visualizações

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Psicologia da Educação e sua cumplicidade ideológica

A indagação levantada tem a intenção de suscitar uma reflexão sobre o grau de comprometimento da Psicologia para com o sistema educacional brasileiro, principalmente o público, estatal.

O texto sugerido como ponto de partida (Psicologia da Educação: cumplicidade Ideológica) é de autoria da renomada Ana Mercês Bahia Bock, doutora em Psicologia Social pela PUC-SP, sendo um dentre outros que compõe o livro “Psicologia Escolar: Teorias e Críticas”, de 2003. No entendimento de Maria Eugênia Melillo Meira e Mitsuko Aparecida Makino Antunes, que fazem sua apresentação, trata-se de um trabalho que visa contribuir ou subsidiar o processo de reflexão crítica sobre a Psicologia Escolar, visando a construção de modos de atuação sustentados por uma concepção mais humanizadora e comprometida com uma prática transformadora.

Com esse intuito, podemos dizer, de forma resumida em função na natureza do fórum, que Bock faz uma análise sócio-histórica de toda a problemática que envolve a interação entre a Psicologia e a Educação, partindo da chamada Escola Tradicional e passando pela Escola Nova, concluindo que a Psicologia se tornou cúmplice da Pedagogia na responsabilização do sujeito no que tange o fracasso do sistema educacional brasileiro. Em verdade, segundo suas críticas, a Psicologia, nesse processo de desenvolvimento do que hoje é denominado de Psicologia Escolar, fortaleceu a noção naturalizante de que a educação deve ser concebida como um processo natural de desenvolvimento das potencialidades dos indivíduos (características inatas e universais), ocultando, assim, a visão da educação como processo social e o papel da escola como instituição a serviço de interesses sociais dominantes. Nessa linha, criou-se, melhor dizendo, uma ideologia da educação. Uma ideologia que, segundo Pedrinho A. Guareschi (em Psicologia Social Contemporânea, 2008), assume um conceito negativo e prático ao passo que ajuda a criar ou reproduzir relações de dominação, assimétricas, desiguais.

Diante de todo esse desenho construído, é fácil responder a indagação inicialmente proposta: não, a Psicologia, historicamente, não vem contribuindo da melhor forma possível do ponto de vista ético e político (sem neutralidade e sem imparcialidade) com a transformação da realidade educacional brasileira. Uma nova rota precisa ser traçada. Em nosso sentir, iniciantes que somos no estudo da Psicologia em geral e da Psicologia da Educação em especial, tal reflexão crítica, proporcionada pelo ramo da Psicologia Social, também contribui enormemente nesse complicado (menção à existência de inumeráveis condicionantes envolvidas) processo de transformação da educação brasileira em uma educação realmente humanizadora e transformadora, como todos devemos desejar.

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