Psicopatia
Por: Yasmim Aguiar • 3/3/2017 • Trabalho acadêmico • 1.889 Palavras (8 Páginas) • 393 Visualizações
1. Psicopatia
O que é Psicopatia? De onde esse conceito veio e como foi descoberto? Algumas perguntas fundamentais, que vem em mente quando começamos a descobrir esse assunto. Vamos começar respondendo a primeira pergunta, a psicopatia é uma anomalia psíquica, um transtorno antissocial da personalidade que, apesar das funções psíquicas e mentais estarem em perfeito estado, a conduta social do indivíduo, que sofre dessa anomalia, se encontra patologicamente alterada. Em sentido mais amplo, uma psicopatia é uma doença causada por uma anomalia orgânica no cérebro
Mas qual é a causa dessa conduta psicopática? Tudo indica que, por serem indivíduos relativamente insensíveis à dor física, quase nunca adquirem medos condicionados, como, por exemplo, o medo da desaprovação social ou da humilhação, medos que restrinjam suas más ações, medos que dariam a esses indivíduos um senso do bem e do mal. E antes de falar das principais caracteristicas de um psicopata, vamos entender na psicanálise o que é a psicopatia.
Para a psicanálise, cada indivíduo em sua passagem pelo complexo de Édipo, cria basicamente os três tipos humanos: o neurótico, o psicótico e o perverso. Este tem a possibilidade de estar ligado a um diagnóstico de transtorno de personalidade antissocial, chamada de sociopatia ou psicopatia. Nesse sentido, o indivíduo terá dificuldades em suas relações interpessoais em todos os níveis e, por consequência, em sua vida social.
Sobre o assunto, Freud em seu texto de 1929: “O mal-estar na civilização”, nos descreve: A vida em sociedade só se torna possível a partir do momento em que o homem abre mão de sua satisfação para se adequar às leis, ou seja, o sujeito abre mão de sua felicidade, porque seus desejos muitas vezes vão de encontro ao outro, à moral. Em troca, tem-se a vida coletiva, porém, o homem é marcado por uma infelicidade constante.
Não existe ainda uma conclusão definitiva sobre os fatores exatos que levam um indivíduo a se tornar um sociopata, mas o que se sabe, é que existem características comuns a todos eles. Dentre elas, podemos indicar: disfunções cerebrais e biológicas, traumas neurológicos e psicológicos na infância e adolescência e também uma possível predisposição genética. Pelo menos um desses fatores será encontrado nos sociopatas ou psicopatas.
Para facilitar a identificação de um psicopata, algumas caracteristicas que estão descritas no livro “The Mask Of Sanity” (A Mascara da Sanidade), de Hervey M. Cleckley, São bem interessantes, pois Clekley identificou os psicopatas em quatro subtipos diferentes:
Os Psicopatas Primários, que não respondem ao castigo, à apreensão, à tensão e nem à desaprovação. Parecem ser capazes de inibir seus impulsos antissociais quase todo o tempo, não devido à consciência, mas sim porque isso atende ao seu propósito naquele momento. As palavras parecem não ter o mesmo significado para eles que têm para nós. Não têm nenhum projeto de vida e parecem ser incapazes de experimentar qualquer tipo de emoção genuína.
Os Psicopatas Secundários, que são arriscados, mas são indivíduos mais propensos a reagir frente a situações de estresse, são beligerantes e propensos ao sentimento de culpa. Os psicopatas desse tipo se expõem a situações mais estressantes do que uma pessoa comum, mas são tão vulneráveis ao estresse como a pessoa comum. São pessoas ousadas, aventureiras e pouco convencionais, que começaram a estabelecer suas próprias regras do jogo desde cedo. São fortemente conduzidos por um desejo de escapar ou de evitar a dor, mas também são incapazes de resistir à tentação. Tanto os psicopatas primários como os secundários estão subdivididos em:
- Psicopatas Descontrolados: são os que parecem se aborrecer ou enlouquecer mais facilmente e com mais frequência do que outros subtipos. Seu delírio se assemelhará a um ataque de epilepsia. Em geral também são homens com impulsos sexuais incrivelmente fortes, capazes de façanhas assombrosas com sua energia sexual. Também parecem estar caracterizados por desejos muito fortes, como o vício em drogas, a cleptomania, a pedofilia ou qualquer tipo de indulgência ilícita ou ilegal.
- Psicopatas Carismáticos: são mentirosos, encantadores e atraentes. Em geral são dotados de um ou outro talento e o utilizam a seu favor para manipular os outros. São geralmente compradores e possuem uma capacidade quase demoníaca de persuadir os outros a abandonarem tudo o que possuem, inclusive suas vidas. Com frequencia, esse subtipo chega a acreditar em suas próprias invenções. São irresistíveis.
O psicopata é aquele que possui um grau acentuado de perversão em sua personalidade, é acentuado, pois, FREUD em seu texto “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905)” nos afirma que: A perversão faz parte da sexualidade normal dos seres humanos. Levando-se em conta a afirmação de Freud, de que a perversão faz parte do processo normal do desenvolvimento da sexualidade humana. O que ocorre então no caso dos sociopatas? Por que nem todos nós possuímos tendências psicopatas?
A resposta se torna simples se pensarmos que na maioria das pessoas ocorre apenas um pequeno desvio em relação ao objeto de satisfação do desejo da sexualidade.
No caso da psicopatia, o que ocorre não é um desvio de objeto e sim de objetivo. O que detém o desejo da satisfação da sexualidade é uma mudança no objetivo, que passa a ter fins quase que somente sádicos, masoquistas, fetichistas e exibicionistas. E o acentuado desvio deste objetivo pode levar à psicopatia. A satisfação do psicopata está em transgredir a lei.
Os psicopatas são considerados perigosos, porém, nem todos são homicidas, e para exemplificar melhor, abordemos o seguinte caso, de um neurocientista, que acidentalmente descobriu que era pasicopata. Em 2005 James Fallon, enquanto vasculhava e examinava exames de pacientes com transtornos psiquiatricos, se deparou com uma imagem que mostrava o cérebro de um psicopata, e para sua surpresa, esse era o seu cérebro. James Fallon passou anos investigando o cérebro de potenciais assassinos, professor de psiquiatria e comportamento humano na Universidade da Califórnia, Fallon passou 58 anos de sua vida, pensando ser um homem normal, casou-se, teve três filhos.
Fallon, descobriu que era psicopata, através de exames que fez por estar envolvido em um estudo sobre Alzheimer, e realizou os exames, não só em si mesmo, mas em seus familiares. O médico descobriu que o seu cérebro tem inativa uma região ligada ao comportamento ético e à tomada de decisão, e também que possui genes ligados à violência. Seria uma pesquisa comum, não tivesse ele decidido escancear o próprio
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