Psicologia - Psicanálise
Pesquisas Acadêmicas: Psicologia - Psicanálise. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: deathblaa • 26/5/2014 • 1.982 Palavras (8 Páginas) • 321 Visualizações
RESENHA Nº1 – FUNDAMENTOS DA CLÍNICA PROF. PAULO VIDAL
“AS CINCO LIÇÕES DE PSICANÁLISE” DE S. FREUD
GABRIELA CABRAL PALETTA – 11124005 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ‘11
Freud começa por se apresentar e contar o motivo de sua palestra, além de ressalvar que não é necessária uma “cultura médica” para acompanhar a sua exposição. De forma modesta declara que qualquer tipo de mérito dado à psicanálise não deve ser dado a ele, uma vez que ele não participou das suas origens.
• Primeira Lição
Histeria e hipnose
A apresentação começa com um caso do Dr. Breuer, antigo professor de Freud. Era uma jovem de 21 anos, com tudo para ser uma menina super saudável. Porém ela manifestou uma doença que durou mais de 2 anos com uma série de perturbações físicas e psíquicas um tanto quanto graves: paralisias nas extremidades do lado direito do corpo, perturbações oculares, repugnância pelos alimentos, impossibilidade de beber água, além de estados de absence.
Quando uma pessoa apresenta um quadro desse tipo e não há anomalias nos órgãos vitais mas é sabido que ela tem certa “fraqueza” emocional, chega-se ao diagnóstico de histeria, o que não facilita muito as coisas quando comparado a um problema cerebral orgânico, uma vez que podem ser entendidos como transgressores da ciência médica.
Foi aí que o Dr. Breuer fez diferença: não negou simpatia nem atenção à moça, apesar de também não garantir uma cura. Em um dos seus estados de absence, a paciente murmurava palavras e foi através delas que um trabalho mais conciso pôde começar: o médico as anotara e repetira para a moça, que se encontrava em um estado hipnótico, com o intuito de fazer com que ela associasse idéias. A partir daí tudo o que ela falava era associado com seu quadro de sintomas. Depois se percebeu que quando o sintoma era exteriorizado energeticamente, ele era curado! Em outras palavras, a partir do momento em que se trazem à consciência os traumas patológicos, eles podem ser automaticamente superados.
Estudos foram desenvolvidos posteriormente com animais, comprovando a teoria de que cada sintoma se relacionava diretamente com o trauma sofrido. “Onde existe um sintoma, existe também uma amnésia, uma lacuna de memória, cujo preenchimento suprime as condições que conduzem à produção de sintomas.” (Freud, 1909, p.10)
Vale ressaltar também que as memórias devem ser buscadas de forma inversa ao cronológico, ou seja, da mais recente a mais antiga, para que o tratamento tenha o resultado esperado. Outro ponto que deve ser considerado é que a pessoa que está para entrar em hipnose deve querer e acreditar no tratamento. Nada ocorrerá a ela caso ela esteja descrente da hipnose, nem mesmo o estado hipnótico a pessoa experimentará.
• Segunda Lição
Repressão e resistência
Freud se refere ao que acontecia na França com o desenvolvimento dos estudos de Janet e Charcot. Janet tinha uma visão diferente da histeria, até por ter como mentor um cientista que não se “comovia” com os fatores psicológicos, e procura um ponto de vista que atendesse tanto à biologia quanto à psicologia. Para ele, a histeria seria uma forma de alteração do sistema nervoso, que se manifesta pela fraqueza do poder de síntese psíquica. Então os pacientes histéricos seriam incapazes, como um todo, de manter a multiplicidade dos processos mentais.
Agora então a histeria se apresentou de forma diferente para Freud, quase como um desafio: ele a trataria com a sua base terapêutica, diferente do trabalho laboratorial de Janet. Porém ele não dominara a técnica da hipnose, fazendo com que ele buscasse através do sonambulismo a sua solução. Afirmar que o paciente sabe o que ele não sabe, lembra do que acha que não lembra, funcionava! Mas não seria nem de longe a melhor técnica definitiva.
Umas dos fatores que impediam o sucesso dessa técnica é que as pessoas vêem seus primeiros pensamentos (aqueles que são buscados por Freud) como sendo completamente aleatórios e não o exteriorizam, além de afirmar que não conseguem pensar em nada. Porém, em uma observação mais atenta é possível comprovar que a pessoa pensou em algo. Apesar de ser cansativo e tedioso esse processo de associações livres, Freud garante que é a única praticável.
Apesar disso, uma coisa era certa: a memória esquecida não era perdida! Essa afirmação fez com que Freud pudesse criar sua teoria de que existiria uma força resistência que tentava proteger o estado mórbido. A idéia agora era suprimir essa resistência para que os sintomas pudessem ser superados. O processo de retirar da consciência os acidentes patogênicos correspondentes é que se chamaria repressão.
Para ilustrar, mesmo que de forma grosseira, a idéia de repressão, Freud a compara com a sala em que expunha seus estudos. Ele nos coloca a imaginar a sala tendo seu silêncio perturbado por uma pessoa inconveniente e barulhenta. Depois de certa luta, coloca-se o individuo para fora da sala (está reprimido). Ele agora se põe a fazer barulho e dessa vez cadeiras são postas em frente à porta, e consequentemente está consumada a repressão, que agora se porta como resistência. Nesse exemplo, a sala seria o consciente enquanto o lado de fora seria o inconsciente. Entendida essa analogia, o processo de repressão também estaria compreendido.
Só para não esquecer completamente da hipnose no tratamento da histeria, é válido contrastar as duas “soluções”. A hipnose encobre a resistência, liberando o acesso para um determinado setor psíquico, criando, contudo, novas resistências/barreiras intransponíveis para o resto.
• Terceira Lição
Interpretação de sonhos e atos falhos
Depois de discordar do senso comum, que trata as técnicas de interpretação de sonhos como sendo uma arte velha e ridicularizada, Freud diz que “A interpretação de sonhos é na realidade a estrada real para o conhecimento do inconsciente.” (S. Freud, 1909, Interpretation of Dreams, p.608)
Um dos problemas encontrados nessa técnica repete um pouco dos encontrados pela associação livre: tudo o que advém de forma aleatória e que não pode ser compreendida de imediato, mesmo aqueles sonhos que apresentam nexo e linearidade, é visto com desdém e menosprezo. Essa realidade já foi e é diferente na antiguidade e nas camadas sócias mais baixas respectivamente, por crerem que através dos sonhos, era possível
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