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Psicologia - Eu Com Os Outros

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Por:   •  15/3/2015  •  3.733 Palavras (15 Páginas)  •  359 Visualizações

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UNIDADE – EU COM OS OUTROS

1.- REFLETIR SOBRE O CONCEITO DE INFLUÊNCIA SOCIAL

Diz-se influência social quando as ações de uns são condição de outros. A influência social manifesta-se em três grandes processos, a normalização, o conformismo e a obediência e também no inconformismo e inovação.

1.1.- REVISITAR OS DIVERSOS PROCESSOS DE INFLUÊNCIA SOCIAL: ANALISAR OS PROCESSO DENOMINADO OBEDIÊNCIA E INCONFORMISMO

1.1.1.- DEFINIR O CONCEITO DE OBDIÊNCIA

Obediência consiste numa manifestação da influência grupal que ocorre quando as pessoas não se sentem responsáveis pelas ações que cometem sob ordens de uma figura de autoridade.

1.1.2.- ANALISAR A EXPERIÊNCIA DE STANLEY MILGRAM RELATIVA AO TEMA DA OBEDIÊNCIA

No início da década de 70, Stanley Milgram interrogava-se sobre o facto de as pessoas terem a tendência para se submeterem e cumprirem normas e instruções definidas por outrem, como por exemplo, os militares alemães que exterminaram milhões de judeus por ordem de Hitler. Portanto, Milgram, de modo a obter uma resposta para tal, desenvolveu uma experiencia no âmbito da influência social: a submissão à autoridade.

Um anúncio foi colocado ao público com a proposta de se realizar um estudo sobre memória, com o objetivo de recrutar um grupo alargado de participantes. No entanto, esses participantes desconheciam o objetivo real. Foi-lhes pedido para “tiraram à sorte” o papel que lhes caberia: professor ou aluno, sendo que o professor seria sempre o participante, e o aluno seria sempre um “cobaia” que trabalharia com o experimentador, sempre sem o conhecimento do participante.

Professor e aluno foram para salas separadas. Separados visualmente mas com possibilidade de comunicarem. Ao professor foi dado um choque elétrico como amostra do choque que o aluno supostamente iria receber durante a experiência. Foi também dada uma lista de pares de palavras para ensinar ao aluno. O professor deveria ler a lista completa ao aluno e posteriormente ler apenas a primeira palavra de cada par e quatro respostas possíveis. Ao aluno caberia carregar num botão para indicar a sua resposta. No caso de a resposta estar errada o professor deveria infligir um choque elétrico no aluno com um aumento de 15 volts a cada resposta incorreta que se seguisse. No caso de a resposta estar certa o professor passaria à lista de palavras seguintes.

Na verdade não ocorria qualquer tipo de choque ao aluno, uma vez separados os sujeitos apenas ouviam uma pré-gravação de sons para cada tipo de choque na sala do aluno. Após uma série de aumentos de nível de tensão, o aluno começava a bater na parede que o separava do sujeito. Depois de bater várias vezes na parede e reclamando da sua condição cardíaca, o aluno deixaria de dar resposta. Apesar desta situação, cerca de 62,5% dos sujeitos continuavam a ativar os choques eléctricos até à voltagem máxima.

Neste ponto, muitas pessoas manifestaram o seu desejo de interromper a experiência e verificar o estado do aluno. Alguns sujeitos de teste pararam em 135 volts e começaram a questionar o propósito da experiência. A maioria continuou depois de serem assegurados que não seriam responsabilizados. Outros sujeitos riam nervosamente ou apresentavam outros sinais de stresse extremo quando ouviam os gritos de dor vindos do aluno.

Após a experiência, os sujeitos obedientes foram entrevistados. Grande parte afirmou que não tinha tido escolha, visto que obedeciam a ordens e de que a responsabilidade era exclusivamente do experimentador.

Mais tarde foram realizadas mais duas variantes, de modo a reduzir a sensação de responsabilidade na primeira, e diminuir a distância psicológica na segunda. Ambas foram realizadas de igual modo à primeira, no entanto com pequenos aspetos diferentes alterando os resultados da experiência. Na primeira variante houve uma redução de sensação de responsabilidade visto que, em vez de serem os professores a carregar no botão para ser realizado um choque no “cobaia”, seria o experimentador. Nestas condições, mais de 90% dos sujeitos foram até ao fim. Na segunda variante houve uma diminuição da distância psicológica visto que o aluno foi colocado, previamente ao início da experiência, ao lado do professor. Ou seja, durante os choques dados pelo professor, neste caso sobre a mão da vítima, o aluno fingiria uma dor gradualmente excessiva. Mesmo assim, cerca de 30% dos sujeitos portaram-se com perfeita obediência.

Estes e outros estudos apresentam a conclusão de que a obediência acontece quando as pessoas não se sentem responsáveis pelas ações que levem a cabo, sob ordens de uma figura de autoridade. Consideram, portanto, que essa figura se responsabiliza pelos seus atos.

1.1.3.- IDENTIFICAR E ESCLARECER OS FATORES QUE INFLUENCIAM A OBEDIÊNCIA

Esta a experiência realizada por Milgram fez com que investigadores averiguassem quais as condições ou os fatores que favorecem um comportamento obediente. Descobriu-se 4 fatores diferentes. O primeiro fator corresponde à proximidade da figura de autoridade. Ou seja, quanto mais próxima a figura de autoridade estiver perante uma pessoa, maior obediência irá ocorrer nessa, divido à intimidade criada pela figura de autoridade. O segundo fator corresponde à legitimidade da figura de autoridade. Ou seja, quanto mais conhecida for a figura de autoridade, maior será a obediência. Os sinais podem ser como uma bata, ou fada. O terceiro fator corresponde à proximidade da vítima. Ou seja a obediência aumenta em proporção à diminuição da proximidade da vítima, e vice-versa. Por último, o quarto fator que corresponde à pressão realizada pelo grupo. Ou seja, quando existe uma pressão do grupo de forma a discordarem com a figura de autoridade (comparsas do mesmo), os verdadeiros participantes acabavam por também não obedecer ao experimentador (figura de autoridade).

1.1.4- DEFINIR O CONCEITO DE INCONFORMISMO

Pode-se definir o conceito inconformismo como a adoção de conceções, atitudes e comportamentos que não correspondem às informações ou práticas do grupo onde estão inseridos. A pessoas que pertencem a um grupo do qual ele constitui uma grande parte das suas representações, conceito e avaliações sobre ele próprio (autoconceito), têm mais tendência a se conformarem. Porém, se a pessoa que pertence a um grupo não constituir um mesmo autoconceito relativamente ao grupo, é mais provável erem atitudes inconformistas. As pessoas que adotam por essas atitudes, são,

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