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Psicologia das Massas no Filme "A Onda"

Por:   •  16/5/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.657 Palavras (7 Páginas)  •  521 Visualizações

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CENTRO UNIVERTSITÁRIO CELSO LISBOA

BACHARELADO EM PSICOLOGIA




JEFERSON OLIVEIRA E SOUZA JUNIOR

                                  


Roteiro de aprendizagem proposto para o primeiro ciclo do oitavo núcleo do curso de bacharelado em psicologia.

Professor (a): Angela Teixeira da Silva

                       









RIO DE JANEIRO-RJ

2021

  Você deve escrever um texto com uma análise crítico-reflexiva do filme “A onda” escolhendo dois autores de Psicologia das Massas para articular sua análise (entre os autores que vocês podem trabalhar estão: Gustav LeBon, Freud, Reich, Gabriel Tarde,  Deleuze e Guattari – se você quiser sugerir algum autor/a não citado, faça a sua sugestão). Para a execução desta tarefa você deve pesquisar artigos/livros destes autores ou comentadores, além dos sugeridos em sala de aula (só serão considerados artigos científicos). O trabalho deve conter as referências bibliográficas.

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    A Psicologia social é uma ciência que estuda as influências de nossas situações, com especial atenção a como vemos e afetamos uns aos outros. Mais precisamente, ela é o estudo científico de como as pessoas pensam, influenciam e se relacionam umas com as outras.

    A psicologia de massas é um ramo da psicologia social, que estuda como o ser humano se comporta dentro de multidões, em contraponto ao seu comportamento individual, e o que o leva a reunir-se em grandes grupos que compartilham ideias, ideais, sentimentos e objetivos comuns. Buscando-se o entendimento do comportamento dos indivíduos que nesse contexto grupal Independente de valores, crenças, ocupações, caráter ou inteligência, passam a possuir uma espécie de mente coletiva, que os influencia na sua maneira de agir, de pensar e de sentir.

    O tema da multidão está diretamente relacionado ao surgimento da Psicologia Social como campo específico de saberes e práticas. Infere-se, portanto, que as multidões, tal como foram estudadas e problematizadas por Freud, Gustav Le Bon, entre outros, constituíram-se em um dos primeiros objetos de investigação desse campo.

    Tais fenômenos psicológicos peculiares das massas demonstram a plasticidade e fluidez do aparelho psíquico, que é capaz de transitar do funcionamento mais estruturado e organizado, que possibilita o exercício do pensamento racional e objetivo, para posições comandadas por uma afetividade mais arcaica.

   O presente trabalho tem como objetivo compreender as influências e características psicológicas das grandes massas tendo como referência para análise o filme “A Onda” (2009), sob as perspectivais conceituais de massa psicológica, de Le Bon e Freud. No filme é retratada a experiência de um projeto com característica de ação autoritária, proposto por um professor de forma experimental, no intuito de comprovar aos seus alunos, das reais possibilidades de instalação de um regime totalitário na Alemanha atual, ou em qualquer outro lugar do mundo, desde que se tenham as condições propícias a implementação de tal regime. 

    Em sua obra, A Psicologia das Massas (1895), Gustav Le Bon elencou, segundo ele, o que seriam as três principais características psicológicas de uma massa. São elas: o anonimato, o contágio e a sugestionabilidade. Todas estas são claramente identificadas ao longo do desenvolvimento da estória no filme proposto. 

O anonimato

   […] o indivíduo em massa adquire, pelo único fato do número, um sentimento de poder invencível que lhe permite ceder a instintos que, sozinho, ele teria forçosamente refreado. Quanto mais a massa for anônima e, por consequência, irresponsável, menos o indivíduo será levado a refrear os instintos, já que o sentimento da responsabilidade, que sempre retêm os indivíduos, desaparece inteiramente. (LE BON, 1895, p. 14).

    Le Bon (1895), afirma que o indivíduo em meio à massa adquire sentimento de onipotência e invencibilidade, garantindo-se na crença do anonimato que o volume de pessoas lhe garante. Estes sentimentos provocam no sujeito a perda do medo das consequências, da sensação de responsabilidade moral pelos seus atos e a inabilidade de restringir alguns de seus instintos, e conflito em seu juízo de valores.

    No filme é notório o crescimento progressivo na escalada de ações violentas, contravenções e crimes sequencialmente praticados pelos alunos em grupo, os quais a em sua maioria não os praticaria de forma individual, segundo suas personalidades retratadas individualmente na trama. Lisa, por exemplo, é uma aluna extremamente tímida e insegura cuja conduta se altera radicalmente quando começa a integrar a Onda.

O contágio

   Numa massa, todo sentimento, todo ato é contagioso a ponto do indivíduo sacrificar muito facilmente seu interesse pessoal pelo interesse coletivo. Esta é uma aptidão muito contrária à sua natureza e que o ser humano só é capaz quando ele faz parte de uma massa. (LE BON, 1895, p. 14).

   Compondo uma massa, o sujeito abandona seus interesses pessoais em virtude dos interesses ideológicos do grupo. As ideias e os sentimentos tendem a se alastrar com rapidez entre os indivíduos da massa, pois todo ato produzido dentro de uma massa é contagiante, ainda que tal ato possa ser considerado irracional ou imoral, por parte de seus integrantes. O sentimento de lealdade e submissão ao líder, desperta a necessidade se superação crescente na demonstração de fidelidade ao movimento e a sua liderança. 

   Após de criarem um nome, uma saudação, um logotipo e um uniforme, o grupo começa a ganhar força e vai recebendo novos participantes pelo contágio. Alunos, que num primeiro momento, se opunham ao movimento, reconsideram e reagrupam, enquanto alunos de outras turmas pedem transferência para a do “professor Rainer” incluindo-se ao projeto. Tal contágio acaba por atingir outras séries de turmas da escola, ganhando cada vez mais filiados e simpatizantes. Basicamente, isso se dá pela busca de aceitação e pertencimento social, uma vez que, a massa é conservadora e intolerante, não admitindo o contraditório e os oponentes, sendo os mesmos vistos como inimigos e duramente reprimidos.

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