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Psicologia Das Emergências

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Por:   •  29/11/2014  •  1.814 Palavras (8 Páginas)  •  372 Visualizações

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Introdução

Os desastres são eventos que originam destruições consideráveis de bens materiais e que podem ter como resultados mortes, lesões físicas e sofrimento humano. Os psicólogos formados ou experientes em situações de emergência se transformaram em atores importantes para este contexto, na medida em que demonstraram contribuições efetivas na aplicação de suas atribuições operacionais e de gestão. Porém para a execução efetiva de sua função, o profissional emergencísta deve possuir uma visão ampla dos diversos setores da vida de uma sociedade, conhecimentos específicos referentes à arena dos desastres, assim como preparo psicológico para lidar com situações estressantes deste cotidiano.

Breve Perspectiva Histórica

Os primeiros registros referentes à Psicologia das Emergências e dos Desastres estão relacionados com as guerras mundiais, principalmente ao fenômeno do estresse pós-traumático também conhecido como fadiga de batalha, neurose de guerra ou flashbacks.

O envolvimento da Psicologia na área dos desastres ocorreu de formagradual, sendo que, o primeiro e não muito citado estudo foi o ensaio ou tentativa de compreensão das questões relacionadas às emoções das pessoas envolvidas em desastres, de Edward Stierlin, médico psiquiatra e pesquisador, em 1909, que trabalhou em acidentes de mina, trens e marítimos, na costa do leste dos Estados Unidos.

O primeiro estudo mais sistematizado relacionado à área de intervenção pós-desastre foi realizado em 1944, por Lindermann e constituiu-se na avaliação das respostas psicológicas ocorridas em um incêndio em uma boate, em Boston (EUA) no qual morrerammais de 400 pessoas. Na ocasião foi realizado um levantamento das reações psicológicas dos sobreviventes, sendo este o marco teórico de um começo de organização da pesquisa eintervenção do campo.

De 1900 ao ano de 1950 foram realizados pesquisas e trabalhos esporádicos totalmente influenciados pela psiquiatria e com uma visão da época da Segunda Guerra Mundial. Isso se justifica pela expectativa de uma guerra nuclear, sendo que havia grande investimento na compreensão da reação das pessoas frente à ocorrência de desastres e emergências para que, na eventualidade de um ataque nuclear ter-se o conhecimento de como conduzir esse tipo de trabalho. A perspectiva da análise psicológica da década de 1960 e 1970 se voltou para reações individuais, contemplando-se reações extremas e com discussões acerca do estresse pós-traumático.

Em 1974, o Instituto de Saúde Mental do Departamento de Saúde dos Estados Unidos, promulgou a primeira lei de atuação e ajuda em desastres na qual consta uma seção sobre orientação psicológica aos atingidos.

No Brasil o primeiro registro do processo histórico de inserção da Psicologia no estudo, pesquisa e intervenção nas emergências e nos desastres é datado de 1987 com o acidente do césio-137, em Goiânia, sendo caracterizado como o maior acidente radioativo já ocorrido no país.

No ano de 2006, realizou-se o I Seminário Nacional de Psicologia das Emergências e dos Desastres, fruto da parceria entre a Secretaria Nacional de Defesa Civil e do Conselho Federal de Psicologia.

Desastres e Percepção de Risco

O senso de percepção de risco é a impressão ou juízo intuitivo sobre a natureza ou grandeza de um risco determinado, sendo diretamente proporcional ao grau de desenvolvimento social de um determinado grupo populacional, considerado em seus aspectos psicológicos, éticos, culturais, econômicos, tecnológicos e políticos.

Os desastres são eventos que originam destruições consideráveis de bens materiais e que podem ter como resultados mortes, lesões físicas e sofrimento humano. Tais fenômenos podem ser lentos ou repentinos; naturais, como enchentes, terremotos e furacões; ou produzidos pelo próprio homem, como as guerras, terrorismos, incêndios, contaminação química ou nuclear e até mesmo vandalismo social.

Para alguns, os desastres não são apenas ciclones, furacões ou terremotos, uma vez que muitas situações da vida cotidiana como comunicados de mortes, acidentes de trânsito, diagnósticos de câncer, divórcios, doação de órgãos ou violência, podem se configurar como desastres para os atingidos e seus familiares.

O desastre é a consequência de um evento adverso, sendo quantificado em função dos danos e prejuízos, de modo que sua intensidade depende da interação entre a magnitude do evento adverso e o grau de vulnerabilidade do sistema receptor afetado.

A Situação de Emergência se caracteriza por meio do reconhecimento legal pelo poder público, de uma situação anormal, provocada por desastres e causadora de danos suportáveis ou superáveis pela comunidade afetada.

Segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento do Departamento de Defesa Civil (1999), a classificação dos desastres quanto à sua intensidade e de acordo com critérios relativos, baseia-se na relação existente entre a necessidade de recursos para o restabelecimento da situação de normalidade e a disponibilidade destes recursos no município afetado e nos demais escalões do Sistema Nacional de Defesa Civil- SINDEC.

São classificados os desastres em quatro níveis:

Os Desastres de nível I são aqueles considerados de pequeno porte ou intensidade, no qual os danos causados são pouco importantes e os prejuízos pouco vultosos, de modo que a situação de normalidade pode ser facilmente restabelecida com os recursos existentes na área do município afetado, sem a necessidade de grandes mobilizações.

Os Desastres de nível II são de médio porte, sendo os danos causados de alguma importância e os prejuízos consequentes significativos, sendo superável pelas comunidades bem informadas, preparadas e facilmente mobilizáveis, a normalidade pode ser restabelecida com os recursos disponíveis na área do município afetado, desde que sejam racionalmente mobilizados e judiciosamente administrados.

Os Desastres de nível III, por sua vez, são considerados de grande porte ou intensidade, cujos danos causados são importantes e os prejuízos vultosos. Podem ser superados pelas comunidades bem informadas, preparadas e mobilizáveis, sendo que a situação de normalidade pode ser restabelecida com os recursos do município afetado desde que sejam reforçados e suplementados com o aporte dos recursos estaduais e federais já existentes e disponíveis no Sistema Nacional de Defesa Civil.

Já os Desastres de nível IV são aqueles de muito grande

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