Psicologia da aprendizagem: Behaviorismo e Psicologia Cognitica
Por: julianadsfr • 23/4/2015 • Ensaio • 2.216 Palavras (9 Páginas) • 1.042 Visualizações
Psicologia da Aprendizagem (1o semestre)
1. BASES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA
► Racionalismo (teorizado por Platão, seguido por Descartes)
- Afirmação do inatismo do conhecimento: ele é inato no indivíduo, ou seja, precede a experiência.
- Importância da maiêutica: encontro com situações de problema estimula a reflexão, permitindo o acesso ao conhecimento verdadeiro pré-existente.
- Negação da necessidade de aprendizagem e de experiências: “só aprendemos o que já sabemos”.
► Empirismo (teorizado por Aristóteles, seguido por Hume e Locke)
- Afirmação do cérebro como tabula rasa: a experiência o completa.
- Importância da experiência: o conhecimento é obtido apenas pela experiência, pelo contato com o ambiente.
- Leis da Associação: as experiências se transformam em conhecimento por meio das seguintes relações associativas:
a) de semelhança
b) de contraste
c) de contigüidade (acontecimento simultâneo)
d) de causalidade (relação causa-efeito)
- Apóia-se em dois princípios: da correspondência (conhecimento como reflexo fiel do mundo) e da equipotencialidade (processos associativos de aprendizagem como universais, válido para todas as tarefas, pessoas e espécies).
► Construtivismo (teorizado por Kant)
- Visão conciliadora entre o racionalismo e o empirismo: conhecimento como interação entre a nova informação obtida pela experiência e a informação conhecida previamente (inata ou não).
- Nega a existência de conhecimento absoluto e os princípio empiristas da correspondência e equipotencialidade.
- Papel fundamental da aprendizagem por reestruturação: permite a construção de modelos interpretativos para entender o mundo. (Obs.: Nem todas as representações são igualmente válidas, algumas se ajustam mais do que outras ao meio que representam – embora nunca coincidam com ele).
- Há dois processos de construção de conhecimento:
a) estático: soma de conteúdo à estrutura de conhecimento já existente;
b) dinâmico: novos conhecimentos modificam as bases onde serão acomodados.
Os processos são simultâneos e complementares, havendo, porém, o predomínio de um deles.
2. BEHAVIORISMO
► Características gerais
- Empirismo como base epistemológica: tem como pressuposto os princípios da correspondência e da equipotencialidade e acredita na aprendizagem por associação.
APRENDIZAGEM POR ASSOCIAÇÃO › Aprendizagem é reflexo do mundo real › Sujeito é estático e reprodutivo › Mudança é externa e quantitativa |
- Crítica à abordagem introspectiva e filosófica tomada nos estudos psicológicos da época (ex: psicologias de Wundt e de William James).
- Mudança do objeto de estudo: introspecção (subjetiva) dá lugar ao comportamento (observável, portanto, objetivo).
- Psicologia científica: em crítica à subjetividade, ressalta uma base objetiva e científica para a psicologia, estudando os processos mentais sob condições laboratoriais estritamente controladas.
- Adoção de perspectiva evolucionista.
- Não há negação de processos mentais e subjetivos, mas estes são abandonados em prol do método científico.
- Condicionamento como forma básica de aprendizagem.
► Pavlov
- Por meio da perspectiva fisiológica, aborda estímulos condicionados, caracterizando uma aprendizagem associativa por contigüidade.
- Relata que o condicionamento aumenta o número de associações úteis.
► Watson (fundador do Behaviorismo – “Behaviorismo Clássico/Metodológico”)
- Condicionamento reflexo/responsivo: comportamento é sempre uma resposta a um estímulo específico (sistema estímulo- resposta, S-R).
- Produção de uma aprendizagem respondente por contigüidade.
- Explica o comportamento involuntário e reações emocionais condicionadas.
► Thorndike
- Primeiro a aplicar o método experimental ao comportamento animal.
- Utilizou do método de aprendizagem por ensaio e erro, aumentando a freqüência de respostas úteis.
- Comportamento obedece a Lei do Efeito: quanto maior a satisfação ou o desconforto, maior o fortalecimento ou enfraquecimento do vínculo.
- Superação do modo causal mecanicista (relações comportamentais como unidirecionais e invariáveis, e os eventos que dela participam como independentes um dos outros).
- Elaboração do modo causal selecionista como explicação do comportamento: as relações não são invariáveis, pois há um probabilismo; as relações não são lineares, porque estímulos e respostas determinam-se mutuamente.
- Estudos precursores do condicionamento operante.
► Skinner (Behaviorismo Radical)
- Condicionamento operante: as conseqüências de um comportamento que influenciam a probabilidade de este ocorrer novamente, e não os estímulos precedentes. Se a conseqüência for reforçadora, aumenta a probabilidade; se for punitiva, diminui-a (sistema estímulo- resposta- conseqüência S-R-S).
- Estuda a variação (não a freqüência) nas respostas às condições externas aos organismos.
- Produção de uma aprendizagem operante (indivíduo modifica o ambiente e é modificado por ele) por causalidade.
- Reforçamento não é um exemplo simples de causa e efeito: é uma forma de seleção por conseqüências.
- Seleção de um comportamento dá-se pela filogênese, ontogênese e cultura, que podem atuar de forma convergente (selecionar o mesmo comportamento) ou divergente.
- Afasta definitivamente o mecanicismo: ressalta a bidirecionalidade, variabilidade e dependência mútua das relações entre respostas e estímulos, bem como o caráter probabilístico da determinação das respostas.
- Novas idéias sobre a linguagem:
a) linguagem é comportamento, não algo armazenado
b) os significados encontram-se nas contingências de reforço, não em imagens metais
c) nossos conceitos definem modos particulares de interação com parcelas da realidade
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