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Psicologia E Drogras

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Por:   •  27/1/2014  •  3.633 Palavras (15 Páginas)  •  329 Visualizações

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Diante da realidade atual em que vivemos, em que a ética e os valores morais parecem estar tão esquecidos, torna-se cada vez mais importante refletir e discutir a respeito de um problema tão grave e que cada dia aumenta alarmantemente, que é o problema do uso e da dependência de drogas (e a destrutividade que esta causa nos mais diferentes âmbitos).

A grande maioria dos seres humanos, durante a vida, faz contato com algum tipo de droga, seja legal ou proibida (Sielski, 1999). O consumo vem aumentando cada vez mais. As drogas sempre estiveram ligadas a poderes econômicos; por isto, juntamente com a sensação de prazer que esta causa, a sua eliminação é tão difícil.

Atualmente os jovens pertencentes as mais diferentes classes ou contextos sociais estão sujeitos e expostos, direta ou indiretamente, a situações de risco. As drogas não fazem parte apenas da realidade da favela ou de partes menos favorecidas da sociedade; mas sim da realidade de todos os indivíduos. A droga pode estar presente nos mais diversos contextos (na família, na escola, nas ruas, na casa de amigos ou dentro de casa, em festas, etc), e atinge as mais diferentes classes sociais. Ou seja, o problema do tráfico e do uso de drogas é um problema de toda a sociedade.

Com isto, o objetivo desse trabalho é informar e promover a reflexão a respeito deste tema tão polêmico e complexo. Para que cada um, a se modo, possa encontrar maneiras de colaborar na questão da prevenção ou reabilitação do uso de drogas; tendo a consciência, despida de preconceitos, de que a melhor forma de compreender o fenômeno é através de uma perspectiva sistêmica, e não linear. Apenas desta forma o psicólogo realmente entenderá o problema, e poderá intervir da melhor forma nos sistemas relacionados.

Drogas

Drogas são substâncias utilizadas para produzir alterações, ou seja, mudanças nas sensações, nas percepções, no grau de consciência, no estado emocional, no psicológico, no comportamento, e no “estado de espírito”. De acordo com Dalgalarrondo (2000), uma droga psicoativa é qualquer substância química que, quando ingerida, modifica uma ou várias funções do SNC, produzindo efeitos psíquicos e comportamentais. A droga, segundo Tiba (2007), atinge os mais reservados recônditos bioquímicos dos neurotransmissores e seus receptores e pode trazer sensações de prazer.

Ao contrário do que muitos ainda pensam, drogas não se restringe apenas a substâncias ilegais / ilícitas. Também são consideradas drogas substâncias lícitas, por exemplo: cigarro; álcool; as prescritas por médicos (como remédio para emagrecer, ou até mesmo antidepressivos); ou aquelas que podem ser compradas em mercados ou lojas (como solventes, cola de sapateiro, etc). Cada vez mais, usuários e dependes descobrem uma nova droga; e a cada descoberta de uma substância que pode causar o prazer esperado, estes divulgam a outros, através do “boca a boca”, esta nova “descoberta”.

O efeito da droga inicialmente é muito sedutor. Quando um indivíduo usa uma droga, esta, em geral, causa de alguma forma uma grande sensação de prazer. Esta sensação é determinada pelo sistema de recompensa (existente em todos os seres humanos), devido a uma grande liberação de neurotransmissores (como a dopamina) que a droga provoca. Quando se ativa este sistema de recompensa e o organismo sente um grande prazer, este estimula a repetição da ação / comportamento (usar a droga) para produzir mais prazer, aí, segundo Tiba (2007), sob a forma de desejo.

Além disso, de acordo com Esslinger e Kovács (1998), o ser humano sempre gostou de testar os limites, ir além do permitido. Todos temos limites, mas não temos certeza de onde estão. Algumas drogas nos permitem a sensação de que podemos transpô-los, ir além, de nos sentirmos poderosos, capazes.

Compreensão do fenômeno sob uma perspectiva psicológica

Para que o fenômeno seja compreendido em sua totalidade, e da maneira mais fidedigna possível, é necessário que se perceba este através de um olhar sistêmico. Levando sempre em conta a função dos sintomas / o que estes querem dizer e para aonde estão apontando. Lembrando sempre que o indivíduo, no caso o usuário de droga, não é isolado, mas que pertence a vários sistemas; e que o tempo todo afeta e é afetado por estes. Desta forma, o fenômeno do uso de drogas é dinâmico, muito complexo, e jamais pode ser visto isoladamente. É através desta perspectiva que o psicólogo deve entender, agir e direcionar seu trabalho; buscando compreender todo o sistema, identificando as causas dos sintomas envolvidos (sendo que o uso de drogas por si já é um sintoma).

Para entender como funciona o uso e dependência de drogas é essencial que se leve em conta três aspectos: características pessoais do dependente e sua história de desenvolvimento; natureza do ambiente onde vive; e características farmacológicas da droga, quantidade usada, freqüência de uso e via de administração. (Esslinger e Kovács, 1998).

Apesar de todas as campanhas contra o uso de drogas, e toda a informação a respeito das conseqüências negativas que estas trazem, o número de usuários e dependentes aumenta cada vez mais (pela falta de limites impostos, falta de cuidado, de informações, e pela facilidade de acesso e informação enganosa que se tem sobre as drogas; dentre vários outros motivos, que dizem respeito não apenas ao usuário e a família, mas à sociedade como um todo).

Causas

De acordo com Sielski (1999), as drogas são usadas por inúmeras razões e variam de pessoa para pessoa. Lembrando sempre que cada indivíduo é único; e que não se pode determinar uma causa exclusiva / linear para este se torne um usuário ou dependente de drogas.

Na realidade tudo começa muito cedo. Quando o indivíduo é ainda criança, e vê os pais ou adultos os quais admira fumando ou bebendo de maneira natural; ou quando vê na televisão propagandas que associam a bebida alcoólica à felicidade, prazer, e bem-estar (o marketing vende uma imagem positiva da bebida alcoólica). Já nesta fase existe o início de uma possível conivência ou curiosidade futura para experimentar tais substâncias. Segundo Tiba (2007), os anúncios vistos pelas crianças ficam gravados como vontades adormecidas que despertarão na adolescência.

A partir da primeira vez que o adolescente beber, se ele gostar da experiência, com certeza repetirá a experiência. Sendo que a sociedade também aceita com naturalidade este fato. A experiência de beber se repete cada vez mais,

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